Quando eu tinha sete anos, minha mãe me disse: "Vá fazer alguns amigos ou você ficará sozinho"
Quando eu tinha onze anos, meu pai me disse: "Arranje uma esposa ou você ficará sozinho"
Quando eu tinha vinte anos, a minha história havia sido contada
7 YEARS - Lukas Graham
— Um passarinho, dois passarinhos... — Cassiana cantarolou atraindo os olhares das crianças.
— Cassi! — Gritaram uníssono. As crianças se amontoaram em volta da mesma que puxou cada um para um forte aperto. De bochecha a bochecha depositou um beijo. Martinho foi o último a abraçá-la, demorando mais do que os outros.
— Tive sadade. — Martinho foi puxado para o colo da dama. O pequeno era seu favorito. Madame Corvel estava sentada mais a frente com um livro aberto. Cassiana se aproximou da dona do orfanato, sentando-se em uma cadeira vazia da sala.
— Achei que fosse aula de matemática. — Cassiana pegou o livro com a mão livre.
— Lucy faltou por conta da tosse. — Lamentou. O médico da aldeia não soube diagnosticar a moça. Viúva e com um filho, sem condições para qualquer remédio. Com muito custo havia conseguido uma consulta.
Cassiana tentou disfarçar a tristeza, pelas crianças, principalmente por Martinho. Ela não gostava de mentir e ele costumava sempre perguntar e questionar o que Cassiana queria esconder.
Toda sexta, perto do fim do dia, a dama visitava a Casa, o lar dos órfãos da aldeia. Almas que haviam perdido ou sido rejeitadas por seus pais. Crianças de todas as idades. Haviam jovens ainda sem maioria que moravam ali, mas trabalhavam em algum lugar do reino. Alguns tinham alcançado a maioridade, mas sem estabilidade nenhuma para viverem em outro lugar.
Cassiana era a contadora de histórias preferidas das crianças. Estava naquela tarde exatamente por isso.
— Dois outros professores faltaram, além de Lucy. — Corvel fez carinho no cabelo de Martinho. — Deixei eles sem nenhuma programação até agora.
Cassiana olhou para cima, tendo controlar ardência dos olhos. Nisso reparou em uma nova mancha de bolor no assoalho do teto. A chuva da semana passada havia sido forte. A casa era de dois andares, uma construção bem antiga e precária, como qualquer outra construção na aldeia antes da morte da rainha Amélia. Sem nenhuma possibilidade de melhoria, estava à mercê da sorte. A tristeza contida foi subitamente substituída por raiva. Ela respirou fundo, precisava esquecer temporariamente.
O rei nunca fez nada por eles, e a princesa não podia ajudar, não enquanto não fosse rainha. Seu maior medo era que o ganhador da batalha de Aço e Sangue fosse alguém que impedisse Helena de fazer algo pelos wortesenianos. A maioria da Corte se favorecia a custo do povo, mas tinha aqueles, como Denápillos ou até mesmo Alexander, que se importavam de verdade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MONARQUIA - O Jogo do Poder | Livro 1 - SÉRIE REALEZA
FantastikEM ANDAMENTO E se a contínua existência de um reino precisa-se ser decidido através de uma competição até a morte? No passado, após inúmeras batalhas sangrentas, acordos foram firmados e assim se formaram os cinco reinos. Após isso, durante três sé...