Frágil

365 50 11
                                    


— Carolina Soffredini... — o homem muito bem-apessoado disse sorrindo — Boa noite!

— O que faz aqui? — não ficou nem um pouco feliz com aquela visita.

Ulisses arqueou uma sobrancelha mirando a morena com bom humor.

— Eu poderia conversar com você um instante? Se não for incômodo...

— Você vai me desculpar, mas é um incómodo sim. — disse irritada — Acabei de chegar do trabalho e estou muito cansada para receber visitas. Aliás, como encontrou minha casa? Como sabe onde eu moro?

— Eu poderia lhe responder todas essas perguntas e outras mais que imagino que tenha a me fazer se pudesse, por favor, me deixar entrar.

A morena suspirou impaciente.

— Ok. — disse estendendo a mão para lhe dar passagem.

Sentados no sofá da sala, Carol fitava o homem com olhar acusador, esperando uma explicação plausível para aquela visita inesperada.

— Bom, imagino que esteja se perguntando o porquê da minha visita.

— Primeiro eu quero saber como foi que encontrou a minha casa.

— Digamos que não é difícil descobrir. Você trabalha para uma amiga minha, o Luís é um velho conhecido. Saber a rotina da casa dos Cardosos não é um problema para mim. Eu só precisei seguir o motorista. Durante o dia ele serve a casa, mas o seu primeiro e último trabalho do dia é servir você.

- Claro que por ordens da Natália. Imagino que se sinta privilegiada por isso, Senhorita Soffredini. — a morena o encarou com irritação — Não é fácil conquistar a atenção especial de uma mulher como ela.

— Creio que não esteja aqui para falar de como a Natália trata os seus funcionários, Senhor Ulisses. E eu já estou cheia de ouvir isso por hoje!

— Acredite, minha cara, você é muito mais que uma simples funcionária para a Natália. — sorriu maldoso — Mas de fato não estou aqui para falar da vida amorosa da minha amiga.

Carol o fitou com indignação.

— Estou aqui para falar da minha vida amorosa. — completou.

— Se procura a Adriana veio ao lugar errado. E se está pensando que irei mover um dedo sequer para ajudá-lo a falar com ela, está duplamente enganado.

— Vejo que já sabe que não nos falamos desde o ocorrido na festa. Imagino que saiba de tudo com detalhes. Ela me falou muito de você e se não me engano é mais que uma amiga para a Adriana.

— Sim, a Adriana é como um irmã para mim e como tal eu quero a felicidade dela, coisa que ao seu lado acho difícil ela ter.

O homem de olhos castanhos sorriu fraco.

— É claro que você deve me achar um cafajeste, no seu lugar eu também concordaria. Mas acredite, eu tenho meus motivos para querer manter a discrição.

— Manter discrição é muito diferente de desprezar e tratar com indiferença, Ulisses!

— Sim, concordo, Confesso que me desesperei de certa forma ao vê-la ali naquela festa. Não imaginei que ela estaria lá naquela noite.

— Se desesperou porque tinha medo de ser visto ao lado dela ou porque estava com a Natália ao seu lado? — provocou com raiva.

Ulisses não conteve o riso.

— Vejo que temos alguém com questões pendentes relacionadas à sexualidade por aqui.

— O que é que você está querendo, Ulisses? Fale de uma vez e pare de fazer insinuações.

My Boss | NAROLOnde histórias criam vida. Descubra agora