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ᵉᵘ ᵍᵒˢᵗᵒ ᵗᵃⁿᵗᵒ ᵈᵉ ᵛᵒᶜᵉ
ᵐᵃˢ ⁱˢˢᵒ ᵗᵘᵈᵒ ᵐᵉ ᵈᵃ
ᶠʳⁱᵒ ⁿᵃ ᵇᵃʳʳⁱᵍᵃ ᵈᵉᵐᵃⁱˢ
ˡᵒⁿᵍᵉ ᵈᵉ ᶜᵃˢᵃ ᵉ ᵈᵒˢ ᵐᵉᵘˢ
ˢᵒ ᵗᵉᵐ ᵛᵒᶜᵉ ᵐⁱⁿʰᵃ ᵖᵃᶻ
ᵐᵃˢ ᵉᵘ ⁿᵃᵒ ˢᵉⁱ ᶜᵒⁿᶠⁱᵃʳ.

- ˡᵘⁱˢᵃ ˢᵒⁿᶻᵃ, ᵐᵉˡʰᵒʳ ˢᵒᶻⁱⁿʰᵃ.

- ˡᵘⁱˢᵃ ˢᵒⁿᶻᵃ, ᵐᵉˡʰᵒʳ ˢᵒᶻⁱⁿʰᵃ

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Eu já sou seu, amor. Porra! Essa merda tá ecoando na minha cabeça desde que o sangue esfriou. Zé já tinha voltado para o seu quarto e eu estava deitada, sozinha, na minha cama.

Eu. Já. Sou. Seu. Amor.

Cinco palavras que compõem uma frase capaz de me deixar aterrorizada. Mas isso não deve significar o que parece significar, né? Sopro uma risada nervosa com o rumo que meus pensamentos vão.

Eu não sabia que ia incomodar tanto ouvir aquilo. Ele disse com tanta convicção, como se fosse a coisa mais natural do mundo, talvez por, no momento está sendo manipulado pelo tesão, onde a gente diz e faz coisas que se arrepende. Talvez ele nem sinta isso, né?

Zé não disse nada depois disso, apenas me fodeu como prometeu. Contra a parede, na cama, no banheiro quando fomos nos limpar... Mas depois, nada. Era como se ele se tocasse do que havia falado. Então simplesmente foi embora, como se não quisesse saber a minha resposta. Bom, nem sei se realmente teria uma.

Sinto um peso no peito, uma confusão que parece nunca passar. Eu não sei lidar com isso, com essa ideia de alguém ser meu, de me entregar, de confiar de verdade. Confiança sempre foi uma coisa frágil pra mim, uma corda bamba que eu ando com medo de cair. E agora, aqui estou eu, balançando, tentando manter o equilíbrio enquanto ele coloca esse sentimento no meio. Qualquer pessoa se sentiria sortuda, mas eu não consigo.

Na verdade, isso me assusta. Assusta porque eu sei que, se eu der um passo em falso, se eu me deixar sentir demais, eu posso me perder. Já me apeguei antes, já senti coisas que depois precisei arrancar de mim à força, e eu não quero passar por isso de novo. O pior é que, no fundo, eu sei que gosto dele. Sei que parte de mim queria muito acreditar nesse "eu sou seu". Parte de mim queria se jogar nos braços dele e simplesmente esquecer o resto, viver essa história sem medo. Mas eu não consigo.

A cabeça dá voltas. Eu quero gritar, fugir. Ao mesmo tempo, quero correr até ele e dizer que também sou dele. É como se houvesse uma guerra dentro de mim, entre o medo e a vontade. Eu respiro fundo, mas o ar parece pesado, como se cada suspiro me lembrasse que estou presa num ciclo que eu mesma criei.

Eu sinto meus olhos começarem a arder. Por mais que eu tente segurar, uma lágrima escapa e logo vem outra. Não é um choro desesperado, é mais uma tristeza silenciosa, misturada com medo.

𝐒𝐄𝐌 𝐋𝐈𝐌𝐈𝐓𝐄𝐒 • 𝐙𝐄 𝐑𝐀𝐅𝐀𝐄𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora