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Isabella

Sinto minha cabeça pesada e abro os meus olhos devagar com a claridade que vem da varanda, demoro alguns segundos pra raciocinar e estico meu braço pela cama percebendo que estou sozinha.

Meu corpo todo ta doendo, minha cabeça e tudo que faça parte do meu corpo. Pego meu celular e olho o horario vendo que já são quase oito horas da manhã.

Me levanto apesar da dor e saio do quarto descalça, entro no banheiro da suíte e pego a escova de dentes nova que ele me entregou ontem.

Faço toda a minha higiene pessoal e saio andando pelos corredores da casa ampla e bem decorada, reparando em casa detalhe.

Paro no primeiro degrau da escada e fico reparando no quadro de lobo que tem na sala, achei lindo.

Continuo descendo as escadas ainda sem ver uma alma viva, ando devagar até a sala e me sento no sofá de linho, tentando raciocinar tudo ainda.

Eu beijei o Lobo, fumei maconha com ele, quase transamos e no final domimos juntos, meu deus.

O que mais me assusta é que o sentimento de arrependimento em nenhum momento veio, porque no fundo eu sei que ter fumado maconha foi só um empurrãozinho que me deu coragem pra isso tudo.

Saio dos meus pensamentos quando sinto uma mão tocar meu cabelo, levo um susto e viro bruscamente pra trás.

Lobo: Que isso, ta assustada? - Ele fala com a voz rouca perto do meu ouvido, só pode ser o diabo me atentando.

Eu: Tu aparece do nada, obvio que to assustada.

Lobo: Fiz café, quer?

Eu: Quero, tô pessima.

Lobo: Ressaca braba a tua, fraquinha demais.

Eu: Mais um dos motivos pra eu ter parado de fumar maconha e misturar com bebida, é isso que acontece.

Lobo: Qual o outro motivo? - Olho pra ele colocando o café na xicara e me entregar enquanto fala. - Ter me beijado?

Eu: Não especificamente, maconha me deixa tranquila e corajosa, mas pode considerar isso também.

Lobo: Foi um erro pra tu? - Se foi, seria um erro que eu adoraria cometer de novo, mas ele não precisa saber.

Dou um gole no café forte e fico em silêncio enquanto ele faz o mesmo.

Eu: Preciso ir embora e descansar.

Lobo: Tô indo daqui a pouco já, tua amiga ta louca atrás de tu.

Eu: Não fala pra ela que dormi aqui contigo, não tô com cabeça pra perguntas.

Lobo: Relaxa ruiva, sigilo total. - Tento manter normalidade através desse apelido que ele me deu. - Se quiser tomar um banho lá em cima antes de ir.

Eu: Eu tomo quando chegar em casa, ta de boa.

Termino meu café e pego uma das bolachas que ele deixou ali em cima e como diante do silêncio confortavel no ambiente.

Lobo: Esse cabelão é teu mermo ou é aplique?

Eu: É meu mesmo. - Dou risada e sinto as mãos dele passarem pela minha nuca e irem descendo até a ponta dos meus cabelos.

Lobo: Me amarro demais em cabelão.

Eu: Eu amo também. - Ele joga meu cabelo pro lado e desce beijos pelo o meu pescoço, me trazendo arrepios por todo o corpo, mas mantenho a postura sem demonstrar nada.

Lobo: Esse teu jeitinho que fode com a mente de vagabundo, mas um dia eu acabo com essa tua marra.

Eu: Tá querendo me beijar de novo e não ta sabendo pedir.

Lobo: Quero mermo, e aí? - Ele se aproxima do meu rosto deixando nossas bocas proximas uma da outra, sinto a mão grande descer pela minha cintura, apertando.

Continuo parada sem ceder, e ele faz o mesmo, minha vontade agora era pular em cima desse homem, mas tenho que manter a postura.

Periodio fértil me humilha da pior forma, mas não vou perder o meu auto controle que já é inexistente.

Eu: Vou pegar minhas coisas lá em cima pra irmos embora logo. - Ele sorri e concorda indo pra perto da pia com a louça do café da manhã.

Pego meu biquini e a saia e guardo na bolsa de praia junto com meu carregador e outras coisinhas minhas.

Vou ter que ir com o moletom e a cueca dele que ta servindo como um shortinho mesmo, já que não tenho roupa aqui.

Pego minha mini escova da bolsa e desembaraço alguns nós do meu cabelo e finalizo com um oléo reparador.

Tiro uma foto minha no espelho do closet e guardo tudo novamente, descendo com meu celular na outra mão.

Ando até a cozinha e vejo ele com outra roupa tomando o danone de bolinha da chamyto, igualzinho uma criança.

Lobo: Que foi?

Eu: Nada, só to olhando porque tu tá parecendo uma criança.

Lobo: Cuida da sua vida. - Franzo as sombrancelhas olhando feio pra ele que continua ali serio com o danone infantil dele. - Tu que ta querendo me beijar e não tá sabendo pedir, não para de olhar.

Eu: Já te falei ontem que o que é bonito é pra ser olhado.

Lobo: Fumou maconha escondida? Tá corajosa.

Eu: Pra falar eu não preciso, eu falo demais e faço pouco quando tô sóbria.

Ele joga o plastico do danone na lixeira e a colher na pia enquanto digita algo no celular.

Lobo: Tô vendo mermo, vamo embora?

Eu: Sim, to te esperando. - Ele concorda com a cabeça e anda até a garagem com a chave do carro na mão.

Saio até o lado de fora e dessa vez não senti o olhar de nenhum dos vapores igual ontem, tava até desconfortavel.

Vejo ele voltar depois de falar algo pros dois que estavam ali na frente e dar partida no carro.

Seguimos no caminho por uma hora e meia e já estamos quase chegando, apesar do transito em alguns momentos.

Minha madrinha tá me enchendo de mensagem preocupada e eu disse que dormi na casa da prima da Katy.

E to mentindo pra Katy também dizendo que dormi na casa do João que é um ex ficante meu, não quero que ela saiba que dormi na casa do Lobo porque ela vai me encher o saco achando que rolou mil coisas e ainda vai me zoar porque fiquei com envolvido.

Mas não vai passar disso, e é mais um dos motivos pra eu não contar nada pra ninguém, zero necessidade.

Encosto minha cabeça no vidro do carro sentindo minha cabeça latejar implorando por um remédio e fecho os olhos na tentativa de tirar um cochilo até chegar no destino.

Um Erro. (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora