CAPÍTULO 07

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Ela tocava violino em uma banda irlandesa

Mas ela se apaixonou por um homem inglês

Beijei-a no pescoço e então eu a peguei pela mão

Disse: "Querida, eu só quero dançar"

GALWAY GIRL - Ed Sheeran 


O SOM DAS ONDAS CONTRA AS ROCHAS ERAM COMO NOTAS MUSICAIS. Cassiana estava sentada sobre a areia da praia encarando as vibrantes cores roxas, mescladas com o azul e o rosa do nascer do dia. Ela amava ver o sol nascer e se por. Para a dama nada mais era do o início e fim de um ciclo a cada dia. Uma chance para um recomeço era o que significava.

Uma semana havia se passado desde o dia em que descobrira que o duque queria derrubar a coroa de Wortesea. Todos os dias que se seguiram após aqueles madruga fizeram Cassiana vagar pela vila como um fantasma. Vira Alexander duas vezes, mas fugiu quando seus olhos se encontraram com os dele. Denápillos era firmemente ignorado. Ela sabia que ele faria perguntas as quais a dama não estava afim de responder ou de sequer pensar.

Seus olhos arderam. Uma lágrima escorreu e um soluço escapou. Ela não queria acreditar que o duque sonhador e brincalhão que conhecera anos atrás, que dedicou quase todos os dias de sua vida a infernizar, tinha se tornado um homem ganancioso. Virado um Abastado. A doçura de seu olhar havia sido substituída por uma ambição desastrosa.

Cassiana e Alexander tinham mais história do que conseguia se lembrar, mas agora, essa descoberta assombrou até mesmo os sonhos da dama. Pensar no homem que o duque deixará de ser a deixava desgostosa. Quando Alexander partiu sete anos atrás em busca de aumentar o prestígio do nome Asher, jamais imaginou que deixaria ser tomado pelos pecados dessa vida. Essa é a podridão da humanidade, buscar sempre mais do que pode carregar. Dias atrás quando viu seu navio ancorado, quando reconheceu o nome Lumiere gravado na madeira, sentiu seu coração apertar. Vê-lo depois de tantos anos era como olhar para o mar e sussurrar seu mais profundo sonho.

Infelizmente perderá seu amigo, perderá... Cassiana balançou a cabeça pela vigésima tentando não pensar na última coisa. Ela inclinou o tronco do corpo, sentando-se. Fitou a imensidão do oceano, conseguindo por fim ver o dia clarear por completo. Suas responsabilidades tinham começado cedo. Amassara o pão e fervera o leite, mas com os pensamentos a perturbando desde que levantara da cama, precisou sair para tomar ar fresco. Não reparou em nada ao seu redor após sair pela porta da cozinha e quando reconheceu a praia já era tarde para importar-se quão o fato de que o cozinheiro chefe lhe daria uma bronca. De uma maneira ou outra precisa voltar para ajudar no almoço.

O fato de ela ter passado uma semana inteira ignorando o duque fez com que ela ficasse sem nenhuma notícia sobre Martinho. Madame Corvel não saíra desde então da propriedade de Alexander. O orfanato estava sob os cuidados do restante dos professores e de Colleri. Sua preocupação era imensa, mas o medo de encarar a única pessoa que podia dar notícias era maior. No fundo Cassiana sabia que o pequeno estava bem. Se algo de ruim tivesse acontecido, Corvel já teria vindo atrás dela. Queria acreditar nisso.

Suspirou forte e levantou-se. Caminhou descalça sentindo a maciez e friagem da areia. Estava prestes a subir a escadaria de pedra que levava a passarela do cais quando duas vozes masculinas sussurraram o nome do Alexander. Um arrepio desceu pela espinha dela. Se enrijeceu no lugar.

Será que ele estava ali? E se ele a chamasse? E se fizesse perguntas?

— Merda! — chiou.

Estava pronta para dar meia volta quando as mesmas duas vozes masculinas soltaram um palavrão sobre sua pessoa. Percebeu então que não estavam falando com ele, mas dele. Cassiana subiu mais alguns degraus. Os dois homens não estavam se importando mundo com a altura da conversa, mesmo sendo sobre um dos homens mais importante dos cinco reinos. Um grande erro.

— Soube pelos próprios marinheiros de Vossa Graça que no mesmo dia em que o duque partiu da ilha de Mallen, uma carta endereçada em seu nome foi entregue. Dias depois, um ataque dos Bárbaros. Agora, dois dias depois da notícia ter chegado aos cinco reinos, ele recebe não uma carta, mas o mensageiro da casa de Mallen. — O homem deu um risinho. — Suspeito.

— Acha que Alexander esteja envolvido? — O segundo homem indagou com surpresa na voz.

— Além das inúmeras mortes, a maior parte da ilha ficou devastada, mas as propriedades do duque ficaram intactas. Isso foi assunto na Taberna Pleasure ontem, se isso não foi armação, o que poderia ser? — O sarcasmo era evidente.

— Porque acha que Vossa Graça voltou às terras Ashers depois de tanto tempo, sem ao menos uma pretendente a casamento?

Cassiana sentiu seu estômago doer com a última pergunta. Ela não queria ficar para descobrir o que os dois homens sem noção e amor a vida achavam, deu meia volta e fez um caminho mais longo até onde havia amarrado Celeste. A dama precisava voltar para o castelo para cumprir com suas tarefas, mas antes, precisava saber a verdade sobre esse ataque à ilha de Mallen e só tinha uma pessoa em todo o reino que podia dar informações verdadeiras, independente de quem fosse a pessoa.

Alexander poderia ter voltado muito diferente de quando partiu, mas Cassiana não podia, não queria, acreditar que ele seria responsável por tamanha devastação no reino de Mallen. Querer derrubar a coroa de Wortesea e desestruturar um tratado de séculos era uma coisa, mas matar, era outra.

O ranger da velha e pesada porta anunciou a sua entrada no estabelecimento. O alto barulho foi suficiente para o velho sentado numa das cadeiras, essa que estava reclinada e escorada numa coluna, sorrisse ao vê-la.

— Olá, minha pessoa de maior confiança. — Cassiana tinha um sorriso travesso nos lábios.

— Olá, minha melhor freguesa. — O velho homem devolveu o código com um sorriso ainda mais largo.



Não esqueçam a estrelinhas... Beijos, até a próxima.

SEM REVISÃO

Instagram da autora: a.babeecachos


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MONARQUIA - O Jogo do Poder | Livro 1 - SÉRIE REALEZAOnde histórias criam vida. Descubra agora