Capítulo IV - O plano perfeito

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Leedo estava determinado a planejar seu próximo movimento com precisão. Ele sábia que precisava de tempo e privacidade para pensar, então decidiu se hospedar em um pequeno hotel.
Ao chegar no hotel, o recepcionista olhou para Leedo com desconfiança.
- Terá que pagar adiantado.
- 40 dólares pela noite.
- Ok.

Decidido a não se deixar abalar. Leedo se dirigiu ao seu quarto e começou a traçar seus planos. Mas primeiro ele tinha que ligar para Hwan.
- Hwan?
- Leedo! Onde você está? Papai tentou encontra-ló durante toda a manhã.
- Estou em Nova Orleans.
- O que foi fazer em Nova Orleans?
- Minha ... mãe  ... morreu.
O tom de voz de Hwan mudou, no mesmo instante.
- Sinto muito! Leedo. O que aconteceu? Você está bem?
- Não se preucupe. Estou bem.
- Quer que eu vá até ai?
- Não obrigado. Enterrarei mamãe amanhã. Estou de volta na segunda-feira.

A mente de Leedo estava agitada. Ele sentia uma mistura de raiva, tristeza e determinação. Sua mãe sempre foi uma mulher forte e honesta, más  algo havia manchado sua reputação. Ele precisava encontrar uma maneira de provar a inocência dela. Custe o que custar.

Leedo deixou o hotel no fim da tarde e seguiu pela rua movimentada, observando atentamente as pessoas que passavam apressadas.
Ao dobrar a esquina, seus olhos se fixaram em uma loja de penhores.
Leedo entrou na loja e foi recebido por um senhor idoso, de cabelos brancos, que estava atrás do balcão.
- O que deseja?
- Quero comprar uma arma.
- De que tipo?
- Apenas uma arma.
- Quer um 32, um 45 ...
Leedo não sabia o que comprar.
- Um 32 servirá.
- Tenho aqui um excelente calibre 32 por 229 dólares.  Tenho também um 32 por 159 ... Leedo não trouxera muito dinheiro na viagem.
- Não tem nada mais barato?
- Tenho um 32 por 150 dólares e ofereço de brinde uma caixa de balas.
- Está bem.

O homem entrou numa sala que ficava atrás dele e voltou com um revólver e colocou no balcão.
- Sabe como usá-la?
- Basta puxar o gatilho.
O homem soltou uma risada irônica.
- Quer que eu coloque as balas?
- Quero sim por favor.
Leedo observou atentamente enquanto ele insiria as balas no tambor.
- Obrigado - Ele abriu-a carteira e contou o dinheiro.
- Precisarei de seu nome para registro policial?
- Nome? - Leedo pensou um pouco.
- Matheus Smith
O homem estendeu o recibo para Leedo, que assinou Matheus Smith.
- Isso e tudo?
- É, sim.

Cuidadosamente o senhor da casa de penhores empurrou o revólver pelo guichê. Leedo olhou para arma por um instante, sentindo um frio na espinha.  Ele nunca tinha segurado uma arma de fogo antes, e a sensação era estranha, quase assustadora. Ele pegou a arma, sentindo seu peso e o frio do metal em suas mãos. Sem hesitar, ele colocou no cós da calça nas costas e a cobriu com seu casaco.  Tentando disfarçar o que carregava consigo.

As horas se arrastavam lentamente enquanto Leedo se preparava para o que viria a seguir. Ele sábia que não seria uma tarefa fácil convencer Joseph Bonanno a faser o que ele queria, mas estava determinado a seguir em frente.
Finalmente, a noite caiu e Leedo se aproximou da casa de Bonanno. Ele se escondeu nas sombras, esperando o momento certo de agir. Quando o silêncio reinou, ele avançou determinado a colocar seu plano em prática.

Leedo subiu os degraus da casa e tocou a campainha. A Luz da varanda foi acesa, a porta se abriu e um homem apareceu.
- Em que posso ajudá-lo?
- Você e Joseph Bonanno?
- O próprio. O que deseja?
- Eu ... eu gostaria de conversar. Sr. Bonanno.
- Claro! entre por favor.

Leedo acompanhou-oa uma sala cheia de móveis antigos e bonitos. Ao entrar na sala, ele ficou maravilhado com a beleza dos móveis que ali se encontravam. Eram poltronas elegantes, mesas, cristaleiras e tapetes. Tudo parecia ter saído de um filme.
- Eu ia me servir de um drinque. O que deseja tomar?
- Nada
- Sobre o que deseja falar, Sr....
- Leedo. Sou filho de Dulce.
- Ah, sim ... Soube o que aconteceu com sua mãe. Uma coisa lamentável.
- Sr. Bonanno, o promotor distrital acha que minha mãe foi culpada de fraude.
Bonanno soltou uma risada.
- Nunca falo de negócio a noite - Bonanno foi até o bar e começou a servir dois drinques.
- Creio que se sentirá melhor depois que tomar um drinque.
Leedo abriu o casaco e tirou o revólver. A apontou para Bonanno.
- Eu lhe direi o que fará com que me sinta melhor.  Sr. Bonanno.
Joseph Bonanno virou-se e viu a arma.
- E melhor guardar isso Sr. Leedo. Pode disparar.
- E vai mesmo disparar, se não faser exatamente o que eu mandar.
- E se eu recusar?
- Então eu vou matá-ló.

Leedo podia sentir o revólver tremendo em sua mão, enquanto Bonanno se aproximava lentamente  com um copo na mão. Seus olhos brilhavam de ódio, pois acreditava que o homem diante dele era o responsável pela morte de sua mãe.
- Eu juro, não tive nada a ver com isso.  Pode estar certo de que eu ...
Antes que Bonanno pudesse terminar sua frase, ele jogou o drinque no rosto de Leedo. O líquido ardente queimou seus olhos e fez com que ele soltasse a arma que foi derrubada no chão.
Desesperado e cego temporariamente. Leedo tentou se recompor e se livrar do líquido em seus olhos. Ele ouviu passos se aproximando e sábia que Bonanno estava se preparando para atacar.
- Sua velha não me contou que tinha um filho tão gostoso - disse Joseph Bonanno.

Leedo se viu em uma situação perigosa. Ele sentia o aperto dos braços fortes de Bonanno, o segurando com firmeza. Seus olhos o deixavam completamente vulnerável, aumentando ainda mais seu medo.
Mesmo sem poder enxergar, Leedo podia sentir a respiração pesada de Bonanno em seu pescoço, o que o deixava ainda mais agitado. Ele tentou se soltar mais uma vez, mas os braços do outro homem eram como uma prisão, impedindo qualquer movimento.
- Tem coragem. Gosto disso. E me deixa com maior tesão - sussurrou Bonanno em seu ouvido, fazendo arrepiar o corpo de Leedo. Ele tentou gritar, mas sua voz não saia, dominado pelo medo.
- Largue-me, exigiu Leedo - desesperado para se libertar daquela situação angustiante. No entanto, Bonanno apenas sorriu de uma forma sinistra e o pressionou ainda mais contra parede, comprimindo-se contra seu corpo.
- Lute comigo. Gosto disso - provocou Bonanno, desafiando Leedo a resistir.
Leedo estava em pânico, enquanto Bonanno o pressionava com força no chão. Ele podia sentir o peso do corpo do homem sobre ele, prendendo-o sem chance de escapar. Bonanno estava tentando abrir a calça de Leedo.

Sem poder enxergar, Leedo confiou em seus outros sentidos. Com a mão, começou a procurar a arma caída. Os dedos de Leedo encontraram o revólver. Houve uma explosão. Bonanno deu um grito. Leedo observou horrorizado, enquanto ele caía ao seu lado com as mãos comprimindo o ferimento.

A adrenalina corria pelo corpo de Leedo enquanto ele tentava processar o que acabara de acontecer. Ele conseguiu se levantar, virou-se para uma porta no outro lado da sala. Abriu-a era um banheiro. Ele foi até a pia, encheu-a de água fria, molhou os olhos, até que a dor começou a desaparecer é a visão voltou. Se olhou no espelho por cima da pia. Os olhos estavam inchados.
- A cabei de matar um homem! - Leedo voltou correndo à sala, Joseph Bonanno estava caído nó chão.
- Sinto muito - murmurou Leedo  - Eu não tinha intenção.

Leedo saiu da casa fazendo um tremendo esforço para não correr, com medo de atrair atenção. Fechou o casaco, para esconder a blusa manchada. Um táxi parou na sua frente. Leedo correu com medo de perde-ló.
- Está livre?
- Depende. Para onde vai?
- Para o aeroporto.
- Entre.
- Gostou do carnaval? - perguntou o motirista.
- Gostei - Leedo engoliu a seco.

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