Profano 01

24| Cela 666

“A loucura humana atinge seu ápice quando chama o Profano de Santo, o bem de mal e ainda alega que isso é sagrado .”

- autora

ABBY

26/dezembro
2023

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A cela onde Zyan estava mais aprecia um quarto do que uma cela de verdade.

Tinha uma cama grande, uma televisão, um ventilador e por incrível que pareça a porra de um frigobar e um banheiro descente com chuveiro e tudo.
Pelo menos foi o que o Santiago me disse.

Todos esses dias em que não pude visitar Zyan estavam me matando, não poder ouvir sua voz ou saber dele, tudo o que Santiago conseguia era através dos advogados que conseguiram limpar as provas, e ele só era mantido no presídio por conta das testemunhas que o maldito Holdoph havia conseguido.

— Seu tempo acabou. — declarei a Santiago enquanto andava de um lado para o outro na sua enorme sala.

— Abby querida, mantenha a calma.

— Calma é o caralho! – rosnei apontando para seu rosto. — Ele está lá há mais de um mês!

Vociferei e senti um pequeno movimento em minha barriga, passei a mão por cima e respirei fundo.

—  Você disse que conseguiria tirar ele antes do bebê nascer e até agora não estou vendo nenhum sinal da porra do Zyan aqui — cerrei os dentes e umideci os lábios.

— Ainda faltam seis meses para o seu bebê nascer, Abby. Eu disse que os advogados estão trabalhando nisso, mais o problema é o Holdph, ele tem as testemunhas e apesar de não ter provas o juiz que está tratando o caso é um fodido amigo dele. —  Santiago cerrou os punhos.

— Então o problema é o juiz? — perguntei e ele assentiu.

Respirei fundo e me aproximei dele.

— Eu vou para casa, ok? — murmurei e ele assentiu.

— Poal e os seguranças ainda ficarão lá e se precisar sair eles podem te levar. — disse e eu dispensei sua preocupação com um gesto de desdém.

Ajustei meu casaco ao meu corpo e caminhei até o carro, Poal abriu a porta de trás do veículo e eu entrei, puxei meu celular do bolso e comecei a digitar.

EU: Oi, preciso de um favor.

A resposta veio em segundos.

LYANNA: quer matar alguém?

EU:Quero.

Meu celular vibrou no mesmo instante e eu atendi.

— Se for o fodido do Santiago vamos precisar de muita munição — ela murmurou do outro lado da linha e eu revirei os olhos já acostumada com suas briguinhas, que eu só passei a saber o motivos há algumas semanas atrás e isso tornou o último mês um inferno. Ambos queriam estar em todas as consultas e ultrassons, queriam ouvir o coraçãozinho e queriam comprar tudo que viam de bebê pela frente.