Quando aprisionam sua alma, aos poucos sugam seu ser
O que resta são fragmentos do ser humano iluminado que um dia você foi.
Laura foi aprisionada ainda cedo, seu brilho sendo sugado
Quando se viu livre, apenas fragmentos do seu eu restaram, quebr...
Sem meta porque é capítulo ponte, mas isso não quer dizer para vocês serem leitores fantasmas!
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Laura Nel Angeli p.o.v
_ Mamãe!_ ouço o berro alto
Levanto só o rosto do travesseiro, rezando internamente que as crianças se aquietem um pouco. Os gritos continuam e estico a mão para o lado, querendo dar uma empurrada em Henrique para o acordar e ir verificar os filhos que a essa hora de manhã são apenas dele.
É ele quem vive dizendo a quatro cantos que ama ser pai e sonha com mais filhos, então ele também que arque com toda a bagunça deles a essa hora da manhã
Mas já encontro o lugar dele vazio
Ouço Camila e Cecília começarem a resmungar prestes a chorar e sem opção acabo levantando. Sentindo as pernas pesando meia tonelada cada uma saio da cama e desço para a sala amarrando meus cabelos com um elástico
As crianças não estão na sala, mas deixaram um rastro colorido delas. Brinquedos e bonecas jogadas pelo chão, uma pista de carrinhos já construída e alguns legos que tomo muito cuidado para não pisar
_ Mamãe!_ Leonardo exclama assim que coloca os olhos em mim
_ Oi amor, bom dia -- respondo e ele bate em minhas pernas animado _ Devagar meu bem_
_ O papai queimou o mingau da gente!_ denuncia
_ Leo!_ Henrique repreende em falso tom
Abro um sorriso enquanto sinto as mãos de Leonardo baterem em mim me pedindo colo. Penso em o pegar, mas sentindo um pouco de dor nos braços não consigo tal coisa.
_ Me pega mamãe!_ pede
Me sento na banqueta do balcão e Leonardo escala meu colo.
_ Você tá bem?_ Henrique pergunta me olhando estranho
Balanço a cabeça assentindo
Eu nunca fico doente. Não tenho oportunidade para isso
Ajudo Henrique com o café da manhã das crianças e a conter nossas ferinhas também, depois de alimentados até liberei piscina só pra ver se consigo encostar e cochilar mais um pouquinho.
Ainda ouvindo a farra das crianças na piscina encosto no sofá e apago.
Acordo com uma palma gelada em meu rosto, tento me afastar por costume, mas sentindo o corpo pesado acabo ficando no lugar.
