Jardim de Cima é um castelo magnífico. A frase rodava em looping na cabeça de Helaena enquanto se concentrava em não se perder no movimentado castelo. As comemorações do décimo sexto dia do nome de Margaery Tyrell juntou diversos senhores de todos os cantos do reino e Diane, a senhora mãe de Helaena, gostava de se gabar do fato de que eles eram um dos senhores que iriam se hospedar no castelo e não nas tendas aos redores. Isso porque Lady Diane e Lady Alerie Hightower são amigas de longa data. Amizade essa que o senhor pai de Helaena achava que poderia ser útil para que conseguissem arranjar um grande casamento para a única filha. E quando pensavam em um grande casamento, só pensavam em Willas Tyrell, o primeiro filho de Lady Alerie e Lorde Mace e herdeiro de Jardim de Cima. Helaena estava cansada de saber sobre os planos dos pais e honestamente não se importava tanto assim com eles. Estava próxima do décimo sexto dia de seu nome e sabia que quanto mais tempo demorasse para ser prometida a casamento, mais difícil seria às chances de se casar com um Lorde de uma das grandes casas. E apesar de não possuir tal ambição, não negaria a ninguém o quanto seus olhos brilhavam com a possibilidade de um dia se tornar a senhora de um castelo tão belo como Jardim de Cima. Por isso, não reclamou enquanto a mãe pedia para que Sage fizesse e refizesse o penteado em seus cabelos ou quando a mãe a fez experimentar três vestidos até escolher o vestido azul ombro a ombro e de tecido fresco para o dia ensolarado de verão. Seu cabelo cacheado foi parcialmente preso e foi perfumada de forma um tanto fora do comum. Quando finalmente ficaram prontas, encontraram o senhor seu pai e caminharam juntos para os seus lugares. Ao avistá-la, Margaery fez sinal para que se aproximasse e apontou uma das cadeiras ao seu lado direito.
- Ah, olá Lady Heleana - cumprimentou Margaery a abraçando rapidamente - Venha, sente-se, o torneio vai começar.
Sentou-se duas cadeiras a direita de Margaery e cumprimentou suas damas de companhia com acenos. Imaginou que aquele torneio não era igual aos torneios que o rei Robert Baratheon costumava promover em Porto Real, mas deveria chegar bem perto. Todos pareciam agitados e animados para as justas e estava animada tanto quanto eles, pois seu irmão mais velho, Daven Bracken, também iria competir.
- Quem você acha que vai ganhar? - Helaena sussurrou para Megga Tyrell.
- Ah, com certeza sor Loras - disse ela, quase derretendo ao mencionar o irmão de Margaery - Ou sor Brynden Blackwood.
Helaena não escondeu a surpresa.
- Os Blackwood também foram convidados para as comemorações de Margaery?
- Com sua família confirmada? É claro que não. - disse a Tyrell - Mas sor Brynden foi protegido de Lorde Mace e é um grande amigo dos Tyrell, principalmente de Lorde Willas.
Tudo que sabia de Brynden Blackwood é que assim como ela, também era o segundo filho de um Lorde. E pelo que o senhor seu pai costumava contar aos risos é que Brynden era um filho rebelde que não idolatrava o pai e nem o respeitava e por isso foi mandado para longe. Claramente o senhor seu pai não sabia que ele fora mandado para ser protegido de Lorde Mace, pois claramente isso deixaria o homem mordido.
A excitação se tornava cada vez mais crescente ao seu redor. Os nobres senhores e senhoras murmuravam entre si, os olhares atentos ao campo de justas onde os cavaleiros já se preparavam.
Helaena abriu um sorriso quando avistou seu irmão se preparando entre os competidores. Sua armadura brilhava sob o sol, e ele exibia um semblante determinado. Sor Loras Tyrell, o cavaleiro das flores, estava ali também, juntamente com Renly Baratheon, sor Brynden Blackwood e Lorde Jason Mallister.
Quando Daven se aproximou, todos os olhos sentados próximos a Margaery se viraram para ele.
- Minha querida irmã – disse Daven, sua voz ressoando clara – conceda-me a honra de portar seu favor.
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FATE - ASOIAF
FantasyUma Bracken e um Blackwood. Não havia junção mais improvável em todos os Sete Reinos. Ainda assim, Helaena e Brynden estavam lá para provar que é possível um amor nascer no meio de todo aquele ódio.