Ecos eternos JJK + PJM

9. Sus

Bem vindos a mais um capítulos de Ecos eternos, eu sou a Meeds! Fiquem com mais a seguir.
-Beijos monstruosos, meeds🧌

[...]
Jeon

Eu estava na secretaria, sentado ao lado do Christon, com um corte na sobrancelha e o sangue ainda quente correndo pelas minhas veias. A diretora Park olhava para nós com uma expressão dura, o tipo de olhar que faz qualquer um recuar, mas eu estava acostumado. Brigava quando necessário, e hoje, foi necessário.

— Vocês dois, calem a boca. Agora. — A voz dela cortou o silêncio, deixando claro que não queria ouvir desculpas.

Christon ainda estava tentando argumentar, mas a diretora Park não deu espaço.

— Jeon Jungkook, o que aconteceu? — Ela olhou diretamente para mim, sabendo que eu não era do tipo que começava briga sem motivo.

— Christon estava insultando Jimin, chamando-o de... — Respirei fundo, sentindo a raiva retornar. — Chamando-o de coisas homofóbicas. Eu não podia deixar isso passar.

— Isso não é verdade! — Christon interrompeu, mas a diretora levantou a mão, silenciando-o.

— Eu disse para calar a boca, Christon. — Ela se voltou para mim de novo. — Continue, Jeon.

— Então, eu o confrontei. E ele começou a me provocar, dizendo que eu devia estar defendendo Jimin porque eu também era... — As palavras morriam na minha boca, mas o significado estava claro.

— Eu vejo. — Ela se recostou na cadeira, observando-nos. — Christon, sua versão.

Christon gaguejou, mas a história dele não se sustentava. A diretora Park suspirou, cansada.

— Esse tipo de comportamento é inaceitável, Christon. Vou suspender você imediatamente e chamar seus pais. — Ela olhou para ele, que estava agora mais pálido do que antes. — Você vai aprender que as palavras têm consequências.

Ela então voltou-se para mim. Eu sabia que o próximo passo não seria fácil.

— Jeon, você também será suspenso. Sei que agiu em defesa de outro aluno, mas violência não é a solução. — Seus olhos suavizaram um pouco. — Vou ligar para seus pais e explicar a situação.

Eu assenti, sabendo que não poderia argumentar contra isso.

— Christon, Jeon, vocês precisam entender que existem maneiras melhores de resolver esses problemas. — A diretora nos olhou com uma severidade que parecia penetrar até os ossos. — Jeon, você tem razão em defender seu colega, mas deve aprender a controlar sua raiva. E Christon, você deve aprender a respeitar as diferenças dos outros. Isso é algo que não podemos tolerar nesta escola.

Ela fez uma pausa, deixando as palavras assentar.

— Agora, saiam daqui e esperem lá fora. Eu tenho chamadas a fazer.

Levantamo-nos e saímos em silêncio. Assim que eu saí da sala, meus amigos Hanna, Yoongi e Namjoon vieram até mim, seus rostos refletindo uma mistura de preocupação e irritação.

— Jeon, o que aconteceu lá dentro? — Hanna foi a primeira a falar, os olhos fixos nos meus.

Eu suspirei, ainda sentindo a raiva fervendo dentro de mim. — Christon estava sendo homofóbico com Jimin. Eu não aguentei e acabei partindo para cima dele.

— Mas e na sala da Sra. Park? — Yoongi perguntou, seu tom seco e direto, como sempre.

— Ela suspendeu o Christon e chamou os pais dele. — Dei de ombros, tentando parecer mais relaxado do que realmente estava. — E eu também fui suspenso. Ela disse que entende por que eu fiz isso, mas violência não é a resposta.

Namjoon balançou a cabeça, seus olhos estreitando-se. — Você fez o que tinha que fazer, mas agora estamos com outro problema. Quanto tempo de suspensão?

— Uma semana. — Respondi, sentindo o peso da decisão.

— Merda. — Yoongi murmurou, cruzando os braços. — Não vai ser fácil explicar isso para os seus pais.

— Eu sei. — Admiti, sabendo muito bem o que me esperava em casa.

— E Jimin? Ele está bem? — Hanna perguntou, sua voz um pouco mais suave.

— Eu não sei ainda. A Sra. Park vai cuidar para que Christon não chegue perto dele de novo. — Respondi, tentando afastar a imagem da briga da minha mente.

Namjoon deu um passo mais perto, olhando-me nos olhos. — Cara, você tem que começar a pensar antes de agir. Não pode sair distribuindo socos toda vez que alguém fala merda.

— Eu sei. — Disse, sentindo a culpa crescer. — Mas quando vejo algo assim, simplesmente perco o controle.

— Eu entendo. — Yoongi disse, sua voz mais calma agora. — Mas você precisa encontrar outra maneira de lidar com isso. Antes que acabe piorando para você e para todos nós.

Hanna colocou a mão no meu ombro, seu toque firme. — Só tenta se manter fora de problemas, ok?

— Vou tentar. — Disse, sabendo que seria mais fácil falar do que fazer.

Enquanto caminhávamos juntos pelo corredor, Jimin esbarrou em mim.

— Jeon, posso falar com você? — Ele parecia nervoso, os olhos inquietos.

— Claro. — Respondi, com um tom mais frio do que pretendia. — Vamos lá.

Seguimos até o pátio, onde eu teria que esperar meus pais. O silêncio entre nós era tenso.

— Eu conversei com a Sra. Park. — Jimin começou, a voz hesitante. — Fiquei sabendo que você está suspenso. Ela repetiu as mesmas coisas que disse a você, que entende por que você fez isso, mas que violência não é a resposta.

— Isso eu já sabia. — Respondi, cruzando os braços. — E daí?

Ele mordeu o lábio, claramente desconfortável. — Eu só queria dizer que sinto muito por tudo isso, mas também... agradeço muito por ter me defendido.

— Tanto faz. — Dei de ombros. — Está tudo bem.

— Você está bem? — Ele perguntou, a preocupação evidente na sua voz.

Olhei para ele, tentando avaliar o que se passava em sua mente. — Estou. E você?

Ele sorriu, mas era um sorriso sem vida. — Sim, estou bem.

Houve um momento de silêncio antes que ele continuasse. — Sobre o trabalho de biologia... podemos fazer essa semana?

Assenti, sem muito entusiasmo. — Claro, tanto faz. A gente marca.

— Certo. — Ele disse, parecendo mais inseguro do que nunca. — Obrigado, Jeon. De verdade.

— Não precisa agradecer. — Respondi, olhando para o horizonte.

Ele se afastou lentamente, deixando-me com meus pensamentos. Eu sabia que havia feito a coisa certa, mas não conseguia afastar a sensação de que tudo isso estava longe de acabar.