Capítulo VIII - A vingança

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A campainha de aviso soou por toda prisão às 20h45. Os companheiros de cela de Leedo começaram a se despir, preparando-se para contagem noturna dos presos. Mas Leedo permaneceu imóvel, perdido em seus pensamentos.
- Você tem 15 min para se aprontar para dormir - disse Lolo.

Os homens puseram as camisolas. O guarda passou pela cela, observando atentamente cada detendo. Seus olhos pararam ao ver Leedo estendido na cama.
- Ei você! Tire a roupa - ele olhou para Ernesto e perguntou - Não disse a ele?
- Claro que já falamos com ele - respondeu Ernesto.
- Temos um jeito todo especial de lidar com os encrenqueiros. Faça o que for mandado ou vai se dar mal  - o guarda falou para Leedo com tom de ameaça.
O guarda se afastou-se pelo corredor.
- E melhor fazer o que ele diz o velho cuecão de couro e um canalha muito escroto - avisou Paulito.

Leedo levantou-se lentamente começou a tirar a roupa, mantendo-se de costa para os outros detentos. A sensação de exposto era assustadora. Um a um, as peças de roupa foram retiradas até que finalmente ele estava apenas de cueca.
Os olhares curiosos dos outros detentos o observavam atentamente, avaliando cada movimento e expressão de Leedo. Ele podia sentir a pressão e a tensão no ar. Vestiu a camisola áspera.
- Você tem um corpo muito bonito - comentou Paulito.
- Isso mesmo muito bonito - murmurou Lolo.
Leedo sentiu um calafrio. Ernesto aproximou-se. Ele estava rouco de tesão. Leedo virou-se bruscamente assustado.
- Somos seus amigos cuidaremos direitinho de você.
- Deixe-me em paz! Todos vocês. Eu ... não sou desse tipo.
- Você será qualquer coisa que agente quiser, meu bem - Ernesto falou rindo.

A escuridão era inimiga de Leedo. Ele sentou na beira da cama, o corpo tenso. Podia sentir os outros esperando para agarra-lo. Ele já tinha ouvido falar de atividades homossexuais nas prisões, mas nunca imaginou que um dia ele próprio seria a vítima disso. Ele decidiu que passaria a noite inteira acordado. Se um deles fizesse qualquer movimento, ele gritaria por socorro.
O corpo de Leedo estava tenso cheio de cãibras. Ele estendeu-se na cama, sentindo o cansaço tomar conta de si. Mesmo assim, ele sábia que não podia dormir.

A noite parecia se arrastar lentamente enquanto ele lutava para se manter acordado. Seus olhos pesavam e sua mente começou a sonhar, mas ele se esforçava para permanecer concentrado.
As 3 horas ele não pode manter os olhos abertos e mergulhou no sono profundo.
Foi despertado com uma mão a lhe tapar a boca e outras duas lhe apertando as coxas. Tentou sentar e gritar. Sentiu que lhe arrancavam a camisola e a cueca. Leedo lutou selvagemente com toda força, fazendo o maior esforço para se levantar. Seu coração batia descontroladamente. Sem saber o que estava acontecendo.
- Fique calmo e não sairá machucado - sussurrou uma voz na escuridão.
Leedo golpeou com os pés na direção da voz. Acertou a boca de alguém, que caiu no chão gemendo de dor.
- Porra! Vamos dar uma lição no filho da puta. Ponham ele no chão - gritou a voz.
Um punho duro acertou seu rosto, seguido por outro golpe na barriga. Ele lutava para se libertar, más alguém estava por cima dele, imobilizando-o e sufocando-o. Enquanto Leedo lutava para respirar, mãos obscenas o violavam.

Leedo se soltou por um instante. Más sua liberdade foi curta. Um dos homens rápidamente o agarrou novamente e bateu com força sua cabeça contra as grades, deixando-o tonto. Ele podia sentir o sangue em sua boca eo líquido escorrendo do seu nariz. Foi derrubado outra vez no chão de concreto. Imobilizaram suas mãos e pernas. Leedo lutou como um louco más não era um adversário para os três. Sentiu mãos frias e línguas quentes passando pelo seu corpo. Estava deitado virado para baixo quando sentiu um membro duro penetrando dentro dele. Debateu-se tentando com desespero gritar enquanto sentia aquela pressão entrando e saindo varias vezes com força o machucando-o. Outro membro passou diante sua boca e Leedo cravou os dentes mordendo com toda sua força. Houve outro grito de dor.
- Seu puto!
Punhos lhe socaram o rosto. Leedo mergulhou no pavor cada vez mais fundo. Até que finalmente não sentia mais nada e desmaiou,perdendo totalmente a consciência.

Foi o som da campainha que o despertou. Estava deitado no chão frio de cimento da cela, nu. Os três companheiros estavam em suas camas. No corredor cuecão de couro gritava:
- Hora de levantar.

Ao passar na cela de Leedo, o guarda viu ele estendido no chão nu, no meio de uma pequena poça de sangue, o rosto todo machucado, um dos olhos fechados de tão inchado. O guarda abriu a cela e entrou. Tentou acorda-lo. Lentamente Leedo abriu os olhos, murmurou algo que o guarda mal conceguiu entender.
- Que diabo aconteceu aqui? - gritou cuecão de couro.
- Ele deve ter caído da cama  - disse Ernesto.
- Levante-se ! - o guarda agarrou os cotovelos de Leedo e puxou para uma posição sentado. Leedo quase desmaiou de novo.
- O que aconteceu? - perguntou de novo cuecão de couro.
- Eu ... eu ... - Leedo tentava falar mas as palavras não saiam  - Cai da cama.
- Detesto os espertinhos. Vamos mete-lo na geladeira até você aprender algum respeito  - disse o guarda irado.

Leedo estava sozinho no escuro. Não havia moveis no porão apertado, apenas um colchão fino e velho sobre o chão frio de cimento. Um buraco fedorento no chão servia como vaso. Leedo ficou deitado no escuro, cantando para si.
Não sabia direito onde se achava, más isso não tinha importância. Somente o sofrimento de seu corpo importava.
Dormiu 48 horas e o medo finalmente desapareceu para dor. Leedo abriu os olhos. Estava cercado pelo nada. Era tão escuro que não podia sequer ver os contornos da cela. Recordações vieram em sua mente. Haviam levado ao médico.
- Uma costela quebrada e um pulso fraturado. Faremos uma atadura ... Os cortes e os hematomas estão bem ruins mais vão sarar.
Leedo foi dominado por um ódio tão intenso que literalmente estremeceu seu corpo. Os pensamentos ardiam até que a mente se esvaziou de toda a emoção a não ser uma única " VINGANÇA ". Não era uma vingança contra seus colegas de cela. Os três eram tão vítimas do sistema quanto ele.  Ele queria vingança contra os homens que haviam destruído sua vida.

Joseph Bonanno: " Sua velha me enganou. Não disse que tinha um filho tão gostoso".

Antonyo Orsatti: " Joseph Bonanno trabalha para um homem chamado Antonyo Orsatti."

Paulo Pontes: " Declarando-se culpado você poupa o Estado a despesa de um julgamento  ..."

Lourenço Rico: " Pelos próximos 15 anos você estará encarcerado na Penitenciária Meridional de Nova Orleans. "

Hwan Woong: " Se precisava de dinheiro tão desesperadamente deveria ter falado comigo  ... Obviamente, eu nunca o conheci de verdade. "

Todos vão pagar até o último. Não tinha idéia de como. Más sabia que faria.

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⏰ Última atualização: Nov 23 ⏰

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