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Como não tinha o que fazer em casa, Rony me chamou pra assistir o treino e eu fui. Não entendo tanto assim de futebol, só o básico como escanteio, falta, lateral, pênalti e as boas fofocas dos putões do campeonato brasileiro, mas adoro assistir os jogos e acompanhar aos treinos sempre que o Abel libera.
Sorrio para o meu irmão quando ele acena e me manda um beijo no ar. Assim que ele vira de costas e se distrai com o Veiga, Zé Rafael me manda um beijo de maneira debochada quando percebe que ninguém está prestando atenção. Reviro os olhos erguendo o dedo do meio vendo-o rir.
Idiota.
Cruzo as pernas secando o seu corpo.
Zé estava treinando separado por causa das dores nas costas, pelo menos é isso que o Rony fala, não que eu me importe. Mas, de vez enquando, ele passa nos treinamentos, e eu não posso negar o quão gostoso ele fica com o uniforme de treino branco e verde.
Eu disse gostoso? Eu quis dizer seboso...
Balanço a cabeça afastando os pensamentos pecaminosos que passam pela minha mente e tiro o meu kindle da bolsa para começar a ler a minha nova obsessão. Todas as vezes que te vi sorrir, é definitivamente um dos melhores livros que já li.
É um casamento por conveniência onde eles se apaixonam, ele diz que odeia ela porque meio que ela "forçou" o casamento, mas não conseguiu resistir ao desejo e amor que surgiu em seu peito. Mas ele nega, ah... como ele nega.
Não seguro ao risada ao ler ele surtando de ciúmes e arrasta-la para o banheiro.
Banheiro....
Minha mente me leva de volta aquela noite... Porra! Bufo batendo a minha testa tentando me concentrar no livro.
- Caralho, isso é muita putaria! - a voz do Zé soa próxima ao meu ouvido me fazendo saltar do banco pelo susto.
Capeta!
- Tá maluco, José Rafael? - esbravejo vendo-o rir. -De onde você surgiu, porra?
- Não me viu subir? - ele se senta na pequena arquibancada do campo de treinamento. Balanço a cabeça em negação fechando o kindle, o guardando contra meu peito. - Também, lendo essa putaria ninguém presta atenção em mais nada, né?
