Capítulo 07

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Tô boazinha hoje, comentem que vamos ter meta.
10 comentários e hoje a noite posto mais um

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Laura Angeli p.o.v

_ A gente já vai pra casa mamãe?_ Leandro pergunta na expectativa

_ Já sim meu amor_ respondo ajeitando os cabelos dele

_ Mas a Ceci vai chorar!_ Leonardo entra na conversa

_ Ela vai ficar bem Leo, o tio Henrique cuida dela -- falo mais pra mim do que pra eles _ Vão buscar as mochilas_ peço

Os meninos saem escadas a cima e Henrique encosta na porta da cozinha, está com Cecília no colo.

Passamos o final de semana dentro desse apartamento, ele aprendeu a trocar fraldas e até dar banho em Cecília, sabe como deve alimentar ela e daqui pra frente vai se virar sozinho

Já foi uma loucura grande demais me envolver nessa história e ficar aqui esses dias, preciso voltar pra minha casa e poder finalmente conversar com minha psiquiatra, me sinto a ponto de surtar.

Estar dentro de uma casa trancada com Henrique e meus filhos é coisa demais pra minha cabeça, sei que a probabilidade dele fazer algo com os meninos é muito pequena, mas meus alertas ficam o tempo todo ligado, não consigo evitar

E cada vez que coloco meus olhos em Cecília e lembro que ela vai ficar sozinha com ele é que fico pior ainda. Sei que ele é o pai dela, que nem todos os pais são ruins como o meu foi

Só em olhar o jeito que Henrique cuida de Cecília sei que ele vai ser o melhor que pode pra ela

Ele não vai a entregar nas mãos do perigo

_ Mamãe!_ Leonardo me tira dos meus pensamentos

_ Oi amor_ respondo

_ A Ceci já tá chorando_ aponta Cecília

A única comunicação dela é essa. Ela não fala, responde alguns comandos mas nada além de nos olhar e encarar fixamente. Por um tempo pensei que ela fosse surda, mas hoje vejo que Cecília só está traumatizada

_ O tio Henrique vai fazer ela parar -- falo ao ouvir o tom do choro diminuir _ Pegaram tudo?_ pergunto

_ Umhum!_ afirmam

Passa alguns minutos e Henrique vem com Cecília já consolada, ela suga a chupeta dela em paz, com certeza o choro foi porque perdeu um bico

_ Acho que ela quer você -- ele balança a menina de forma tão exasperada que ela volta a fazer um bico de choro

Ao me ver perto Cecília cerra as mãozinhas e volta a chorar, chutando as perninhas e Henrique faz uma cara de pânico. Ele pode até ter aprendido a cuidar dela, mas a qualquer chorinho que a menina tá ele fica desesperado

Estico os braços pra Cecília e ela vem soluçando, coloco a chupeta de volta na boquinha dela e a acomodo em meu peito.

_ O pai sou eu e é você que ela prefere -- Henrique resmunga

Ceci o lança um olhar cerrado e enfia o rosto em meu pescoço, as mãozinhas descendo pela minha blusa até que acham meus bicos, a pequena solta um resmungo e sorri mole

_ Ela sabe que eu sou legal_ murmuro dando alguns beijinhos em Ceci

_ Vamos mamãe?_ Leandro chama

_ Vou levar vocês em casa_ Henrique fala já pegando a chave do carro

Eu poderia negar, mas é quase noite e um Uber daqui até onde moro é caríssimo, ir de ônibus é complicado demais pleno domingo seis da tarde e meu carro ainda está na empresa

Acabo aceitando a oferta dele.

Os meninos vão brincando com Cecília durante metade do caminho, o outro eles dormiram e Ceci também.

Quando chegamos ao meu prédio Henrique suspira

_ Obrigada por ter me ajudado Laura, não sei o que faria se não fosse você -- ele tenta tocar minhas mãos e me afasto por reflexo _ Tire o dia de folga amanhã, vou pedir que tragam seu carro_

Assinto e desço do carro

Pego a mochila dos meninos e minha bolsa, ajeitando tudo para poder subir com um em cada braço, estão ficando pesados e em breve não vou mais conseguir fazer isso.

O porteiro do prédio me ajuda com o elevador e eu consigo abrir a porta de casa só com a digital.

Coloco os meninos na cama deles e vou para o meu quarto.

Escorrego pela porta, sentando no chão enquanto tento normalizar minha respiração.

Longe ouço gritos, sinto a mão quente apertar meu pescoço, choro de bebês misturados com meus gemidos de dor, polícia, a ajuda chegando

Como uma ajuda divina chegando meu celular começa a tocar, vejo o nome de quem preciso na tela e não penso duas vezes em atender.

Ela ouve minha respiração ofegante e começa a falar imediatamente

Talvez eu não esteja tão bem quanto pensava.

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