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Sua mãe ajudava-o a pentear os cabelos enquanto eu processava a nova informação.

— Então foi Baela? Aquela mulherzinha vulgar e simplória? — exclamei, quase incrédulo. Ser vítima de uma armadilha dela era repugnante. — Como descobriu isso?

— Não importa como descobri, mas não se preocupe, meu querido — respondeu ela, segurando meus ombros e encarando meu reflexo no espelho. Estava sem o tapa-olho e a safira desta vez, e minha órbita vazia parecia grotesca, mas mamãe não se importava. — Ela pagará caro pelo que fez, eu juro.

Ela sorriu para mim, e hesitante, eu a encarei. O que ela faria? Como pretendia lidar com Baela?

— Mas, para que isso aconteça, preciso que você faça algumas coisas... — ela disse, com uma nota de hesitação na voz.

— O que exatamente? — perguntei, sentindo uma onda de preocupação crescer dentro de mim.

— Rhaenyra selou um acordo com Lorde Corlys, garantindo que ele não interferisse — continuou Alicent. — O Lorde Velaryon só concordou quando Rhaenyra propôs um noivado entre você e Jacaerys.

Eu me virei surpreso para minha mãe. Eu e Jace? Embora ele fosse uma opção, ainda havia outras possibilidades. No entanto, eu seria rei...

Ser o consorte do futuro rei era, sem dúvida, uma posição honrosa. Mas e Daeron, Lucerys, Howard... e os outros?

— Jacaerys é bonito e será o rei — comentei, como se estivesse listando suas qualidades. Alicent sorriu gentilmente e concordou. — Ele também é gentil e segue-me como um cachorrinho.

Ele sabia desse acordo? E mais, por que Rhaenyra, de todas as pessoas, faria tal proposta? Estaria ela tão desesperada para me casar com um de seus filhos que sacrificaria sua própria enteada?

— O que vão fazer com Baela? — perguntei, virando-me para Alicent. Seus olhos brilharam com uma crueldade mal disfarçada.

 Seus olhos brilharam com uma crueldade mal disfarçada

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Aemond finalmente havia superado o cio.Após o "susto" que Loreon lhe causara, ele passou o restante do calor confinado nos aposentos da rainha, com sua mãe cobrindo-o de mantas e cuidados. Sete dias consecutivos de sofrimento o haviam exaurido, mas, aliviado por ter terminado, ele estava agora pronto para lidar com a confusão que restava.

Seus criados o vestiram com uma túnica preta e vermelha; o gibão cravejado de diamantes das minas ocidentais brilhava imponente. Seu cabelo fora cuidadosamente trançado, mais brilhante do que nunca, marcando o que seria uma volta gloriosa ao convívio social.

De acordo com sua mãe, Loreon estava trancafiado nas celas negras, sofrendo nas mãos dos guardas enquanto aguardava seu julgamento formal.

— Meu príncipe? — chamou um dos seus empregados. — Sor Criston está à sua espera para acompanhá-lo.

Assenti, ainda um pouco estático, e caminhei em direção à saída dos aposentos de minha mãe, onde estava. Como esperado, Sor Criston estava postado à porta. Ele sorriu genuinamente para mim, e eu retribuí.

— Meu príncipe — ele me cumprimentou com uma reverência educada. — É um alívio vê-lo recuperado.

Eu também estava aliviado.

— Obrigado, Sor — murmurei, alisando nervosamente minha vestimenta antes de começar a caminhar em direção à ala principal do castelo. Sem demora, o Cavaleiro me seguiu com passos firmes, atento a cada pessoa que passava por nós. — Como estão os convidados?

— Furiosos, a maioria dos lordes exige justiça por sua alteza — ele respondeu. — O rei julgou apropriado que você escolhesse a punição para o traidor, concedendo-lhe total liberdade para decidir o que achar mais adequado.

Parei de andar, surpreendido, e virei-me para Sor Criston, sorrindo. Como membro do Conselho, ele sabia bem do que estava falando.

O que eu faria com Loreon? Matá-lo, obviamente, mas isso acarretaria a perda do apoio dos Lannister, que têm uma participação significativa na nossa economia.

— O que acha que devo fazer? — perguntei a Sor Criston, que suspirou, compreendendo meus dilemas. — Ele não pode sair impune, mas também não posso ordenar sua morte diretamente.

Em outras palavras, ele deve morrer, mas não por minhas ordens diretas. No entanto, é necessário aplicar uma punição para que ninguém suspeite de mim.

— Meu príncipe, não posso argumentar sobre isso... — ele abaixou a cabeça. — Embora eu deseje ardentemente ver a morte de Loreon, não posso interferir...

— Estava preocupado comigo? — perguntei, surpreendendo-o. Seus olhos se arregalaram antes que ele concordasse.

— Muito, meu príncipe.

Ah, isso é tocante. Emocionante, até. Ouvir isso de alguém por quem nutro grande carinho, mas que não posso demonstrar, é reconfortante.

— Quero ouvir sua opinião — insisti. — O senhor cuidou de mim como um pai durante todos esses anos.

Ele arfou, surpreso com minha revelação; eu mesmo não estava raciocinando com clareza.

— É uma ordem de seu príncipe. Fale agora.

— Acredito que enviar Loreon para a Muralha seria a melhor opção. Ele perderia seus títulos e regalias, e estou certo de que a rainha conseguiria contatar assassinos para... Você entende.

A Muralha... Sim, a Muralha. Ele congelaria até a morte lá, ou seria morto por alguém mais.

Perfeito.

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Assim que cruzei a ala da rainha, onde apenas servos betas transitavam, avistei os nobres reunidos. Todos se assustaram ao me ver, e alguns tentaram se aproximar para conversar, mas foram afastados por Criston enquanto eu me dirigia aos aposentos do rei.

Estava na hora de decidir a sentença de Loreon. Matá-lo diretamente seria imprudente, mas enviá-lo para a Muralha, onde seria punido pelos outros patrulheiros, não levantaria suspeitas e não traria consequências para mim.

Ao chegar à porta do quarto do rei, o guarda de plantão arregalou os olhos antes de abrir a porta apressadamente.

— O príncipe Aemond, Vossa Graça — anunciou ele, e eu entrei no quarto. Viserys se levantou imediatamente, com os olhos arregalados.

— Majestade — ele cambaleou em minha direção. Sorri ao vê-lo. — Já decidi a sentença.

Os castigos apenas começaram

Notas

Desculpas pelo capítulo pequeno e pela demora, tenho passado por muita coisa e foi difícil ter concentração e disposição pra escrever.

Não se esqueçam de votar! ⭐

𝙳𝙰𝙽𝙶𝙴𝚁𝙾𝚄𝚂Onde histórias criam vida. Descubra agora