FÚRIA ESCARLATE - acotar

Capítulo 03

Não se esqueçam de me seguir no tt @black_express0 pra ficar por dentro das atts e eventuais spoilers

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                   Celestia P.O.V

Ethan não estava brincando quando disse que um de nós sairia com pelo menos um osso quebrado do treino de hoje, o General estava mais agressivo, mais exigente. Eu estava suando exaustivamente, mas continuava a série de socos que ele havia me mandado fazer. De acordo com ele eu “socava bem, mas precisava de técnica”, e era essa “técnica” que ele tentava me ensinar agora. Não me negava a receber críticas, mas sabia que ele estava descontente com algo e que descontava esse descontentamento em nosso treino. Confessar-lhes-ei que senti vontade de o mandar ir à merda muito mais vezes do que seria considerado minimamente educado.

— Mais um set, Alexander. Você tá mole demais. — Cassian disse, com um sorrisinho debochado. A vontade que eu tinha de tirar as faixas das mãos e apertá-las em volta de seu pescoço até que ele parasse de respirar era gigante.

Cassian me encarou do outro lado do campo, com as mãos cobertas com luvas esperando os socos que eu deveria dar. Me aproximei de Cassian e comecei a desferir os socos, ele recebendo todo o impacto e, de vez em quando, dando conselhos sobre a posição de minhas mãos.

— Use o corpo inteiro, não só as mãos. — Ele estalou o pescoço e voltou a me encarar. — Finja que minhas mãos são um daqueles sacos de areia.

Então realmente vi ele como outro saco de areia, eu socava e socava, sem me importar com a dor que começava a se alastrar pela minha coluna. Eu sentia uma câimbra intensa no braço esquerdo, mas continuava a socar. Diversas lembranças ruins passavam pela minha cabeça, e senti a vontade de destruir se acumulando bem no centro de minha mente, como um objetivo principal deixando os outros em segundo plano. A velocidade dos meus socos aumentarem e a força também, eu via Cassian ficando mais alerta. Para meu ato final, acertei a mão direita de Cassian com um soco certeiro, a força do impacto  intensa o suficiente para mandar Cassian alguns metros para trás até que suas costas batessem em uma pilastra antiga caindo aos pedaços, ele sorria satisfeito com esse fato, mas suas sobrancelhas se arquearam ao olhar para mim.

Quando eu me dei por mim, estava caída de joelhos, o braço esquerdo tremendo incontrolavelmente, uma dor imensa no ombro. Cassian se aproximou tirando as luvas.

— Certo, chega de socos por hoje.

Rangi os dentes, sentindo a frustração tomar conta de mim. Isso não poderia ser tudo que eu podia fazer, não era possível que eu fosse ainda mais fraca do que eu pensava. Senti a dor de cabeça aumentar mas não me deixei abalar.

— Não, eu consigo. — Olhei para Cassian e ele me encarava de volta.

— Você não pode nem ficar de pé, Alexander.

Forcei meu corpo, forcei minhas pernas a se levantarem, a sustentar meu peso que parecia ter triplicado. Agora eu estava bem ciente do quão pesadas eram minhas asas, o mero ato de manter elas erguidas era um desafio.

— Eu disse que consigo. — Rosnei mais do que falei.

Cassian me observou por alguns segundos antes de colocar as luvas de volta nas mãos e entrar em posição. Eu me posicionei também, os punhos levantados do lado do rosto. Mirei meus olhos nas mãos cobertas e somente nelas quando comecei a socar de novo, de vez em quando alternando com um chute, mas sempre voltando para os punhos. Eu estava naquele ritmo por uns 30 minutos quando uma sombra aterrissou ao nosso lado, fazendo Cassian ficar desatento e abaixar as mãos, o que resultou em meu punho passando direto e acertando o seu nariz.