Fotos Empoeiradas | Sope

IV. Gatinho, gatinho....

 

— Que diabo é isso?

— É uma joaninha, ora essa.— Jackson responde olhando para a mão do Park.

— Jackson, isso é tudo menos a joaninha que tínhamos como inspiração. — Ele começa a rir, sem soltar a massa de moldar com formato de joaninha.

Jackson estava matando aula para encontrar Seokjin. Eles decidiram fazer um date de casal de manhã cedo, com café da manhã perto da piscina e massinhas de modelar.
O intuito das massinhas era se divertir, fazendo como os dates que viam na internet... Onde pegavam inspirações na internet e tinham que imitar com as massinhas, mas, bom nenhum dos dois é tão bom com esculturas.

— E cadê a sua?

— Aqui, está lindíssima.

Jackson segura o riso na garganta, pega a joaninha que mais parecia só um monte de bolinhas unidas e engata um riso sem fim.

— Ei, essa é a joaninha mais linda que você verá na vida! – Jin pega sua pequena escultora de volta.

— Oh, com certeza. — Se ajeitando meio deitado, apoiado no cotovelo, ele ri novamente.— Como aquele carro capanga que você fez?

Aponta para o carrinho azul de massinha. Não era a melhor escultura de carro, sequer parecia um carro.

— Calado. Ficou muito bom, sim.— Ele também se segura para não rir. 

O mais novo, Jackson, para por um momento admirando o rosto do Park, achava Jin tão bonito que as vezes parecia irreal. Ele facilmente passaria por um garoto de dezenove anos.
O chinês sempre soube que para si o gênero da pessoa que se apaixonaria era indiferente. Nunca acreditou que poderia se casar somente com mulher, mas quando se casou com uma, achou que seria eterno. Não foi.

Então quando ficou com Jin pela primeira vez, quando dormiram juntos— Não tinham feito sexo ainda.—, ou ouviu o Park dizer que gostava dele, teve medo. Não por ser outro homem, mas unicamente por medo de se apaixonar e dar tudo errado novamente.

Ele adorava como Seokjin sorria, como gargalhava igual uma hiena, vivia dizendo o quão bonito é ou o modo como ele fazia piadas de tiozão. Céus, Jackson amava ouvir as piadas ruins dele. Cada uma. Passaria horas escutando ele falar a diferença entre uma chave inglesa e um barril de cachaça.
Jackson nunca entendeu essa piada.

Aceitaria fácil jogar uno e perder noventa vezes, baralho e odiar, dominó e ver Jin roubar na cara dura, mas somente se o outro estivesse com ele.
Parecia assustador, até aterrorizante se ver apaixonado novamente. Quando pensava que já conhecia os Park há dez anos, mais ainda. Que Jin esteve em seu casamento, então ... mas aqui está ele, apaixonado como um adolescente por Park Seokjin.

— O que foi?

Seokjin para de rir e deixa as obras de arte que fizeram em cima da toalha de piquenique. Passando a mão no rosto, ele questiona, mas não tem tempo de continuar a  fazê-lo, pois logo Jackson está segurando seu rosto com uma mão e o beijando.
Jin o puxa para mais perto, gostava de contato físico. Quando beijava, queria sentir não somente os lábios da outra pessoa e o chinês já sabia disso.

— Quero namorar você. — Fala com os lábios ainda encostados nos do mais velho. — Seja meu namorado, Seokjin.

Park sorri um pouco, a mão direita segurando a de Jackson e levando até seu próprio peito. Seu coração estava acelerado, queria que ele sentisse.

— Não é justo, eu queria te pedir em namoro. – Um selinho.

— Então isso quer dizer que aceita?