Tempo

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Carolina sentiu uma fisgada no peito. Seus batimentos aceleraram tanto ao ponto de seu coração parecer querer sair do peito.

Era como se um flashback de toda a vida passasse na sua frente naqueles poucos segundos em que ela raciocinava.

Natália a encarava apreensiva, ansiosa para ouvir uma resposta.

— Namorar? Futuramente? — Carol estava tão nervosa que desandou a falar descontroladamente. — Quer dizer, não agora, mas daqui um tempo a gente ficar juntas e assumir pra todo mundo que somos um casal, tipo... tipo namoradas?

— Sim, quer dizer... Se você quiser e se não for um problema pra você assumir algo comigo. Mas não precisa ser agora, eu não quero apressar as coisas. Quero ir com calma, quero que confie em mim o suficiente para que nós possamos ter algo sério. Porque eu quero de verdade ser sua, Carol. E gostaria muito que você fosse minha.

— Natália, eu... nossa! — suspirou — Nem sei o que te dizer... Eu realmente quero ir com calma. Não quero me precipitar. Tive algumas cicatrizes durante a minha vida e tenho medo de me machucar novamente se me envolver tão depressa...

— Entendo. — a expressão de Natália se entristeceu na hora.

— Mas... nós podemos tentar. Quero dizer, nós podemos ir com calma e ficarmos juntas e... bem, quando estivermos seguras nós firmamos esse compromisso.

— Tudo bem. — a morena sorriu fraco.

Carol a abraçou novamente, recostando a cabeça em seu peito.

Logo Natália a abraçou também, aconchegando-a em seus braços.

— Não me entenda mal. — a morena suspirou — Eu só acho que ainda não estou preparada para assumir uma relação agora. Tenho receio do que pode acontecer se formos rápido demais. Mas nós podemos ter uma coisa nossa. Só nossa...

— Carol, tudo bem, Não precisa se explicar.

— Eu só quero que saiba que não há mais ninguém com quem eu gostaria de estar nesse momento. Estou muito feliz de estar aqui com você, não imagina o quanto...

A morena suspirou deixando um sorriso escapar de seus lábios.

Passaram um longo tempo em silêncio, apenas apreciando a vista, a brisa do mar e o clima romântico que permanecia ali, até que Natália sentiu a respiração de Carolina mais pesada e notou que ela havia dormido com o corpo aninhado ao seu.

— Heyy, Carol. — acariciou seus cabelos tentando acordá-la — Vamos para o quarto na cabine.

— Humm... — a morena ronronou como um gatinho se espreguiçando, o que provocou uma risada em Natália.

— Vamos, gatinha preguiçosa.

— Pra onde? Tá tão bom aqui. — disse se aconchegando novamente na mais alta.

— Vamos pro quarto, está ficando mais frio aqui. Vem?! — disse se levantando e puxando-a pela mão — Lá dentro é mais quentinho.

Carol se levantou a contragosto e se encaminhou para a cabine junto de Natália.

— Tem uns roupões no armário, se quiser tirar o vestido para dormir. — a morena disse assim que adentraram o confortável quarto.

— Dormir? — Carol a olhou sugestiva.

Natália a encarou sem entender, mas logo percebeu malicia em sua expressão e sorriu de canto.

— Sim, Senhorita Soffredini. Vamos com calma, não quero lhe faltar com o respeito antes de ter um compromisso sério com você. Vou fazer tudo como manda o figurino disse prendendo o riso.

My Boss | NAROLOnde histórias criam vida. Descubra agora