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Baela estava tomada pelo medo, sentindo as rédeas do seu destino escorregarem de suas mãos. A situação estava fora de controle, e ela sabia que em breve seu futuro mudaria drasticamente. "Aemond não pode se casar com Jacaerys, ele é meu."

Eu era a junção de duas casas valirianas, ela era fogo e sangue, uma valiriana pura, o caolho com sangue ândalo não devia ser um problema. Aemond é um meio sangue desfigurado que roubou o dragão de sua mãe e agora pegará Jace também

Ela se sentia sufocada pela indignação. "Eu sou filha do príncipe Daemon, neta de Rhaenys Targaryen, a verdadeira rainha. Meu sangue devia estar no trono. Jacaerys ousa trocá-la por um homem com um buraco a mais? Eu sou sua família! Crescemos juntos, brincamos, brigamos, voamos juntos."

As lembranças das mãos entrelaçadas de Jacaerys e Baela, do beijo furtivo, das promessas e dos momentos partilhados tornavam sua dor ainda mais aguda. "Ele a beijou quando éramos mais novos, segurou sua mão no velório da mãe e a confortou depois do casamento valiriano de Daemon e Rhaenyra. Sua avó a chamou de futura rainha e a ensinou como deveria agir quando seu marido estivesse no trono. O plano de Rhaenys era bem simples: casar com Jacaerys, ter pelo menos dois herdeiros e se livrar do marido."

Na mente de Baela, esse plano era incontestável. "Ninguém a questionaria, ousaria tocar nela ou insultar. Ela seria a rainha."

Mas então a carta de Porto Real chegou. Baela estava em Driftmark com sua avó e não deu muita importância no início. Poderia ser apenas uma correspondência do rei Viserys para sua prima. Porém, quando viu o rosto de sua avó ficar branco, percebeu que não era algo bom.

E mais uma vez Baela estava certa. Ela observou Aemond conversando de maneira insinuante com um tímido Lucerys. Como ela suspeitava, seus primos tinham um fascínio pelo tio. Eles são filhos de Rhaenyra, afinal. Desde aquela noite em Dragonstone, Baela tinha certeza da obsessão de Jacaerys pelo caolho. Só não esperava que Lucerys também.

"Traidores, todos eles. Era pra Lucerys estar com Rhaena e Jacaerys deveria ser meu."

Era o certo, o seu destino. Ela seria rainha, mas primeiro precisava se livrar de Aemond. "Se os quatorze chamas fossem bons, Aemond escolheria Lucerys, mas ela sabe que isso é impossível e Jacaerys não desistiria do ômega tão fácil. O que é pior."

Em meio ao seu desvaneio, ela nem se deu conta de que mais alguém observava o casal no jardim.

— Ele é lindo, não? — Baela pulou com a pergunta repentina, mas se acalmou rapidamente, ajeitando sua postura. Rainhas não se assustavam.

— Lorde Lannister — cumprimentou Baela com tédio. Ele não era ninguém importante e as pessoas o evitavam desde que apareceu com o hematoma no rosto. — O jardim é realmente... alguma coisa.

O Leão se aproximou enquanto ainda olhava para Aemond.

— Aemond é lindo, mesmo com a cicatriz, mas posso levá-lo de costas — falou sem escrúpulos ou classe. Baela arregalou os olhos, assustada com o descaramento, mas Loreon apenas sorriu. — E acho que a Lady pode me ajudar nisso.

Baela se virou, alarmada, confusa e enojada com suas falas. "Como? Por que eu o ajudaria nisso?"

— O que?

Ela engoliu seco enquanto ele se aproximava, ainda sorrindo com um brilho sombrio nos olhos. Sem perceber, deu passos para trás, temendo sua presença.

— A Lady gosta do príncipe Jacaerys, não é? — isso a assustou. Era uma verdade, mas como ele sabia? — Eu tenho interesse no príncipe Aemond... Mas parece que o filho da princesa Rhaenyra está determinado a tomá-lo como companheiro.

Baela fechou as mãos em punho, concordando silenciosamente. A traição e rejeição tomaram conta dela novamente. "Eu estou com inveja de Aemond. Isso é inacreditável! Eu, com inveja daquele aleijado."

— Foi Jace quem fez isso em você?

Ela apontou para o hematoma, curiosa. Não ficaria surpresa se Aemond tivesse armado para que os dois brigassem por ele. Porém, Lorde Loreon apenas negou e voltou seu olhar para Aemond e Lucerys no jardim. Luke estava puxando a mão de Aemond para um lugar mais reservado no jardim, e Baela riu internamente. "Ele realmente era uma vagabunda."

— Príncipe Lucerys não gostou de me ver perto de seu querido tio.

É claro. Eles foram manipulados por essa cobra Hightower, Baela tinha certeza. "Eu preciso dar um jeito nisso. Só quando ele for para bem longe meus primos estarão livres dessa feitiçaria."

— Como posso ajudá-lo?

Isso aumentou o sorriso de Loreon, e com um brilho anormal nos olhos, ele sussurrou:

— Eu só preciso de uma passagem para o quarto de Aemond.

Baela sentiu seu corpo se arrepiar com a ideia. "Por acaso ele vai..."

— E então Jacaerys será todo seu.

Isso tirou todo o medo e hesitação de Baela. Sacrifícios precisavam ser feitos e escolhas tomadas. "Eu vou ser rainha e Jacaerys será meu."

De repente, ouviram gritos raivosos. Aemond saiu do jardim furioso, sendo seguido por Lucerys, que pedia desculpas desesperadamente. "O que aconteceu? Não deu muita importância."

— Te entrego o mapa amanhã — disse Baela, determinada.

Baela estava em conflito interno, consciente do que Lorde Loreon pretendia fazer com Aemond

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Baela estava em conflito interno, consciente do que Lorde Loreon pretendia fazer com Aemond. Ainda assim, uma parte dela se lembrava de que, apesar de tudo, eles eram uma família.

"Não! Não!" Ela afastou esses pensamentos com veemência. "Ela não podia fraquejar; precisava solidificar sua posição. Ela tinha que vencer."

No dia seguinte, Baela se encontrava no corredor dos visitantes, onde os súditos de seu futuro reino passavam. O castelo estava em um caos; Aemond havia entrado no cio e estava trancado em seu quarto, cercado por guardas beta leais aos Hightower. Rumores circulavam que todos os cavaleiros eram castrados.

Pela manhã, ela viu Jacaerys preocupado com Aemond, pois o primeiro cio é sempre o mais difícil. Lucerys, por sua vez, parecia estranhamente triste, mal tocando na comida e perguntando pelo ômega a todo momento.

Ela foi tirada de seus pensamentos quando Loreon apareceu, bem vestido e coberto de ouro, como sempre.

— Minha senhora — ele cumprimentou com um sorriso galante — Trouxe o que pedi?

Rapidamente, Baela tirou um mapa da manga e o entregou a ele. Loreon escondeu o mapa em suas próprias vestes. Aquele era um mapa do pai de Baela, mostrando um corredor secreto que levava a qualquer quarto da Fortaleza.

Logo, Aemond estaria fora do jogo e Jacaerys seria dela.

"Aemond vai se sentir bem..." ela pensou, tentando justificar suas ações. "Ele está no cio; irá gostar de um Alfa com ele. E se não o agradar..."

Bom, ele se acostumaria.

Notas

Desculpem pela demora 😭

Esqueci de avisar mas eu traduzi uma fic Jacemond do ao3, ta aq no meu perfil

𝙳𝙰𝙽𝙶𝙴𝚁𝙾𝚄𝚂Onde histórias criam vida. Descubra agora