A notícia dos crimes e da condenação de Leedo apareceu na primeira página do jornal New Orleans, acompanhada por uma foto sua tirada pela polícia.
Foi somente na tarde seguinte que o sargento de plantão permetiu que Leedo usasse o telefone.
Helena atendeu.
- Escritório do Sr. Woong.
- Helena aqui é Leedo. Eu gostaria de falar com o Sr. Woong.
- Um momento, por favor Sr. Leedo - ele percebeu a indiferença na voz da secretária - Eu vou verificar se o Sr. Woong está.Depois de uma longa espera, Leedo finalmente ouviu a voz de Hwan.
- Hwan?
- Leedo? É você?
- Sou eu mesmo, eu tentei falar com você ...
- Eu estava enlouquecendo, Leedo . Os jornais daqui estão repletos de histórias terríveis ao seu respeito. Não posso acreditar no que eles dizem.
- Nada é verdade.
- Aonde você está agora?
- Estou numa cadeia em Nova Orleans. Eles vão me mandar para prisão por algo que não fiz Hwan.
- Fique calmo. E preste atenção. Os jornais dizem que você atirou num homem.
- Atirei nele, más ...
- Então e verdade!
- Não é como parece. A história foi totalmente diferente.
- Leedo você se declarou culpado de roubo e tentativa de homicídio.
- É verdade Hwan. Más só fiz isso porque ...
- Se precisava de dinheiro desesperadamente deveria ter falado comigo ... Você e manchete nos jornais da Coréia do Sul desta manhã. É a primeira vez que um escândalo atinge a família Woong.
- Preciso de você Hwan.
- Minha familia não pode se envolver em algo assim. E tenho certeza que pode compreender isso. Foi um choque terrível para nós. Acho que eu nunca o conheci de verdade.É, a ligação foi cortada. Leedo ficou imóvel, segurando o fone mudo. Ele tentava desesperadamente ligar de volta, más o telefone só chamava. Sentiu um aperto no peito, uma sensação de angustia que o consumia.
Quando Leedo voltou à cela um guarda lhe transmitiu as instruções.
Ele recebeu a visita de Olavo.
- Só vim lhe dizer o quanto lamento tudo isso. Sei que não foi culpa sua o que aconteceu.
- Obrigado Olavo.
- Eu estarei no enterro da Sra Dulce amanhã.
- Amanhã nos dois seremos enterrado.Às 5h, um guarda entrou na cela de Leedo, acompanhado pelo oficial que cuidava da prisão.
- Leedo.
- Sou eu.
- Por ordem do Tribunal de justiça criminal do Estado. Você será transferido imediatamente para Penitenciária Meridional de Nova Orleans. Vamos garoto.Leedo estava sendo conduzido por um corredor grande e comprido, passando por celas cheias de prisoneiros. Ele podia ouvir murmúrios e assobios vindo de todas as direções, tornando o ambiente ainda mais tenso.
Enquanto caminhava, Leedo pensava em Hwan, o homem que ele amava. Ele se lembrou da última ligação que fez para Hwan do telefone da prisão. Quando ele passou pelo telefone, ele disse: "A deus Hwan ".
Ele subiu no ônibus quente e malcheiroso cumprimentando os outros prisoneiros que já estavam sentados. Dois guardas armados vigiavam atentamente, deixando claro que não havia possibilidades de fuga.
A viagem era longa e angustiante, com o ônibus sacolejando pelas estradas. Leedo olhava pela janela, pensando no que o aguardava no destino final.
O ônibus parou em um pátio cercado por nove cercas de arame farpado, que cercavam 500 acres de pastagens e bosques que constituíam a Penitenciária Meridional de Nova Orleans.
Um homem corpulento, de rosto impassível, falava para os recém chegados.
- Alguns de vocês passarão uma longa temporada aqui. Só há uma maneira de aguentarem é esquecerem tudo sobre o mundo exterior. Podem faser com que seu tempo aqui seja fácil ou difícil. Temos regulamentos aqui é vocês obedecerão a esses regulamentos. Nós lhe diremos quando se levantar, quando trabalhar, quando ir ao banheiro. Gostamos de manter as coisas pacíficas por aqui e sabemos como lidar com os encrenqueiros.
O homem fez uma pausa, os olhos fixando em Leedo.
- Serão levados agora para o exame físico. Depois, passarão pelos chuveiros e irão para suas celas. Pela manhã receberão suas tarefas. Isso é tudo.Leedo e os prisoneiros foram levados para um corredor comprido e sombrio, onde o eco dos passos pesados dos guardas ressoava nas paredes frias. O medo tomava conta do coração de Leedo, enquanto tentava manter a calma.
Finalmente, chegaram a uma sala grande com um chão quadriculado, onde um homem gordo de meia idade, numa bata suja, os aguardava ao lado de uma mesa de exame.
- Sou o Dr. Glenio. Tirem as roupas.
Os homens se entreolharam, indecisos. Lentamente, começaram a se despir, revelando suas vulnerabilidades e medos. Alguns se mostraram envergonhados, com os olhares desviados enquanto se despiam. Outros estavam indignados, protestando com gestos bruscos e palavras afiadas. É havia aqueles que pareciam indiferentes, como se aquilo fosse apenas mais uma tarefa a cumprir.
- Agora vou examinar as bundinhas de vocês.
O médico apontou para o primeiro homem da fila.
- Deita na mesa e ponha os pés aqui.
O homem hesitou.
- Vamos logo. Está atrasando a fila.
Ele obedeceu. O médico colocou duas luvas bem grossa, e inseriu os dedos em seu ânus. Ele perguntou:
- Têm alguma doença venérea?
- Não
- Pois descobriremos em breve.
Leedo foi o próximo a subir na mesa. Quando o médico foi inserir os dedos ele gritou.
- Espere!
O médico parou, levantando os olhos supreso.
- Como?
Todos olharam fixamente para Leedo.
- O Senhor não trocou as luvas.
- Temos um Doutor na casa! Está preucupado com os germes? Pois passe para o fim da fila.
Leedo foi para o último lugar na fila. Sem entender o motivo.
- É agora, se não se importam - disse o médico - Vamos continuar.
Ele inseriu os dedos no homem que se encontrava na mesa e Leedo compreendeu o motivo pelo qual ele foi para o fim da fila. Ele irá examinar todos com a mesma luvas e ele será o último. Leedo sentiu o ódio fervendo dentro de si. Chegou sua vez.
- Na mesa Doutor.
Leedo ainda hesitou, más não tinha opção. Subiu na mesa e fechou os olhos. Pode senti-lo, penetrando com os dedos, pressionando, machucando-o. Ele rangia os dentes.
- Você não tem noção do que eu ja tirei dessas bundas imundas - disse o doutor - Tem sífilis ou gonorreia?
- Não - gritou Leedo com os olhos cheios de lagrimas.
- Podem leva-los para os chuveiros. Eles fedem.Os presos foram levados para uma duzia de chuveiros. Cada um carregando suas roupas. Leedo sabia que aquela seria sua única chance de se limpar da sujeira do seu corpo.
Leedo saiu do chuveiro e outro preso entrou em seu lugar. Leedo recebeu uma toalha fina usada e enxugou mais ou menos seu corpo.Depois que o último recluso deixou o chuveiro, eles foram levados a uma sala, aonde havia prateleiras com roupas, sob os cuidados de um recluso latino. Os guardas ficaram observando enquanto os prisoneiros se vestiam. Depois que terminaram, eles foram levados a uma sala em que um preso de confiança operava uma câmera fotográfica.
- Fiquem parados ali naquela parede.
Leedo foi para a parede.
- De frente - ele olhou para câmera - clique.
- Vire a cabeça para a direita - ele obdeceu - clique.
- Para a esquerda - clique - Vá para a mesa tirar impressões digitais. Os dedos de Leedo foram rolados por uma almofada com tinta, depois comprimidos contra o cartão branco.
- Mão esquerda. Mão direta. Limpe-às mãos com aquele pano. Você terminou. Um guarda apontou para Leedo.
- Leedo? O diretor quer falar com você. A companhe-me.Leedo foi levado por um corredor diferente. Ao entrar pela porta, ele foi quase derrubado por um preso. Era um gigante. O maior homem que Leedo já viu. Ele agarrou o braço de Leedo para afirma-ló.
- Temos frango novo. Por que não põe comigo?
- Sinto muito. Beto, más esse já foi designado.
- Está tudo bem. Big Beto o verá depois. Temos bastante tempo. Você não vai sair daqui tão cedo.Chegaram ao gabinete do diretor. A secretária do diretor acenou com a cabeça para o guarda.
- Ele está esperando você. Fique aqui.
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Amor e Ódio
FanficLeedo é um rapaz fascinante, com uma mistura única de culturas em seu sangue. Filho de pai coreano e mãe americana, ele cresceu em meio a tradições e modernidade. Com um bom emprego em um dos bancos mais bem sucedidos da Coreia do Sul, Leedo se dest...