Capítulo X - O Reinor

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Um inspetor aproximou-se de  Leedo e anunciou:
- Um visitante Leedo.
- Um visitante? - Leedo ficou surpreso - Quem poderia ser?
Leedo acompanhou o inspetor até a sala das visitas. Um homem o esperava sentado numa pequena mesa. Seu olhar era misterioso. Leedo sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele se levantou:
- Meu nome e Lee Seoho. O diretor me deu permissão para falar com você.
- Sobre o que? - indagou Leedo.
- Sou um investigador da AIPS - Associação internacional de proteção do seguro - Um de nossos cliente segurou o Reinor que você roubou do Sr. Joseph Bonanno.
- Não posso ajudar-lo, pois não roubei oquadro.
- Sei disso.
Leedo observava atento.
- Ninguém roubou o quadro. Foi vítima de uma armadilha. Sr. Leedo.

O envolvimento de Lee Seoho com o caso começaram três semanas antes. Lee Seoho tem um talento incomum para resolver casos complicados. Foi chamado à sala de seu superior na sede da AIPS. Ele não fazia ideia do que o aguardava, mas estava ansioso para descobrir.

Ao entrar na sala Seoho viu seu superior sentado atrás da mesa, com um olhar sério no rosto.
- Tenho um trabalho para você.
Seoho ficou parado a sua frente atento, no que poderia ser o trabalho.
- Serei breve. Um de nossos clientes segurou um quadro por meio milhão de dolares, "O Reinor". Um homem chamado Leedo escondeu o quadro em algum lugar. Queremos o quadro de volta, cuide do caso.

Seoho deixou a sala sem dizer nada. Sem perder tempo, Seoho mergulhou de cabeça na investigação.

A primeira parada de Seoho foi em Nova Orleans. Vasculhou cada canto da cidade e analisou todas as evidências disponíveis. Em cinco dias na cidade, já sábia de tudo a respeito de Joseph Bonanno, Anthonyo Orsatti, Paulo Pontes e o juiz Lourenço Rico. Seoho conversou também com o tenente Keonhee e procurou Olavo. Seoho chegou a conclusão que Leedo era inocente. Ele voou para Coréia do Sul e foi ao banco em que Leedo trabalhou. Hwan Woong recusou-se a recebe-lo.

Agora olhando para o homem sentado à sua frente, viu apenas sinceridade e inocência. Seoho estava cem por cento convencido de que Leedo nada tinha a ver com o roubo do quadro.
- Bonanno o incriminou. Más  cedo ou mais tarde ele alegaria o roubo do quadro e reclamaria o seguro. Você simplesmente apareceu por acaso no momento oportuno e facilitou-lhe tudo.
- Então vai me ajudar? - perguntou Leedo com uma ponta de esperança.
- Ajudá-lo?
- Isso mesmo. Obter o perdão ...
- Não - friamente Seoho cortou o raciocínio de Leedo. Como uma faca cortando carne, bem afiada.
- Por que? - Leedo perguntou angustiado. Ele sábia de tudo o por que não.
- Meu trabalho está encerrado - Seoho levantou e saiu, deixando Leedo sozinho na sala, sem nenhuma resposta.

Quando Seoho voltou para o hotel, a primeira coisa que fez foi tomar uma ducha revigorante para se livrar do cansaço acumulado. O calor da água quente relaxava seus músculos tensos e renovava suas energias.
Após se secar e se vestir com roupas limpas e confortáveis, sentou-se em uma escrivaninha, abriu o notebook e começou a escrever seu relatório.

Para: JJ Reis
De : Lee Seoho
Assunto: Quadro Reinor

É a minha conclusão que Leedo não está envolvido no roubo do quadro a cima. Creio que Joseph Bonanno fez o seguro com a intenção de simular um roubo, cobrar apólice do seguro e vender o quadro a um colecionador particular. A está altura, o quadro provavelmente já se encontra fora do país. Como a obra e bastante conhecida, eu suspeitaria que aparecesse na Suíça, onde existe uma lei de proteção a compra de boa-fé. Se um colecionador declarar que comprou uma obra de arte em boa-fé, o governo suíço permite que a mantenha, mesmo sendo roubada.

Recomendação: Como não há prova concreta da culpa de Bonanno, nosso cliente terá de pagar para Bonanno o seguro. Além disso será inútil procurar Leedo para recuperação do quadro, nem qualquer bem para cobrir o prejuízo. Ele estará encarcerado na Penitenciária Meridional de Nova Orleans pelos próximos 15 anos.

Seoho fez uma pausa, pensando e releu o relatório. Depois assinou.

Cuecão de couro escolheu alguns prisioneiros para serem deslocados. Ele escolheu Leedo para à lavanderia.
Quando Leedo chegou à lavanderia, o cheiro forte de detergente e roupas sujas o atingiu em cheio no seu estômago, fazendo ele se prender nas costas. Ele olhou em volta com a boca tampada com a mão e viu homens curvados sobre pilhas de roupas. A lavanderia era conhecida como o pior lugar para se trabalhar.

O trabalho começava às 6 horas e os prisioneiros tinham 10 min de descanso a cada 2 horas.
Uma jornada de 9 horas. Leedo cumpria seu trabalho sem falar com ninguém. Ao saber do trabalho para qual Leedo fora mandado. Ernesto comentou:
- Cuecão de couro está mesmo a fim de arrancar seu couro.
- Ele não me incomoda - respondeu Leedo.

Ernesto estava espantado. Aquele era um homem completamente diferente do mocinho apavorado que chegará à prisão três semanas antes. Leedo agora parecia confiante e forte. Ernesto estava curioso para descobrir o que havia mudado em Leedo.

No oitavo dia de trabalho de Leedo na lavanderia, um guarda foi procura-lo no início da tarde.
- Tenho aqui sua transferência, você foi destacado para cozinha.

O trabalho mais cobiçado na prisão. Havia dois padrões de alimentação: Os prisioneiros comiam comida incomestiveis, enquanto as refeições para os guardas e as autoridades da penitenciária eram preparadas por cozinheiros profissionais, incluindo bufê livre e sobre mesas deliciosas. Os condenados que trabalhavam na cozinha tinham acesso a essas comidas. Leedo não ficou supreso ao ver Ernesto.

Leedo aproximar-se de Ernesto:
- Obrigado.
Ernesto olhou para Leedo e não disse nada.
- Como conseguiu me livrar do cuecão de couro? - perguntou Leedo.
- Ele não está mais com agente.
- O que aconteceu?
- Temos um pequeno sistema. Se um guarda e sacana e começa a nos criar muitos problemas, agente se livra dele.
- Está querendo dizer que o diretor ...
- Por que pensa que o diretor tem alguma coisa ver com isso?
- Então como conseguem?
- É  facil. Quando o guarda de quem agente quer se livrar estáde plantão, começa surgir reclamações.  Um preso informa que cuecão de couro abusou dele. É no dia seguinte outro preso acusa de brutalidade. É depois alguém reclama que ele tirou alguma coisa da sua cela ... um rádio, por exemplo ... Você pode ter certeza, esse rádio vai aparecer no quarto de cuecão de couro. E foi assim que acabamos tirando cuecão de couro daqui. Não são os guardas que mandam nessa prisão, mas  nós.
- Por que você está aqui? - perguntou Leedo.
- E melhor acreditar que não foi culpa de Ernesto. Eu tinha um bando de garotas trabalhando para mim.
- Está querendo dizer algo como ...
- Como prostitutas? - Ernesto riu - Não  ... elas trabalhavam como criadas em casas ricas. Abri uma agência de empregos. Tinha pelo menos vinte garotas. Gente rica tem a maior dificuldade para arrumar criadas. Fiz uma porção de anúncios bonitos nos melhores jornais e mandava minhas garotas quando telefonavam. As garotas estudavam as casas, e quando os patrões estavam trabalhando ou viajando, pegavam toda a prataria, jóias, roupas e tudo que valesse alguma coisa, desaparecendo em seguida.

Ernesto fez uma pausa, suspirando.
- Não acreditaria se lhe dissesse quanto dinheiro livre de impostos estávamos ganhando assim.
- É como você foi apanhado?
- Foi o dedo do destino. Uma das minhas criadas estava servindo um banquete na casa do prefeito. Uma das convidadas era uma velha para qual ela trabalhou e limpou. Chamaram a polícia e minha garota começou a contar tudo. É  aqui está o pobre Ernesto.

Eles estavam parados ao lado de um fogão, afastados dos outros.
- Não posso ficar aqui - sussurrou Leedo - tenho contas para acertar la fora. Vai me ajudar a fugir? Eu ...
- E melhor começar a cortar as cebolas. Teremos guisado Irlandês essa noite.
Ernesto se afastou.

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⏰ Última atualização: Feb 05 ⏰

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