Capítulo 8

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-Okay, Clary. Vamos terminar logo isso, comece a me contar ou precisarei forçá-la a isso?- ela o olhava com a náusea subindo aos seus olhos, como se fosse uma doença a contaminando.
-Escute-me bem, eu não preciso dar o que você quer. E imagine só? Pode me torturar Nash, isso não irá me fazer falar. Estarei sem fôlego para isso, e se me matar, quem acha que pode saber? Oh, é verdade. Ninguém! Não pode jogar comigo querido. Eu sempre ganho.- fiquei impressionada com a capacidade da Clary, não sabia que ela poderia ser assim. Ela estava certa, e estava sendo sincera. Não importava o que ele fizesse, ela não falaria.
-Eu tenho coisas melhores para você, querida.- ele puxou o cabelo da filha do Wilton arrastando ela para perto, sem perceber que ela estava desamarrada continuou. Clary rangeu os dentes com ódio, e disse:
-Se a machucar, juro por Deus. Você morre!- ela estava gritando. A menina era muito importante para ela, e eu nem mesmo sabia que se conheciam.
-Sua irmãzinha não irá morrer, mas quem sabe algumas marcas para a vida toda.. Precisamos nos lembrar do passado as vezes.- Meu Deus, ela também era filha do Wilton. Que diabos??! O que mais eu não sabia?
-Faça isso, e sua masculinidade será definitivamente tirada de você. Tenha certeza de que vai.- ela falou como se fosse uma promessa.
-Mesmo que você e todos os outros estejam desamarrados, ainda posso explodir todos vocês meu amor. Lembre-se disso. Ou você me diz, ou terei que matar pessoa por pessoa, começando pela sua família.- Meu Deus, ele sabia que estávamos soltos. Ótimo! Ramon estava concentrado, com certeza estava planejando alguma coisa, será que havia achado o controle? Mas como ele iria pegar, tinha que me segurar.. Agora sim estava ótimo, de ajuda passei a ser uma problema. -E quanto a você Ramon, não tente nada. Tem que proteger sua amada.- então isso era parte do planinho dele, manter o Ramon ocupado comigo para não poder ajudar. Eu não deixaria ele fazer isso, de forma alguma, Ramon sairia e tiraria todos dali, com ou sem mim.
Ramon apenas escutou, e acenou com a cabeça, ele realmente tinha algo em mente. O imundo chamado Nash começou a dobrar o arame farpado no braço da garota, ela estava gritando pedindo para ele parar. E Clary se levantou correndo, indo na direção dela o empurrando com força, fazendo-o cair. Ele se levantou rapidamente e disse:
-Comece a contar ou ela ficará sem o braço, e não só ela, todos aqui. Quem sabe mais do que um braço?
-Eu direi. Mas por favor, pare!- ela suplicou tirando o arame do braço da irmã que chorava e gritava com a dor. -Se deixar todos irem embora, eu juro que falarei. Deixe apenas uma pessoa comigo para que você possa ter como uma vítima para me usar. E desative a bomba que estão neles, só deixe ativa em mim e em quem você escolher.
-Ótima solução senhorita. Deixarei eles irem, mas ainda não desativarei. Primeiro as repostas, depois isso.
-Como terei certeza de que não irá matá-los após eu dizer?
-Porque eu não o farei.
-Sem desativar neles, sem suas repostas.
-Farei o que está pedindo, mas a pessoa que eu quero que fique, é a Sr. Sten.
-O que?! Não pode escolher ela, ela não pode fazer nada nessas condições, não irá torturar ela de forma alguma! Deixe que o Ramon fique.- ele pensou por alguns momentos e permitiu.
-Ela não pode ir embora sem ele, afinal. Ela ficará. Todos vocês, fora daqui, agora!! Se ligarem para a polícia ou eu receber qualquer chamado, explodirei vocês pedacinhos por pedacinhos.- A mulher da lanchonete me olhou com cuidado e saiu andando tranquilamente, o que era bem anormal. -Diga-me senhorita. Agora!!
-Nash, a pessoa que criou o lugar onde estamos foi a..- ela me olhou como se tudo se encaixasse. Como se eu fosse a culpada. Não demorou muito para ele perceber também. Então ele completou:
-Senhorita Sten! Mas claro. Ela criou este pequeno inferno, este lugar onde podemos viver eternamente.. Magnífico srta. Você é muito inteligente! Agora criará outra dimensão que nos tirará daqui.- Que merda de viver para sempre em outra dimensão????? Do que estavam falando?? Era divino não poder me defender e dizer que não havia sido eu! Por que ela estava me culpando?? Um relâmpago de memória veio.
Eu estava andando vestida de branco, me preparando para fazer algum tipo de experimento e algo explodiu, fazendo tudo ao meu redor quebrar. Era como uma chama e se expandia por todos os lugares.
O que eu tinha feito meu Deus?! Era por isso que Ramon e ela não queriam me contar, eles sabiam que eu havia criado isso, seja lá o que fosse, e estavam tentando me proteger. Por que seja lá como for, essa cidade tem olhos e ouvidos por toda parte, e o que eu havia feito para eles estarem ali não foi nada bom.
O imundo veio em minha direção, com o arame como se o estivesse preparando para mim. Ramon imediatamente se lançou contra ele batendo em seu queixo e nariz, fazendo ele espirrar sangue e ficar mais agitado. Nash começou a rir e colocou o arame ao redor da mão de Ramon apertando, o fazendo gritar de dor e gemer no chão, ele rapidamente tirou o arame e avançou novamente contra ele, gritando para que Clary me tirasse dali. Ele cuidaria do resto. Clary me arrastou mas eu era pesada e estava totalmente imóvel, o que dificultava ainda mais nossa fuga. Depois de muita dificuldade ela conseguiu estabilidade com meu corpo e estávamos perto d sair dali.
-Sei que pode escutar, então deixe-me dizer. 40% dos que moram aqui sabe o que você fez agora. Se prepare, coisas piores vão acontecer e não demorará muito para os outros 60% descobrirem.
O imundo gritou quando estávamos na saída do portão, ele estava embaixo do Ramon mas conseguiu dizer:
-Não se engane Clary, o senhor Wilton sabia muito bem o que queria quando conversou comigo. As pessoas próximas a você são bem mais perigosas, porque você acha que as conhece e confia nelas.
-Está dizendo que meu pai o mandou fazer isso?!
-Estou afirmando.- Ramon terminou de mata-lo após isso, com a arma que havia no tornozelo do imundo, dando um tiro em sua cabeça. Se realmente era verdade o que o imundo disse, o Wilton havia mandando fazer aquilo, e era ele quem estava me perseguindo todo aquele tempo! Não conseguia acreditar naquilo e eu não precisava, aquele homem não passava de um mentiroso, podia querer magoar ela agora. Uma mentira dessas antes de sua morte, valeria sua vida no inferno! Eu gostaria de poder falar, e dizer que era mentira que não precisava acreditar nele, mas isso também podia ser a explicação de como ele foi parar no hospital.
Não! Não era o Wilton, eu sabia que não. Confiava nele, mas sentia que Clary não, seja lá o motivo não iria me permitir ser influenciada por um psicopata que havia tentado matar a todos. Ramon chegou e me pegou em seus braços eu estava adormecendo, não queria mais me preocupar com nada, apenas dormir. As últimas palavras que ouvi foram:
-Sabe que é mentira.
-Sim, mas a algo que não se encaixa.
-Vamos descobrir muito em breve. Agora Ninha está em perigo, muito maior do que já esteve.
-Com certeza esse será nosso objetivo, salvá-la. Agora vamos para o hospital, não quero nada dentro de mim para me matar, tenho muitas perguntas a fazer. Muitos casos a descobrir.
Eu também tinha, e iria descobrir todos eles. O sono me domou e eu estava sonhando com o céu da escuridão.
Acordei escutando vozes, Ramon e Clary estavam conversando sobre algo e havia mais alguém. Eu não sabia quanto tempo tinha dormido, mas já me sentia bem e estava movimentando meus braços, logo em seguida percebi que podia movimentar as pernas, meu corpo estava reagindo.. O que me fez suspirar de alívio.
Acho que meus movimentos foram percebidos porque Ramon e Clary estavam me observando atentamente, dei um sorriso casto aos dois para mostrar que eu estava bem mas o rosto deles era de preocupação.
-Está tudo bem.- eu disse ainda sorrindo.
-Graças a Deus você está se movimentando!- Ramon falou com preocupação, beijando os nós dos meus dedos.
-Eu estava consciente, sabia que ia ficar tudo bem. Não precisa se preocupar.
-Não sabemos como ele fez isso mais induziu você de alguma forma a síndrome de paralisia do sono, você podia se movimentar mas seu corpo acreditava que você estava dormindo, seja lá o que ele tenha colocado a reação foi a que você teve, a visão embaçada e dor de cabeça, por isso você queria tanto dormir. Ainda bem que após realmente dormir seu corpo reagiu.
-Não sabia que podíamos ser induzidos a isso, acreditava que acontecia de forma natural.
-Nós também, mas não vamos nos preocupar com isso agora. Precisamos solucionar esse problemas e proteger você!
-Olha, eu não acredito que o Wilton tenha feito isso, e mesmo que ele quisesse me fornecer informações que podessem me matar como as que eu sei agora, pelo que eu fiz, não acho que ele queria isso, acho que ele pensava que se eu soubesse teria como me proteger melhor, porque eu também acreditava nisso.
-Vamos descobrir, e se for ele, irá pagar. Mas agora temos outro objetivo.
-O que você acha que as pessoas farão?
-Com certeza você n terá mais casa.
-O que??
-Elas provavelmente queimarão.- meu corpo estava tensionado, o que quer que eu tenha feito não podia ser perdoado, ou as pessoas estavam exagerando, o que eu realmente achava que não era verdade. Clary me observava, a enfermeira havia saído alguns momentos depois, então lembrei da irmã dela.
-Como sua irmã está?
-Só com alguns ferimentos. Mas está bem, ela irá se recuperar desse trauma psicológico, precisamos focar em você. Não deixarei que ninguém mate você.- eu podia ver em seus olhos que era verdade.
-Éramos algo no passado? Como vocês sabem de seus passados e do que acontece? E como sabiam que tinha sido eu?- ela deu uma pequena gargalhada
-Você nunca muda, curiosa como sempre. Éramos melhores amigas, e se me der a honra gostaria de continuar a ser, eu não podia mostrar que te conhecia ou que sabia de algo sobre você pra protege-la. Mas agora que sabe, não temos nada a perder se respondermos algumas de suas perguntas.- ela olhou pra Ramon, incentivando ele a fazer o mesmo caso eu perguntasse algo.- Sabemos de nosso passado porque temos influências aqui, como você sabe meu pai ajudava crianças, e com isso o governo daqui sempre nos recebia bem, e eu em troca de informações, fornecia pessoas para cuidar da segurança deles. O Ramon é um, por isso sua eficiência em lutar e matar.- me perguntei quantas vezes ele precisou matar. Aquilo respondia aquelas perguntas.
-E sobre mim? Como descobriram?
-Ramon havia escutado que uma nova pessoa chegaria a este lugar, e ele disse que precisava descobrir quem era, caso fosse você, então eu forneci outro homem para proteger um dos deles e eles me disseram que você chegaria. Me infiltrei em um de seus departamentos, procurando sua ficha para saber seu histórico e se houvesse algo incriminador jogá-lo fora. E você era a criadora disso, se alguém mais visse a mataria. Cuidei em queimar e não deixar nenhum registro seu, Ramon estava lá porque sabia que você chegaria como todos as outros, mas há um esquema nessa cidade que fornece aquele imundo que agora está morto. Ele pagava ao homem do posto para mandarem vítimas como vocês para o motel, então ele sabia exatamente como encontrar você e foi para te proteger, mas você também é uma moça muito esperta também Carrie.
-Meu Deus! Ainda tenho muitas perguntas a fazer. Como eu criei este lugar? E porque as pessoas me odeiam tanto já que as faço viver para sempre?
-Não posso contar isso a você, é algo que você precisa descobrir Carrie.- ela era muito decidida então sabia que não me falaria mais. Apenas acenei em afirmação e olhei para os olhos castanhos mel do homem mais divino que já conheci, apertei suas mãos e ele as segurou com cuidado.
Eu tinha as pessoas que precisava, e iria descobrir o que precisava.

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