Entre as Estrelas

Capítulo 12

Talvez, o fim... Esteja mais perto...  

   Está escuro, frio e mórbido. Meu coração bate cada vez mais rápido e às vezes sinto que ele pode parar, meus olhos estão fechados, sinto lágrimas escorrerem pela minha pele. Escuto vozes no fundo, me chamando, "quem é?" Estou com medo, onde você está James? A escuridão se manifesta como um véu de solidão e desamparo, uma ausência de luz que envolve a alma em um abraço gélido de tristeza. A sensação de estar perdida no meu próprio labirinto sombrio, onde cada passo parece me levar mais fundo na escuridão de minha própria mente. O eco silencioso dos meus pensamentos melancólicos que estão intocados nos meus pensamentos, alimentando uma sensação de desespero e desamparo. Não sei o que está acontecendo, mas algo está escurecendo qualquer esperança de luz e calor e deixando apenas a sensação de vazio e desolação no meu coração.   A sensação de estar me afogando em um oceano de tristeza sem uma boia para me salvar. Lutando contra a correnteza implacável que me arrasta para baixo, para um abismo de desespero sem fim. Sinto o cheiro do perfume de James no ar e tenho certeza de que é ele quem me carrega, não sei o que está acontecendo já que tudo dói. Meu peito está apertado, meus olhos pesam, meus ossos estão doloridos e não consigo respirar direito. Escuto a voz de Arthur e de James, mas não consigo entender nada, depois de um tempo volto a respirar novamente, mas ainda não consigo abrir meus olhos já que tudo dói, dói muito...

 [...]  

    Abro meus olhos, mas ainda assim os fecho rapidamente devido à claridade, observo todo o quarto e vejo estar no hospital, o barulho da máquina estava por todo o lado, o som dos pingos de soro ao meu lado me incomodam. James estava deitado ao meu lado segurando minhas mãos, "parece cansado...". Passo minha mão em seu cabelo e o vejo se remexer um pouco, talvez seu corpo estava doendo pela posição ou estava sonhando, não sei bem. Maria entra no quarto com uma bandeja com canja e uma maçã e um copo branco.

— Está melhor? — Mary sussurrou enquanto se aproximava.

 — Um pouco... — suspiro cansada.

— James não saiu do seu lado por dois dias! — Olho confusa e assustada.

— D-Dois dias? O que houve? 

— Seu coração está falhando, seus órgãos não estão recebendo sangue suficiente, o'que fez você ter uma parada cardíaca enquanto dormia, se James não estivesse do seu lado você estaria morta agora. — Maria coloca a bandeja em meu colo e mesmo que eu esteja com fome não consigo comer, sinto que qualquer coisa que botar na boca agora eu possa botar para fora.

 — Sei que não está bem, mas precisa comer. — Maria faz carinho em meus cabelos e lágrimas caem de meus olhos, meu tempo está acabando mais rápido do que pensei.

   Abraço Maria com cuidado e choro, choro de tristeza, choro de amor, de raiva, qualquer coisa que me faça manter minha mente sã. Quero morrer, mas não posso partir assim, ainda tem alguém que eu não quero ver chorar. Disseram que a passagem do tempo cura nossas feridas, mas quanto mais o tempo passa maior é a dor, meu choro não para e só aumenta cada vez mais, o corte em meu coração é tão fundo que talvez ele nunca se recupere.    Maria me abraçava com força e chora comigo, todos os momentos que passei com cada um deles passa em minha mente como um filme. Maria me ensinando a dançar, me ajudando a iniciar na carreira de escritora. Quando descobri minha doença com Arthur, quando conheci Ashia e Amai, nossas brincadeiras e viagens. Quando James apareceu em minha vida no momento mais difícil dela, quando eu já tinha desistido de tudo e ele me trouxe luz. Nos declaramos, do primeiro beijo, do primeiro toque íntimo, da nossa noite três dias atrás no circo e no restaurante. Por que é justo agora? Por que tudo tem que dar errado agora? — Me desculpa princesa, eu não sei como te salvar. — Maria soluçava de tanto chorar e eu não estava diferente, meu coração dói tanto que parece querer explodir. James estava acordado e nos observava com Arthur, que estava parado na porta, sei que não só eu e Maria, mas eles também queriam chorar, porém, são orgulhosos demais para fazer isso agora. James fez carinho em meu cabelo e seus olhos estavam marejados, talvez se eu não tivesse o conhecido estaria doendo menos, mas conheci o amor com ele, conheci o sentido de felicidade, nunca houve outro homem em minha vida, sempre foi James Castellani.

— Eu te amo Mary, eu te amo muito, nunca esqueça isso! — Arthur colocou sua mão em meu ombro e sorriu tristemente.

 — Saiba que você é minha filhotinha!

— Para de ser molenga... — fungo baixinho.

   Porra, talvez isso seja um castigo de Deus, eu fui uma pessoa muito ruim na minha vida passada. James beijou meus lábios com volúpia enquanto murmurava "eu te amo" Arthur sorriu e saiu com Mary me deixando sozinha com James.

 — Me desculpe, por não poder ficar com você por muito tempo... — meus olhos ardiam de tanto chorar, mesmo que eu tentasse segurar as lágrimas, elas não paravam de escorrer por meu rosto. 

— Mary, eu escolhi amar você em todas as minhas vidas, e mesmo que você morra de novo, eu sempre vou escolher você, escolherei você dez mil vezes se for possível! — James seca minhas lágrimas com seu dedo e sorri.

— É com você Mary Alves, é só com você que eu me sinto bem, é ao seu lado que encontro tudo o que preciso, em você encontrei o'que eu não tinha e aquilo que eu nunca imaginei querer — sussurrou, deixando um beijo casto em meus lábios, seus olhos derramaram algumas lágrimas enquanto sorria.

— Eu sempre te quero... mais do que você possa imaginar. Algo que até mesmo eu não consigo explicar, apenas demonstrando com beijos e carícias. Demonstrar que só você faz meu coração bater e se não fosse meu maldito sangue, ele bateria aí dentro do seu peito! Meu coração te escolheu Mary, meu coração sempre vai te escolher floquinho! — Eu chorei, dessa vez de paixão e amor, eu não tenho mais medo de morrer porque agora tenho alguém para encontrar na próxima vida.

— Isso é bom... porque sou somente sua, sempre foi você, não vou te guardar em meu coração porque ele parará de bater em breve e eu já não mais existirei, mas eu te dou minha alma James Castellani, vou te guardar para sempre em minha alma e quando nos encontramos novamente, eu finalmente poderei ser sua de novo! — Os olhos de James brilhavam, eu era dele e de mais ninguém. Consigo enxergar o amor em seus olhos e talvez minha voz embargada tenha tocado seu coração, James beija minhas mãos e entrelaçou nossos dedos. Ele me puxou para mais perto de seu corpo e me beijou, um beijo apaixonado e intenso que demonstrava todo nosso amor.   O beijo ficou mais quente que eu esperava, eu estou completamente paralisada que nem sei como reagir. Sua língua entrou em minha boca e tento falar algo, eu estou tão extasiada que nem percebi estar suando e a começar a me sentir cansada, mas só consigo pensar em uma coisa...

— Não pare James, por favor... — seu sorriso apaixonado fez meu coração ficar quente e quase derreter.

— Eu não pretendia parar. — ele respondeu, descendo as mãos pelo meu corpo de uma maneira tão carinhosa e sedutora. E ali, naquela cama de hospital, não só nossos corpos se conectaram de uma forma inesquecível, mas também nossas almas se amaram por muito e muito tempo. James me possuiu por inteira, me amando e reverenciando meu corpo com cuidado. Estávamos conectados de maneiras que nem eu mesma possa entender ou explicar, poderia ser a nossa última vez, mas ali, com o corpo queimando pelo desejo, desejei que de algum jeito fosse também a primeira de muitas...   Deus, se eu tiver uma próxima vida, me deixe amá-lo de novo? Não quero viver sem ele... não existe uma próxima vida sem James Castellani...  

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Capitulo sem revisão :)