004 - O concerto

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Léo foi lá pra casa depois da escola, para no dia seguinte me ver no concerto.

O loiro de olhos azuis e eu fomos para o quintal. Ficamos lá conversando e depois que meus pais começaram a fazer perguntas da escola eu e o loiro começamos a correr deles, como se tivéssemos pensado na mesma coisa.
Não demorou para aquilo se tornar algo divertido e engraçado.

- Vem cá!
Meu pai gritou correndo atrás de mim, eu logo comecei a acelerar.
Mas no fim meu pai me alcançou e envolveu seus braços em minha volta.
E logo depois minha mãe alcançou Léo.

Nós rimos tanto, quase caímos no chão. Minha mãe soltou Léo e de repente formou um trenzinho, eu entro na onda ficando atrás do loiro e meu pai atrás de mim. Assim minha mãe guiava o "trenzinho da alegria" pelo quintal.

- Vamos! Mais rápido! O trenzinho da alegria está muito devagar!
Minha mãe falou.

- Mãe! Trenzinho da alegria é um nome terrível, eu e Léo não temos mais 5 anos!
Eu ri depois de reclamar.

Minha mãe guiou o trenzinho para dentro de casa parando na cozinha.

- Todos vão almoçar agora! É uma ordem, sem mais nem menos.
Minha mãe brinca com nós e tenta fazer uma risada maléfica que acabou ficando terrível... Mas engraçada.

Então nós começamos a arrumar a mesa juntos e no fim, nos sentamos nela para almoçar. Eu havia me sentado ao lado do meu pai, de frente para Léo, e minha mãe na frente do meu pai ao lado de Léo.
O macarrão foi colocado na mesa e todos foram servidos.

- Hmm, tá delicioso.
Minha mãe elogiou a comida que meu pai fez. Ele realmente sabia cozinhar, eu poderia facilmente dizer que aquele era o melhor macarrão do mundo.

- Tá muito bom.
Léo falou em seguida.

- Comestível.
Eu afirmei com sarcasmo. Léo riu e eu não consegui segurar a risada.

- Que isso?!
Meu pai perguntou rindo.

- Você sabe que tá muito bom!
Minha mãe me contrariou com muito orgulho e humor.

- Ah, vocês conhecem minha técnica?
O loiro de olhos azuis de repente mudou o assunto.

- Mostra aí.
A mulher de cabelos escuros disse.

Léo segurou suas orelhas e as girou, o macarrão foi puxado para dentro da sua boca e foi devorado enquanto o loiro de olhos claros fez uma careta engraçada.
Todos à mesa riram.

- Vai tentar?
Minha mãe me perguntou e eu me preparei.
- Atenção!
Ela exigiu os olhares de todos na mesa.

Imitei o que Léo havia feito e comi o macarrão rindo um pouco. Limpei minha boca com um guardanapo e observei minha mãe se preparando para entrar na brincadeira, logo ela também fez a famosa técnica de Léo.

- Nada mal, hein.
O loiro de olhos claros falou com sarcasmo.

Depois do almoço, eu e o Léo fomos para o meu quarto para eu ensaiar mais um pouco para o concerto. Mas Léo foi mais rápido que eu, ele pegou meu oboé e falou que iria tocar uma música. Então ele começou a tentar, tocando terrivelmente mal algo que era para ser uma música.

- Peraí! Mais uma vez. Depois eu paro e aí você se livra de mim.
Ele falou rindo e então, tentou de novo.

- Tá bom, tá bom! Chega.
Eu disse rapidamente e nós rimos.

- Vai, você faz melhor.
Ele devolveu o oboé a mim.

- É?
Questionei com sarcasmo.

- É.

- E amanhã? Todo mundo vai no concerto.
Eu comentei com um sarcasmo zombeteiro e uma voz fina, imitando o que estava mais ouvindo nesses dias.
Léo me deu um leve tapa no meu ombro com uma expressão surpreendentemente séria.

- Eu vou ficar na primeira fileira. Vou gritar que nem doido.

- Ah, não!
Neguei ter que passar por aquele mico.

- Eu vou.
Implicou o loiro.
- REMI! UAU!
Léo encenou o que supostamente queria fazer levantando e balançando seus braços.

Eu ri um pouco e balancei a cabeça dizendo um não.
- Eu te mato se você fizer isso.
Ameacei ele com sarcasmo.

- Eu sei, por isso vou fazer.

- Olha só, quanta gentileza.

- Você é o mestre do concerto! Vai, toca.

Eu revirei meus olhos e comecei a tocar uma música com meu oboé. Suave e calmo, diferente do que Léo estava fazendo a algum tempo atrás.

···

Léo e eu estávamos rindo e brincando nos bancos de trás do carro, eu realmente tinha me acalmado com a ajuda dele. Meu pai estacionou o carro, e nós saímos entrando no local do concerto.
Fui direto para o banheiro, me tranquei e respirei fundo tentando esquecer da apresentação. Mas quanto mais eu tentava, mais eu pensava na multidão me assistindo. Acho que demorei um pouco por lá, meu pai logo foi bater na porta.

- Remi? Está tudo bem?
Ouvi o homem falar do lado de fora. Ele parecia bem preocupado.

- Tá tudo bem.
Respondi e ouvi um suspiro de alívio ao lado de fora.

- Nós três estamos te esperando.
Então escutei passos se afastando da porta.

Eu saí do banheiro e me juntei às outras pessoas que se apresentaram comigo.
Logo todos se posicionaram em seus lugares e começaram a tocar. Eu esperei minha hora de entrar na música evitando olhar para as pessoas que estavam assistindo. Me preparei, respirei fundo e comecei a tocar.
Me perguntava mentalmente onde queria estar naquele momento, todas as respostas eram sobre qualquer lugar que não fosse onde eu estava.

Na volta meus pais e o Léo me encheram de elogios falando que fui perfeito e tudo foi incrível, me senti bem em orgulhar eles, era importante para mim que Léo realmente me visse como tudo aquilo que havia falado de mim.


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Novos capítulos!

Em uma semana terá dois capítulos, acho que assim está bom, né?

Estou tentando acrescentar o máximo de coisas possíveis para não ficar algo muito repetitivo e igual ao filme, mas eu estou achando que mesmo assim não está ficando tão bom.

Enfim, espero que estejam gostando.
💞

Remi's visionOnde histórias criam vida. Descubra agora