Capítulo 7

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                                                 O que sentimos, transcende o tempo...

— Como você está? — sua voz rouca e preocupada tomou conta do lugar.

— Estou cansada, mas vou ficar bem!

Não, eu não estava bem e ele sabe disso, a pressão em meu peito estava de volta e às vezes era sufocante. Meus cabelos ruivos já não tinham mais cor e algumas mechas caíam em meu rosto, minha pele lisa e iluminada já estavam ressecadas e com manchas, minhas bochechas coradas e rechonchudas já estão ficando fundas e sem cor. Gradualmente meu corpo está morrendo e não só meu coração como outros órgãos também estão parando.

Arthur contou que minha situação está crítica e que preciso de um coração em cinco meses e sabemos que é impossível eu ganhar um coração compatível com o meu tipo sanguíneo, com o passar dos dias isso só fica mais nítido e mesmo que James mova toda sua fortuna por um coração compatível comigo, ninguém o faria.

— Está pensativa de novo... — Suspirei cansada me ajeitando na cama.

— É inevitável, conforme o tempo passa mais e mais pensamentos se acumulam! — James sorriu e enrolou seu dedo em meu cabelo enquanto me observava, ele sempre faz isso quando está ansioso.

— Eu trouxe girassóis, são os mais lindos que já vi... — pisco meus olhos várias vezes evitando chorar.

— E... como estão? — ele sorriu com os olhos marejados e desviou o olhar.

— Diz o dono da floricultura que as pétalas estavam com orvalho na hora que as colheu. — Toco seus cabelos descendo para seu rosto, James aproximou seu rosto do meu enquanto observava meus lábios, olhei em seus olhos azuis e depois para sua boca. Nossas respirações estavam calmas e alinhadas, sua mão repousou em minha nuca.

James está corado e eu com certeza também estou, até mesmo pior. Passo minha língua em meus lábios ressecados e observo James imitar meu movimento, o quarto estava frio, mas agora está cada vez mais quente, queima como chamas, a paixão ardente que havia em meu coração estava prestes a se tornar um campo de fogo. Nossos corações estavam acelerados e batiam no mesmo ritmo.

Acordo deu meus pensamentos com Arthur e Maria entrando no quarto, James rapidamente se afastou sentando na cadeira com o rosto todo vermelho e eu desviei meu olhar dos outros dois que nos observa como duas águias, como se acabasse de descobrir nosso maior segredo, ou melhor, seria um segredo se o beijo tivesse acontecido.

— O que foi? — Olhei brava para ambos, que levantaram a mão em rendição.

— Viemos avisar que você pode ir para casa amanhã, mas não pode ter alteração de humor muito elevada, ouviu? — Arthur alertou.

— Ok chefe! — finjo continência e sorri falsamente já que ele odeia essa minha expressão.

Escuto um estalar de língua e rio baixinho com James que observava a cena em sua frente com seu típico sorriso de príncipe malandro.

— Cuidado Arthur, a idade pode te deixar caduco — Arthur o fuzilou com o olhar enquanto Maria gargalhava, chamar o homem de velho é o mesmo que tentar apagar um incêndio com gasolina.

— Estou velho, mas ainda tenho trabalho e você? Quer ficar sem? — solto uma gargalhada junto de Maria que já estava chorando de rir, James e Arthur se fuzilavam com o olhar enquanto maquinava em suas mentes ofensas ditas pelo olhar.

Apesar das brigas, o amor e ódio entre eles era muito engraçado, e tudo ficava ainda mais alegre quando os dois brigavam por coisas banais como essa.

Entre as EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora