001 - Meu melhor amigo

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"Eu dei todos os meus sinais, mas ninguém os entendeu. Implorei por ajuda, mas eu estava preso num quarto pequeno e escuro. Eu não deveria ter te deixado, mas você me deixou antes que eu pudesse pensar em outra alternativa."





Lá estava eu, encostado na parede enquanto Léo pensava em uma alternativa. Estávamos no nosso lugar secreto, nosso porto seguro, onde sempre ficávamos conversando, brincando, rindo... Um pequeno casebre abandonado, feito de madeira, um pouco de cimento, uma telha velha e com apenas duas entradas/saídas na frente. Eu estava perdido em minha mente, de novo, já era algo comum, pensava em todas as desgraças e sentimentos ruins que escondia de tudo e de todos. Eu não achava errado, não queria que se preocupassem comigo e dizia para mim mesmo que todo mundo pensa em coisas ruins.
Eu estava completamente distraído até que me desconectei da minha mente ao escutar Léo.

- Espera aqui, eu vou lá olhar.

Olhei para o meu melhor amigo. Eu jurei que ele tinha esquecido da nossa brincadeira.
- Não, Fica!
Ele riu e saiu de fininho do casebre. Merda, agora eu estava sozinho.

Depois de um tempinho, Léo voltou correndo, eu estava sentado em frente a uma das entradas.

- Se esconde, se esconde!
O loiro de olhos claros falou se apoiando na parede ao lado da outra entrada.

Me levantei rapidamente segurando minha espada de mentira e me escondi ao lado da outra entrada.
- O que tá acontecendo?
Sorri.
- É sério, o que tá acontecendo?
Eu amava nossas brincadeiras.

- Shii! Não faz barulho. Você não está ouvindo os passos? E as armaduras? Tá ouvindo?

- Você acha que são quantos?

- Acho que pelo menos uns oitenta.

- Mas o que estão fazendo aqui?

- Sei lá.
Léo deu uma olhada no canto da entrada do casebre e procurou por algo.
- Eles não estão alí.

Eu comecei a procurar por alguma coisa por uma fresta na parede do casebre.
- AH!
Eu me agachei.

- Que foi?

- Ouvi alguma coisa.

- Não faz barulho! Eu acho que eles estão no telhado, mas estão mais pra lá, mais pra trás da gente e estão em círculo.

Eu comecei a bater com minha espada no telhado com pressa tentando assustar os soldados para longe.
- Ei!
Tentei chamar atenção.

- Para com isso, eles vão ouvir a gente. Tá maluco?
Léo me interrompeu puxando meus braços para baixo.
- Olha só, no três, você corre pra bem longe daqui.

- Sim capitão!
Falei colocando minha mão na testa.

- três... dois... um! Vai!

Eu rapidamente sai correndo por uma das saídas e Léo foi pela outra. Corremos rapidamente para longe nos encontrando e correndo lado a lado. Saímos da floresta e alcançamos as flores do jardim da família de Léo.

- Estão atrás da gente, corre!
Meu melhor amigo gritou.

Nós dois continuamos correndo pelas belas e lindas flores daquele lugar. Depois de um tempo já estávamos andando de tão cansados que ficamos. Foi um momento bem divertido, mas agora estávamos mais calmos, e mesmo assim ainda sorriamos de diversão passando a mão pelas flores e sentindo a brisa suave no rosto. Então nós seguimos em frente passando pelos pais de Léo.

Remi's visionOnde histórias criam vida. Descubra agora