006 - Ainda somos melhores amigos?

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  Chegando em casa nós fomos para o meu quarto e ficamos bem entediados, afinal, era difícil tentar melhorar a situação quando tudo está te afetando. Estava realmente começando a doer mais.

— Ei! Quer ouvir uma piada? Conheço uma muito boa.
  Disse animado, fingindo que tudo estava normal.
  Esperei por uma resposta, ao não receber uma, apenas continuei.
— Por que a aranha é considerada o animal mais carente do mundo?... Porque ela é uma aracneedyou.
  Eu ri da piada boba.

  Percebi a risada forçada e sem alegria vinda de Léo, minha risada logo cessou e eu ficquei em silêncio tentando controlar meus pensamentos e sentimentos terríveis que estavam me dominando.
  Eu queria chorar naquele momento, queria descontar minha decepção e minha tristeza em mim. Queria sentir dor física, trocar a minha dor emocional por física.

  A noite chegou rapidamente depois do terrível jantar em silêncio que tivemos com meus pais e Léo.

Depois disso fomos para o meu quarto arrumarmos nossas coisas para irmos dormir. Ao terminarmos nos deitamos na minha cama. Como sempre, Léo ficou ao meu lado, isso me ajudava a me sentir mais calmo e ele sempre me ajudava a dormir com os sons de vento.

  E também como sempre, não consegui dormir, hoje estava pior, devido aos acontecimentos que estão arruinando minha amizade com o Léo, minha mente andava gritando muito mais alto.
  Estava tentando dormir, mas quando finalmente vou reparar no ambiente ao meu redor percebo que o relevo que antes estava na minha cama desapareceu, me viro para olhar e percebo que Léo havia se deitado no colchão ao chão.

  No dia seguinte acordei com Léo me balançando e segurando meus braços com força.

— Acorda! Anda, acorda!
  Eu tentei me soltar usando o mesmo nível de força que o loiro usava.

— O que foi?

— Tá fazendo o que na minha cama?
  Ele perguntou finalmente me soltando.

  Bem, eu supostamente havia caído. De noite tinha percebido isso mas se eu fosse pra minha cama novamente não iria conseguir mais dormir. (E talvez eu queria ficar perto dele. Talvez!)

— Hmm, sei lá.
Falei com sarcasmo e um leve sorriso sardônico.
— Por que me atacou?

— Ataquei porque eu quis.
  O de olhos claros dizia sério.

— Isso não vai ficar assim! Você vai ver!
  Eu falei brincando e puxei ele, o segurando pelos braços.

  Logo começamos uma briga de brincadeira inocente. Eu tentava me desviar dos ataques de Léo enquanto tentava segurar os braços dele e revidar ao mesmo tempo.

— Aí! Por que me mordeu?
  Eu reclamei ao sentir dentes machucarem meu braço com força.

— Pra você ir para sua cama.
  O loiro respondeu com um tom de brincadeira quase invisível, ou talvez completamente invisível.

  A partir deste momento tudo começou a ficar mais sério, depois de uns segundos aquilo já havia se tornado uma briga real, com golpes reais que machucavam.

Não queria machucar meu melhor amigo, mas ele estava me machucando e eu tinha que me defender.

  Depois de um tempo a briga se encerra quando os dois lados se cansam e vão para suas camas. Eu me deitei de costas para Léo na minha cama, assim como ele também deitou de costas para mim no colchão dele.
  Ofegante e cansado física e emocionante.

  Depois de um tempo minha mãe bate na porta e entra vendo eu e Léo fingindo dormir.

—  Bom dia dorminhocos! No caso, boa tarde. Já está na hora de levantarem e encararem o dia. Vocês tem noção que já são 12h?
Ela falou com sua voz suave e sarcástica.
— Vamos! Sejam cavaleiros corajosos!

  Nós dois nos levantamos evitando qualquer tipo de contato visual e saímos do quarto juntamente com minha mãe.

  Eu entrei no banheiro e tranquei a porta caindo de joelhos no chão juntamente com as lágrimas que fugiam dos meus olhos e deslizavam pelo meu rosto. Tudo aquilo estava me matando, sentia a pior dor do mundo enquanto minha mente continuava a me torturar junto com tudo o que vinha acontecendo. Eu queria uma escapatória fácil e uma resolução dos grandes problemas que me perseguiam.

  Me arrastei pelo banheiro procurando qualquer coisa que pudesse causar um impacto, seja ele bom ou ruim, eu só queria fazer alguma coisa.
Eu ainda aceitaria a proposta de trocar minha dor emocional por física.

  Mas claro, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa eu escutei passos do lado de fora fazendo eu me levantar rapidamente e ligar o chuveiro.

— Remi?
  Ouvi minha mãe me chamar do lado de fora.

— O quê?

— Por favor, abra a porta.

— Eu tô no banho.

— Eu já disse para você não trancar.

— Ó mãe, é sério! Me dá um minutinho aqui, pode ser?

— Vou sair quando você abrir essa porta. Eu não vou entrar, só quero que abra.
  Ouvi ela falando alguma coisa com Léo do lado de fora.

"Merda! Que merda! Eu não deveria ter tido uma crise idiota no banheiro há um tempo atrás, eu deveria ter mais controle próprio. Também, se não fosse pelo sangue e as cicatrizes talvez não teria esse problema com portas trancadas..."
— Vou contar até três, Remi.

  Eu respirei fundo, fui até a porta e girei a chave destrancando a porta.




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Olá! Eu deveria ter postado isso semana passada, me desculpem.

Esse capítulo foi menor, mas tem muita coisa acontecendo.

Dica: Prestem atenção nas palavras em destaque. Elas podem ter significados importantes.
  Eu estava apenas deixando elas em "itálico" mas vou começar a sublinhar elas para ficarem mais visíveis.

Até semana que vem!
💞



Remi's visionOnde histórias criam vida. Descubra agora