EM ANDAMENTO
E se a contínua existência de um reino precisa-se ser decidido através de uma competição até a morte?
No passado, após inúmeras batalhas sangrentas, acordos foram firmados e assim se formaram os cinco reinos. Após isso, durante três sé...
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Às vezes, eu vou ter que perder
O importante não é o quão rápido eu vou chegar lá
O importante não é o que está esperando do outro lado
É a escalada
THE CLIMB - Miley Cyrus
A ILUMINAÇÃO DA ALDEIA ERA FRACA, e isso dificultava as buscas por Martinho. Nem mesmo luz da lua cheia ajudava. Cassiana e Corvel já haviam percorrido desde o palácio aos limites da feira. Nenhum sinal dele.
A dama não ousou pedir ajuda a nenhum outro empregado, ela mais do que ninguém sabia o que era estar exausto após um dia de trabalho em qualquer área do palácio. Os guardas, ao contrário de outros serviçais, foram procurados pela dama, mas nenhum deles acreditou na história, pensaram ser uma armadilha. Desde a morte da rainha Amélia, toda a guarda palaciana tinha passado por um novo treinamento e recrutamento. Após a fatídica noite, todos os soldados passaram por uma inspeção e o rei mandou executar todos aqueles que levantaram suspeitas. Terem visto ou não o rosto do assassino, ou qualquer movimentação estranha, levará a maior parte dos homens de Baron para decapitação ou enforcamento. Alguns guardas eram amigos de Cassiana, e por isso Corvel conseguira chegar até a dama, contudo, nem mesmo eles puderam deixar seus postos para ajudar a procurar pelo pequeno.
— Como posso ter sido tão descuidada? Eu deveria...
— Não, não vamos pensar o pior. Acalme-se Corvel. — Cassiana gemeu por conta do peso da lamparina.
— Agradeço, Cassiana. Não sei se teria forças para procurá-lo sozinha. — A velha senhora tossiu por conta do frio.
— Me conte novamente como percebeu que Martinho havia sumido, talvez estamos deixando algo passar.
Cassiana parou e olhou ao redor. Percebeu que estava no mesmo lugar onde ofendera Alexander. Sentiu um arrepio pela lembrança. Antes de se virar para ouvir Corvel, gritou por Martinho. Nada.
— Estava na hora do jantar. Martinho comeu mais rápido do que de costume, eu cheguei a perguntar o porquê da pressa e ele me respondeu que precisa salvar o dia. Achei que era uma brincadeira nova, inspiração da sua história de mais cedo. — Fungou contendo o choro. — Tinha acabado de colocar as meninas na cama, então fui ao quarto dos meninos. Ele não estava na cama como os outros. Procurei por toda a casa, então fui atrás da senhorita no castelo.
Cassiana se odiou naquele momento ao pensar em Corvel andando sozinha à noite, ainda mais por tanto tempo. Mesmo a senhora tendo repetido a história, algo parecia estar fora do lugar. Não duvidava de Corvel em nenhum ponto, a dama sabia que ela não seria capaz de machucar nem mesmo uma flor, ainda mais uma criança. Cassiana sugeriu que fosse a Casa e procurassem ao redor. Talvez Martinho pudesse estar escondido esperando ser encontrado.
