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O jovem Lannister era uma causa perdida. Desde aquele fatídico dia na biblioteca, Loreon passou a me evitar sempre que me via, e eu, sinceramente, preferia assim. Ele era uma constante pedra no sapato, e eu tinha muitos substitutos mais aptos para ocupar seu lugar. Observei minha mãe, que cortava habilmente a carne em seu prato.

Com toda a agitação e correria dos últimos dias, não tínhamos conseguido passar um tempo de qualidade juntos. Por isso, ela me convidou para um jantar a sós. Como um bom filho, aceitei sem hesitação.

— Soube que Lady Baela está reclusa em seus aposentos desde o torneio — comentou Alicent, com um sorriso sutilmente malicioso, enquanto me fitava atentamente.

Mantive um semblante sereno, ocultando minha satisfação, e adotei uma expressão de dúvida e curiosidade.

— Ah, é mesmo? — perguntei, fingindo ingenuidade. — Por qual razão, se posso saber?

O motivo era óbvio, e eu não podia estar mais satisfeito com isso. Mamãe manteve-se em silêncio por um momento, antes de se render e soltar uma risada alta. Acompanhei-a, relembrando a expressão de decepção daquela garota durante minha tumultuada coroação como Rei do Amor e Beleza.

Recuperamo-nos rapidamente e voltamos nossa atenção aos pratos. Enquanto jantávamos, não conseguia desviar os olhos de minha mãe, Alicent. Ela estava sentada à mesa com uma postura impecável, vestindo um vestido verde com detalhes dourados que realçavam sua elegância natural. Seus cabelos ruivos caíam em suaves ondas sobre os ombros, capturando a luz das velas e brilhando suavemente.

Ela sempre foi minha maior companheira e confidente. Alicent sempre esteve ao meu lado, me apoiando e defendendo, mesmo quando eu estava errado. Sempre me contou tudo, sem hesitar em dividir suas opiniões escandalosas comigo. Mas por que ela não me contou da visita de Rhaenyra ao seu escritório? Tenho certeza de que ela me informaria sobre algo assim.

Deixei a comida de lado e me recostei na cadeira, voltando toda minha atenção à rainha. Percebendo minha mudança de atitude, ela me olhou curiosa enquanto tomava seu vinho.

— O que aconteceu, Mond? — ela perguntou, levantando uma sobrancelha, a dúvida clara em seu rosto. — Algo não te agrada, meu filho?

Balancei a cabeça negativamente e respirei fundo, encarando minha mãe comendo.

— Por que Rhaenyra foi ao seu escritório mais cedo?

Alicent engasgou na taça e, com os olhos arregalados, me encarou espantada.

— O quê? — a rainha colocou a mão no peito, parecendo sentir seu coração bater acelerado, e me olhou assustada. — Onde... onde ouviu isto?

Ela não precisava saber a natureza da minha informação, apenas que eu não ficaria quieto enquanto Larys e Otto controlavam todos os funcionários do castelo. É claro que eu colocaria alguns ao meu lado.

— Por que não me contou da sua conversa com Rhaenyra? — falei firmemente, encarando minha mãe sem vacilar, não dando espaço para que ela perguntasse sobre meus informantes. — O que ela te falou, mãe?

Alicent abaixou os olhos e começou a arranhar os dedos com força. Ela alternava o olhar entre o prato e as mãos, claramente nervosa.

— Mãe!

Eu gritei, já impaciente com toda essa situação. Ela estava escondendo algo de mim. Por quê? Eu sou seu filho mais próximo e preferido. Ela nunca faria isso comigo.

Rendida, Alicent respirou fundo e me encarou com temor.

— Rhaenyra apenas compartilhou algumas... características de seus filhos mais velhos.

Ela arqueou a sobrancelha e deu de ombros, como se fosse algo trivial: minha meia-irmã, inimiga declarada da rainha, conversando com ela sobre seus filhos mais velhos, que Alicent odiava com todas as forças. Ou odiava.

— O que, especificamente?

Minha mãe mordeu o lábio, obviamente nervosa, e girou a faca na mão repentinamente.

Estreitei os olhos acusadoramente e, parecendo desistir, Alicent finalmente falou.

— A Princesa Rhaenyra manifestou seu interesse em uma união sua com algum de seus filhos mais velhos. — Isso eu já sabia. Não é segredo para ninguém que a princesa herdeira deseja assegurar o ômega real para seus filhos.

Havia mais coisa.

Continuei a encarar minha mãe, que bufou infeliz, quase estressada comigo.

— Parece que os dois sempre tiveram um carinho especial por você, querido.

Isso foi uma surpresa. Arregalei os olhos e deixei de lado o vinho que estava prestes a saborear. O quê? Não, não, não. Impossível.

Como alguém que tem algum carinho por você pode te machucar?

Mesmo que eu tenha interesse nos meninos, é algo totalmente convencional. Seria maravilhoso ser rei ou consorte de Driftmark. Apenas isso. Eu odiaria qualquer sentimento envolvido. Ainda me lembro de tudo o que aconteceu. Tudo.

— Rhaenyra agora está inventando mentiras, mãe. — Alicent arregalou os olhos antes de voltar a atenção para o prato, pensativa. — Você sabe como a filha do meu pai pode ser.

Como Rhaenyra ousa enganar sua mãe, enganar a mim? Ela pediu para que eu fosse torturado depois de perder o olho pelas mãos de seu filho, e agora ousa mentir para sua amada mãe? Mesmo sabendo que Alicent ainda tem carinho por ela?

Como ela pode?

Ela nunca mais tiraria proveito de sua mãe. Nunca. Uma pequena parte de mim desejou que fosse verdade, mas eu a calei rapidamente.

— Vamos mudar de assunto, mãe. Estou passando mal só de pensar neles.

Alicent concordou e virou todo o vinho em sua taça de uma vez antes de me olhar determinada e maléfica.

— Agora me conte sobre Aliandra Martell.

Eu ri alto antes de começarmos a citar os grandes e infinitos cofres dos Martell.

Notas

Desculpa pela demora mas estou muito ocupada com a escola, vou tentar atualizar mais eu juro😭

E eu passei em quase todas as matérias, só fiquei de recuperação em  Matemática por motivos óbvios  sempre gosto de atualizar vcs sobre minha vida escolar mesmo que ninguém se importe kkkk

To lançando isso na escola também pq sou uma aluna exemplar

𝙳𝙰𝙽𝙶𝙴𝚁𝙾𝚄𝚂Onde histórias criam vida. Descubra agora