Em busca de um amor perdido

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O coração de Seungmin pesava como chumbo enquanto ele se aventurava pelas ruas de Seoul, perdido em pensamentos e memórias que pareciam se desfazer diante de seus olhos. Cada esquina, cada rosto desconhecido parecia uma pista em sua busca desesperada por respostas. "Ficaria comigo pelo resto da vida uma ova", murmurou ele consigo mesmo, sentindo o peso da frase ecoar em sua alma. O que antes fora uma promessa de amor eterno, agora se transformara em uma jornada solitária em busca daquele que um dia foi seu porto seguro.

O sol poente tingia o céu com tons de laranja e rosa, refletindo a agonia que consumia Seungmin por dentro. Ele se encontrava em uma encruzilhada, dividido entre a esperança de reencontrar Chris e o medo do que poderia encontrar no final dessa busca. Cada passo era uma batalha contra a incerteza e a dor, mas ele se recusava a desistir.

Mesmo que seu coração estivesse em pedaços, a chama do amor ainda queimava dentro dele, alimentando sua determinação de seguir em frente, mesmo que cada passo fosse uma faca em seu peito.

O mais velho aprendeu, além da própria marca ardente nas suas maçãs do rosto, que deveria ser Chris. Já que mesmo quando queria estar sozinho ainda desejava Chan. Era um inferno. Sua racionalidade ia para o ralo quando o assunto começava com Bang e terminava com Chan, mesmo que não fosse loiro.

E isso definitivamente, estava fora de controle.
Não havia o que fazer. Tinha se perdido naquele jeito abobalhado, fascinado pelo desconhecido dele. Naqueles olhos de jabuticaba e principalmente no sorriso típico de um filha da puta. Parecia que a conexão infantil, singela e calorosa com o passar dos anos tinha entrado em chamas. Quente como brasa.

Antes, poderia dizer, que em suas memórias mais antigas, a troca de olhares gritava ingenuidade, pureza. Hoje, mesmo com ódio da cara dele, poderia afirmar com todas as letras que se trocassem um olhar sequer, seus olhos transariam. Eram simples assim. Mesmo sem querer, ele queria Christopher Bang cada vez mais. Aqueles braços musculosos, mãos gigantes e calejadas. Tão homem. Porra, Seungmin estava realmente na seca.

A cada esquina que virava, Seungmin se via confrontado com lembranças de momentos compartilhados com Christopher. O riso contagiante do outro, o toque suave, mas daquele jeitinho dominante que só ele consegue, de suas mãos, o calor reconfortante de seus abraços.

Cada lembrança era como uma faca afiada perfurando seu coração, deixando-o mais perdido e desesperado do que nunca. Mas mesmo diante da dor avassaladora, ele se agarrou à esperança frágil de que, em algum lugar na vastidão da Coreia, Chris estivesse procurando por ele também. Pensava que estava finalmente vivendo seu dorama, mas infelizmente, a possibilidade de ser um "Pousando no amor" estava maior do que conseguia acreditar. Pelo menos, sabia que a audiência será fenomenal.

O crepúsculo lançava sombras alongadas sobre as ruas de Seoul, envolvendo Seungmin em um manto de melancolia e nostalgia. Ele se perguntava se Chan sentia o mesmo vazio que o consumia, se também lutava contra as correntes do passado em busca de redenção e reconciliação. A solidão o envolvia como um cobertor gelado, mas ele se recusava a sucumbir a ela. Se havia uma chance, por menor que fosse, de reencontrar o amor que havia perdido, ele estava disposto a enfrentar todas as adversidades que se interpusessem em seu caminho.

Enquanto as luzes da cidade ganhavam vida ao seu redor, Seungmin sentiu uma determinação silenciosa crescer em seu peito. Ele sabia que a jornada à sua frente seria difícil e cheia de obstáculos, mas estava disposto a enfrentá-la de cabeça erguida. Pois, mesmo nas profundezas da escuridão, ele ainda acreditava na possibilidade de encontrar a luz no fim do túnel. E com essa fé ardente alimentando sua alma, ele continuou sua busca incansável por aquele que um dia fora sua razão de viver.

O metrô de Seoul era um labirinto de pessoas apressadas e destinos desconhecidos, um reflexo caótico do mundo interior de Seungmin.

Cada estação que passava era uma pequena esperança de que sua dignidade estivesse ali, perdida entre a multidão anônima. Baekhyun olhava atentamente para cada rosto, procurando por aqueles olhos escuros que o haviam hipnotizado tantas vezes antes, mas, a esperança se transformava em desapontamento a cada pessoa que passava por ele sem o menor sinal de reconhecimento.

Enquanto o metrô seguia em seu caminho inexorável, Kim se via confrontado com suas próprias dúvidas e medos. Será que o mais novo ainda o amava, mesmo depois de tudo o que haviam passado? E se o encontrasse, seria capaz de perdoá-lo por ter partido sem dizer uma palavra? Essas perguntas ecoavam em sua mente como um mantra constante, enchendo-o de ansiedade e incerteza.

Mas mesmo no meio da confusão e da agitação do metrô, Seungmin encontrava momentos de calma e clareza. Ele se permitia fechar os olhos por um instante, respirar fundo e se concentrar em sua determinação de encontrar Chan, não importava o que fosse preciso. Pois, no fundo de seu coração, ele sabia que não poderia desistir tão facilmente do amor que os unia, mesmo que o mundo ao seu redor parecesse conspirar contra eles.

Se fosse para viver um drama adolescente, sua própria malhação, deveria fazer direito.
Enquanto o metrô se aproximava de mais uma estação, Seungmin sentiu um lampejo de esperança se acender em seu peito. Talvez, apenas talvez, o próximo passo de sua jornada o levasse diretamente aos braços de Christopher. E com essa certeza aquecendo sua alma, ele embarcou no trem da vida mais uma vez, determinado a seguir em frente até encontrar seu amor perdido.

[...]

Quando as portas do metrô se abriram na estação de Hangangjin, Seungmin sentiu seu coração disparar. Um sopro de ar frio entrou, misturando-se com a agitação usual da multidão que entrava e saía. Ele se levantou, seus olhos vasculhando freneticamente a plataforma enquanto o pânico e a esperança brigavam por espaço em seu peito.

De repente, entre a multidão, ele o viu. Bang Chan estava lá, tão real quanto as marcas em sua própria pele, parado do outro lado da plataforma, olhando para o painel de horários acima. O coreano sentiu seu fôlego desaparecer. Por um momento, o mundo ao redor pareceu diminuir em volume e intensidade, reduzindo tudo a uma única realidade: Christopher estava ali.

Sem pensar duas vezes, Seungmin começou a se mover, esquivando-se de pessoas e obstáculos, seu foco fixo em Christopher. À medida que se aproximava, podia ver os detalhes que havia memorizado e sonhado tantas vezes — os cabelos desarrumados pelo vento, a jaqueta de couro que ele sempre gostava de usar, a maneira como ele mordiscava o lábio inferior quando estava pensativo.

Chan levantou os olhos de repente, seu olhar cruzando com o de Kim Seungmin, ele parecia perfeito. O reconhecimento brilhou em seus olhos, seguido rapidamente por uma emoção complexa, uma mistura de surpresa, medo e algo que Seungmin ousava esperar que fosse alívio. Eles permaneceram imóveis por um segundo eterno, olhando um para o outro através da multidão e do espaço que os separava.

Finalmente, Seungmin fez os últimos passos que os separavam. Chan engoliu em seco, seus olhos nunca deixando os do mais velho.

—— Seungmin... - ele começou, a voz um pouco incerta, mas exalava carinho. O mais velho o interrompeu, não com palavras, mas com um abraço apertado, afundando-se no calor e no cheiro familiar de Chris, permitindo que todas as emoções reprimidas fluíssem livremente. Eles se seguraram com uma desesperança que falava de meses de separação e a dor de promessas quebradas.

—— Eu te encontrei - Seungmin sussurrou, quase sem fôlego. - Eu te encontrei, e não vou te perder de novo.

Christopher se afastou um pouco, olhando para Seungmin com uma intensidade que fez seu coração saltar. —— Eu não imaginava ue você me encontraria - ele admitiu, sua voz tremendo com emoção. - Mas agora que você está aqui, não consigo pensar em nada que eu queira mais do que ficar com você.

Ali, naquela estação de metrô movimentada, com o mundo girando à sua volta, eles se reencontraram. Não apenas física, mas emocionalmente, cada um enfrentando as sombras do passado, dispostos a tentar construir um futuro onde as promessas pudessem ser renovadas e mantidas.

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