Medusa é uma semideusa diferente, condenada a suportar o peso de uma maldição a qual ela não tem culpa. Sua vida roda em um ritmo diferente, mas vira de cabeça para baixo com a notícia de sua descendência divina.
Em sua busca pela identidade, Medusa...
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"motorista, cuidado com as fúrias"
A primeira coisa que fiz quando chegamos em Manhattan foi respirar fundo o ar familiar, sentindo saudade das tardes em que eu passava no Central Park com minha mãe. Assim que chegamos no terminal de ônibus de taxi, pagamos o motorista e compramos quatro passagens para um ônibus que ia até o Missouri.
Infelizmente ficamos com os piores assentos possíveis, e o cheiro do banheiro estava começando a me dar enjoo. Grover e Annabeth dividiram as cadeiras enquanto Percy e eu dividimos a outra, comigo encostada na janela. Um cara havia acabado de sair do banheiro, me fazendo cobrir o nariz com a mão esquerda quando a porta se abriu.
— Não é possível que o sagrado tenha esse cheiro - comentou Percy conosco.
— Estamos em uma missão, não de férias - respondeu Annabeth.
— Valeu por deixar isso claro, mas se isso é tão importante por que o Quíron não arranjou passagens de avião? Parece que essa missão não é prioridade, né?
— Desculpa, eu achei que alguém tinha contado - disse Grover.
"Contado o que?" - perguntei.
— Não são só os monstros que vão tentar nos impedir. O Percy é um filho proibido, Zeus pode decidir acabar com ele com as próprias mãos. O céu é o domínio dele. A gente ia entregar você de bandeja se viajasse pelo céu.
Percy franziu os lábios.
— É, ninguém me falou isso.
Nosso ônibus continuou em uma longa viajem pela estrada. Durante a viajem eu e Percy ficamos brincando com meus bonecos de origami, e ambos ignoramos o olhar de censura que Annabeth nos dava. Acabei com meu pacote de biscoitos caseiros em poucas horas, minha perna não parava de batucar no chão e eu suspirava toda hora olhando pela janela. Annabeth me explicou que os mortais não conseguiam ver minhas asas e meus chifres pela névoa, mas era estranho estar de volta ao mundo normal me sentindo tão diferente.
Eu acordei de um cochilo com minhas asas em volta de mim como um cobertor de penas, então me espreguicei e percebi que o ônibus estava parando em um posto de gasolina. Bocejei vendo alguns passageiros levantarem para se esticar ou comprar comida no restaurante ao lado, então Annabeth se levantou como os outros e olhou para nós três.
