Capítulo 8: Jhonny, o herói lendário

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Suor e dor, é a forma que posso melhor definir o que foi a aula de introdução a arte de combate Elemental. Marcelo nos obrigou seis a fazermos exercícios pesados, e quando digo pesados são pesados mesmo. E depois ainda tivemos que ter mais uma hora apenas de treinamento com nossas armas

Após o treinamento infernal, somos liberados para um banho relaxante. Meu corpo desliga quando entro em contato com a água do chuveiro, quentinha e aconchegante, quase como um abraço materno. Me obrigo a permanecer acordado, afinal ainda temos muitas aulas no dia. Quando finalmente saio do banheiro e recoloco o uniforme, já é hora da próxima aula. Que no papel que eu carrego apenas está marcada como: Encontro com o orientador no pátio. Será que o Jhonny vai estar lá? Pergunto para mim mesmo enquanto espero por Kallan para ir até o pátio.

Dito e feito, corredores infinitos a frente, finalmente chego ao pátio, um espaço oval sem teto, com um jardim aconchegante e algumas árvores, encostado em uma das mais afastadas da escola, vejo Jhonny dormir tranquilamente, engulo em seco e vou até ele.

— Ahn... Jhonny? — Pergunto com calma, cutucando suas costelas.

— Mamãe? Ahn? — Jhonny acorda abruptamente e olha para mim, por três longos segundos consigo conter meu riso, passados três segundos, eu desabo a rir, para minha surpresa Jhonny me acompanha.

— Ok, agora falando sério isso nunca aconteceu. — Ele diz seriamente enquanto estica suas costas.

— Sim senhor. — Respondo respeitosamente.

— Não, sem esse negócio de senhor, me chame pelo meu nome. — Ele pede.

— Então, sim Pauline? — Pergunto receoso.

— Por favor não me chame pelo sobrenome. — Ele diz colocando a mão no rosto.

— Jhonny. — Falo esperançoso.

— Jhonny. — Ele confirma.

— Então... O que fazemos aqui? — Pergunto me sentando a frente de Jhonny.

— Olhe ao redor, tire suas conclusões. — Ele diz apontando para os arredores. Meus olhos seguem seus dedos e percebo que vários orientadores estão com seus orientandos, a maioria está em uma espécie de luta corporal, outros estão meditando, e alguns discutindo. ( Kallan e seu orientador é um exemplo disso.)

— Treinamento? Olha se for isso meu corpo está exausto... — Começo a falar, mas sou interrompido.

— Não Cristian, conexão. Eu posso ser seu orientador, mas esse é só um de meus trabalhos, eu também preciso ser seu amigo, te conhecer de forma fidedigna, só assim eu poderei o ajudar. — Ele diz calorosamente, a voz grossa e aveludada de Jhonny me deixa calmo.

— Por onde começamos então? — Pergunto relaxando na árvore.

— Começamos fazendo você entender sobre o mascarado. — Ele diz e imediatamente me sento posturado.

— O que tem ele? — Pergunto, minha voz sai mais aflita do que o normal.

— Eu conheço as artimanhas do Mascarado. Melhor do que muita gente. — Ele afirma coçando sua barba. Me lembro então do dia que o mascarado invadiu a escola, a forma que o Jhonny falou com ele, como se eles fossem velhos amigos.

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