Capítulo 11

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Infelizmente o encontro no restaurante havia acabado, mas pelo visto a noite seria longa e James tinha vários planos para a noite. Descemos do carro e entramos de mãos dadas no circo, meus olhos brilhavam em antecipação diante das maravilhas que eu observava. O som alegre de música circense enchia o ar enquanto de um lado da tenda, malabaristas praticavam suas acrobacias e palhaços faziam brincadeiras com o público.

James podia não demonstrar, mas seus olhos brilhavam enquanto observava todo o lugar.

— Floquinho, vamos nos sentar perto do espetáculo de malabarismo? — rio baixo de sua animação — Meu Deus, James, você parece mais criança que Ashia e Amai!

— Mas parece ser espetacular! — Respondeu James, com um sorriso travesso.

Entramos na tenda e já fomos recebidos por um palhaço todo pintado de vermelho e branco que nos conduziu a nossos assentos. Estávamos esperando o show começar e James surgiu com uma pipoca para nós, não percebi o momento que ele as comprou, mas não recusei. O show começou e estávamos maravilhados, James dava algumas risadas leves quando não aguentava segurar, mas a todo momento tentava se manter inexpressivo.

Os artistas equilibram-se em alturas impressionantes e até realizavam acrobacias que para mim eram impossíveis. A tenda estava tensa, outrora estava em êxtase a cada truque bem-sucedido, James e eu batemos palmas como se fossemos crianças que vieram ao circo pela primeira vez. Após os vários outros espetáculos que vimos, saímos da tenda rindo e comentando sobre os melhores momentos.

O cheiro do algodão-doce pairava pelo ar, as luzes coloridas do circo piscavam ao longe.

— Que noite incrível querido! — falei enquanto o abraçava.

— Obrigada por me trazer aqui, foi a melhor noite da minha vida!

— Não há lugar no mundo que eu preferia estar do que ao seu lado agora Mary... — James retribuiu meu abraço com ternura, me trazendo para mais perto de seu corpo.

— O'Que você acha de irmos até a barraca de jogos agora? Quem sabe podemos ganhar algo de recordação? — Dou um sorriso alegre concordando com a cabeça, mesmo se não ganhássemos o resultado seria o mesmo, uma noite incrível que se tornaria uma memória inesquecível até minha morte.

Entramos no carro e minhas gargalhadas eram só o que se ouviu naquele momento. James tentou de tudo para ganhar um urso de pelúcia para mim e apesar de sempre tentar acertar o alvo, diz ele que algo estava o atrapalhando, no fim o dono da barraquinha disse que poderíamos comprar o presente, o'que deixou meu adorável namorado morrendo de raiva.

James estava com uma cara de raiva, mas apesar de se fazer de durão, sua expressão não durou muito enquanto me observava.

— Fico feliz que consigo fazê-la rir floquinhos! — Sequei algumas lágrimas que caíram de meus olhos devido às risadas.

— Você sempre me faz rir, senhor Castellani, o inimigo das barraquinhas de tiro ao alvo! — James revirou os olhos e ligou o carro, o urso que ganhei é uma pelúcia gigante em forma de panda e não me pergunte como ela coube no carro.

Enquanto James dirigia, eu procurava alguma música que tocava no rádio até parar na minha música favorita, James me olhou confuso quando comecei a cantar. O mesmo me olhava como se eu fosse doida e outrora como se eu fosse uma cantora famosa, mesmo não sendo o tipo de música que escuto normalmente ela passa uma vibe ótima que por algum motivo combinou com o clima descontraído no carro.

— Você me acha louca?

— As melhores pessoas são loucas, minha querida! — desvio o olhar envergonhada e sorriu tímida — Alice no país das maravilhas?

— Me pegou — Sorriu de lado.

— Desde quando lê livros? — perguntei curiosa, o fuzilando com o olhar.

— Desde que descobri que você ama ler...

Meus olhos com certeza estavam brilhando, ele não tem noção de como uma simples frase fez meu coração bater forte, eu sentia meu peito doer, mas dessa vez não de dor, mas sim de amor... Amo James Castellani como se precisasse dele para respirar, ele se tornou insubstituível em poucos meses de convivência, eu queria tê-lo conhecido antes...

                                                                                           [...]

James Castellani

Observo a mulher por alguns segundos antes de voltar a prestar atenção na estrada, por alguns milésimos de segundos, seus olhos ficaram vazios e pensativos. Tenho certeza que seus pensamentos negativos a dominarão de novo, ela tem o péssimo hábito de pensar coisas complicadas quando, na verdade, não passam de migalhas.

Mudo a rota, ao invés de levá-la a sua casa dirijo em direção ao parque. O tempo está abafado e algumas nuvens de chuva se formam no horizonte, Mary não parece ligar muito quando virei o carro à esquerda do nosso habitual caminho. Uma música reconfortante começa a tocar no rádio, o silêncio carregado de tensão paira entre nós.

Estaciono o carro em um canto tranquilo do parque, onde o lago serpenteava suavemente entre as árvores. Uma noite perfeita, o ar carregado com o aroma fresco da grama recém-cortada e das flores silvestres. Saio do carro e abri a porta para Mary, oferecendo-lhe a mão para sair, assim que ela se juntou a mim do lado de fora, senti um arrepio percorrer minha espinha ao sentir sua mão na minha. A segurei com firmeza, como se temesse que ela pudesse escapar a qualquer momento.

Caminhamos lentamente pelo carro, vaga-lumes dançavam ao redor do lago e das flores, dando um brilho mágico ao lago sereno. As estrelas pontilham o céu escuro, como se estivesse nos observando.

Me perdi em meus próprios pensamentos enquanto caminhávamos. Observei Mary ao meu lado, sua beleza iluminada pela luz suave dos vaga-lumes. Seus olhos verdes brilham com ternura, e as sardas em suas bochechas parecem ainda mais adoráveis com a luz da lua. Uma onda de preocupação percorreu meu corpo quando o pensamento de seus dias contados estarem chegando me assustou. Penso nos de coração da Mary, nas brigas constantes de meu pai em casa enquanto minha mãe se recupera. Me pergunto se conseguiria fazê-la feliz, se conseguiria protegê-la.

— Mary... — chamei, minha voz vacilante com a intensidade de meus sentimentos. — Você está bem? Quero dizer, realmente bem? — Mary me olhou com um sorriso suave, seus olhos refletindo uma mistura de emoções.

— Estou bem, James. Não se preocupe comigo, estar aqui com você é tudo o que preciso. — Suas palavras me acalmaram, mas ainda assim, uma sensação de medo persistia em meu peito. Quero ser o melhor para ela, quero fazer tudo certo, mas às vezes sinto como se estivesse lutando contra uma batalha que não posso vencer.

Continuamos nossa caminhada, olho para as mãos da mulher e sorri quando notei suas unhas pintadas, uma cor suave que combina com sua pele pálida. Me pego hipnotizado pela simplicidade de sua beleza, pela maneira como ela parece radiante mesmo nos momentos mais sombrios.

— Você é deslumbrante, sabia? — murmurei, minha voz banhada em admiração.

— Eu não sei oque fiz para merecer alguém como você. — Mary sorriu, seus belíssimos verdejantes brilhando em gratidão e amor.

— Você me faz feliz, James. Você faz eu me sentir única, a mulher mais amada do mundo como se só existisse eu. — sorri, meus olhos focados em todo seu rosto delicado enquanto a puxo para um abraco.

— Porque você é a única para mim, Mary. Nenhuma outra mulher pode se igualar a você, as deusas do olimpo se curvariam diante da sua beleza. — Sussurro em sua orelha. — Você é mais que uma simples mulher, Mary. Você é a minha musa, minha deusa, minha namorada e eu queimaria o mundo para te ver sorrir!

Voltamos a caminhar, a mulher estava com suas bochechas coradas e abria sua boca diversas vezes procurando uma resposta. À beira do lago, paramos para observar as ondas suaves batendo na costa. Me sinto grata por tê-la ao meu lado, por ter alguém que eu possa ser o verdadeiro eu, olho para o rosto sereno de Mary a luz da lua, e eu sei que não trocaria esse momento por nada no mundo.

Ela é o meu mundo...

Entre as EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora