— Carol, você disse alguma coisa? — César chamava a mulher em sua frente que mantinha o olhar fixo em um ponto ao longe sem o fitar — Carolina, você ainda está aí?— Sim. Eu... — disse voltando a si — Eu me distraí.
— Está tudo bem? De repente parece que viu um fantasma.
— Não, é só uma sombra do passado. — disse tentando retirar o nervosismo que crescia em seu peito naquela hora.
Carlos a encarava confuso, mas preferiu não questionar.
— Então vamos pedir o jantar? Quer dizer, você ainda quer jantar comigo? Como amigos, é claro. Vamos selar a nossa amizade com esse jantar com a minha promessa de que eu não vou mais me insinuar romanticamente pra você. — sorriu sem jeito.
Carolina mal prestava atenção no que o homem falava. Seus olhos não saíam da mulher morena sentada a alguns metros dali.
— Num dia ela diz que me ama e poucos dias depois está jantando acompanhada, toda animadinha. Francamente, Natália. — sussurrou raivosa com o olhar fixo em sua ex-chefe.
— Como disse? — Carlos continuava sem entender.
— É... Vamos sim. Jantar, isso.
— Carol, você está bem? Se preferir podemos ir embora, eu vou entender.
— Não, quer dizer, sim. Na verdade eu prefiro ir, Carlos. Não estou me sentindo muito bem.
— Tudo bem, vamos então.
— Mas se eu sair agora ela vai me ver. — continuava fitando à frente arregalando os olhos..
— Ela quem?
— Hã? Quem? — encarou o homem.
— Acho que você não está bem mesmo. — sorriu — Podemos ir então?
— Não. Eu acho melhor nós ficarmos. Talvez o jantar me faça bem. — disse tensa tomando um pouco de água tentando aliviar a situação.
— Você tem certeza? Podemos marcar para outro dia.
— Não. — sorriu forçadamente ao observar Natália numa conversa cheia de sorrisos com uma elegante mulher loira à sua frente — Eu vou ficar para ver até onde vai esse jantar.
Carlos a fitava cada vez mais confuso, mas apenas assentiu e chamou o garçom.
Carol engolia a comida como se fossem pedras cortantes rasgando a sua garganta. Tomava um gole de vinho após cada garfada na tentativa de conter o misto de sentimentos nada nobres que passavam por si.
— Eu não entendo como as pessoas são relapsas quando se trata da própria saúde. — Carlos dizia em uma conversa quase monóloga, enquanto Carolina ainda mantinha os olhos, faiscando de raiva, fixados na morena na outra mesa.
- Manter hábitos saudáveis não é difícil e evita muitos problemas. O número de pacientes dentro de um hospital diminuiria consideravelmente se as pessoas fossem menos negligentes ao cuidar da saúde mental e física.
— Sim, é mesmo. — a morena assentiu sem nem saber do que se tratava — Cara de pau! Cínica! Dissimulada! — sussurrou irritada.
— O que? — Carlos a encarou com os olhos arregalados.
— O que? — Carol o fitou.
— Carol... — disse impaciente levando o guardanapo até a boca — O que é que está havendo?
— Nada.
— Como nada? Você parece aflita, inquieta. Mal presta atenção no que eu digo e está falando sozinha, dizendo coisas desconexas desde que chegamos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Boss | NAROL
FanfictionDona de uma das maiores empresas do Rio de Janeiro, Natália Cardoso se vê perdidamente apaixonada por sua secretária e advogada Ana Carolina Soffredini. O começo de uma loucura sem fim. 𝐀𝐝𝐚𝐩𝐭𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐍𝐚𝐭𝐚́𝐥𝐢𝐚 & 𝐂𝐚𝐫𝐨𝐥 𝘊𝘳𝘦́�...