Coração perdido pede simplesmente por recomeçar

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O dia ensolarado evidenciava boas novas. Kim Seungmin acordou como se dormisse por meses, dormiu como uma princesa em seus lençóis de seda. O quarto completamente caótico de Gyuvin dizia bem que Seungmim não estava em casa, necessariamente. Na realidade, fazia muito tempo que ele não se sentia daquele jeito. Acabou decidindo passar uma temporada na casa do melhor amigo para mudar um pouco a rotina. E mesmo estando familiarizado com o local, era nítido sua presença, já que outrora, um terço do quarto não parecia ter explodido em bomba cor de rosa.

O apartamento de última geração do mais novo estava virado de ponta cabeça, e, ainda não sabia como a adaptação da sua bolinha de neve, Athena, a gatinha, tinha sido tão agradável. Roupas e mais roupas reviradas e jogadas no chão, livros espalhados nos móveis e vários itens colecionáveis de Girls Generation poderia facilmente ser a definição do local. E, apesar de todas as constatações matinais, Seungmin estava calado.

Simplesmente pensando, ainda, em como sua vida chegou nesse estado. Normalmente, esse ambiente animado e bagunçado o faria sorrir, mas hoje ele apenas se sentia cansado. Cansado de tudo. Cansado das brigas com o mais novo, cansado de tentar manter a aparência de normalidade, cansado de lutar contra seus próprios sentimentos tumultuados.

Ele se deixou cair na cama, afundando entre os lençóis rosados e macios enquanto sua mente se perdia em um turbilhão de pensamentos. Não conseguia evitar reviver cada momento doloroso dos últimos dias, cada palavra dita e cada olhar trocado.

Se pudesse voltar no tempo, apesar de, acima de tudo, compreender que isso muito provavelmente fazia parte do seu amadurecimento, atualmente ele só queria correr para os braços de Christopher e ignorar tudo. Como sempre fazia. Sentia como se estivesse preso em um ciclo interminável de ansiedade e desespero, incapaz de encontrar uma saída. A simples ideia de encarar mais um dia parecia esmagadora, e ele se perguntava se algum dia encontraria paz novamente.

Athena, sua companheira preguiçosa, esfregou-se carinhosamente contra sua perna, como se pudesse sentir sua aflição. Seungmin acariciou-a distraído, perdido em seus próprios pensamentos sombrios. Por mais que tentasse encontrar uma solução, parecia que suas preocupações só aumentavam, pesando cada vez mais em seus ombros.

O sol brilhava lá fora, iluminando o quarto com seus raios dourados, mas para ele, tudo parecia envolto em sombras. Ele fechou os olhos, desejando encontrar um momento de paz em meio ao caos que dominava sua mente. Mas mesmo na quietude temporária daquele quarto, a tempestade dentro de si continuava a rugir, implacável e avassaladora

Às vezes, se via fazendo questão de pensar que aquilo não passava de uma história futura, que contaria aos seus netinhos, onde serviria de exemplo de vida. Um exemplo de perseverança e força. Mesmo que ultimamente, ser perseverante e forte fosse tão difícil.. Meu Deus, crescer era realmente como um remédio amargo. Necessário, mas extremamente difícil de engolir.

Queria saber o que ele estava fazendo agora.. "Talvez sofrendo, assim como eu?" ou "Talvez estivesse superando mais rápido, é compatível com seu feitio" pensava Seungmin. Estava a ponto de delirar, realmente, deveria passar a retirar todos esses "talvez" da sua cabeça e fazer esse acontecimento virar um amontoado de vírgulas em sua história.

Mas, talvez, só talvez, ele sentisse saudades. Saudades o tempo inteiro. Daquele sorriso lindo, os olhinhos brilhantes... Porra, deveria ser um arrombado mesmo! Deveria ter matado o papa na vida passada, só assim, iria justificar tanta tomação de cu.

Seungmin se levantou da cama com um suspiro pesado, sentindo o peso do mundo sobre seus ombros. O simples ato de se vestir e enfrentar o dia parecia uma tarefa monumental. Cada peça de roupa que ele colocava era como um fardo adicional, um lembrete constante de suas lutas internas. Ele se viu olhando no espelho, observando seu reflexo sem realmente se reconhecer. Sua estatura era naturalmente esguia, mas com tudo o que tinha acontecido, parecia que só tinha piorado. Se pegou pensando se estava fazendo caso demais.

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