Lydia Belmonte
- Você vai se arrepender por ter nascido . - Hunter fala com sua mão no meu cabelo me empurrando para dentro do carro.
Ele está com a expressão de uma pessoa com muita raiva e eu sei que estou muito ferrada nessa altura do campeonato depois de tudo que eu fiz.
Eu nunca imaginei com seu jeito todo certinho que ele seria capaz de fazer isso para alguém.
- Me solta agora seu corno nojento . - tento escapar dos seus braços mas ele é bem mais forte que eu e meu esforço vai em vão, ele me segura mais forte ainda ...
Estou fraca demais para ficar nessa briga corporal .
- Cala sua boca sua PUTA . - ele se altera e da um tapa que eu sinto queimar minha bochecha.
Sem saber o que fazer para revidar cuspo na sua cara já que Hunter está segurando minhas mãos.
Na mesma hora ele arregala os seu olhos esverdeados e eu imagino que ele está com muito mais raiva de mim.
- QUEM VOCÊ PENSA QUE É? .- Grita comigo enquanto tenta se limpar . - eu vou te mostra a não mexer com minha família e meus sobrinhos . - ele termina de se limpar enquanto cospe as palavras .
Após ele se afastar eu olho pela janela engolindo o choro e vejo que estamos se afastando da cidade, eu sei que ele tem muita raiva de mim, mas.. o que ele pretende fazer? Se vingar? Me matar? .
Essa dúvidas cercam minha cabeça mas decido ficar calma e em silêncio para não piorar minha situação .
- Aonde você está me levando ? . - pergunto com aflição enquanto cruzo meus braços vermelhos das marcas das mãos de Hunter .
- Eu só te soltei porque não tem pra onde você fugir, você sabe que ninguém liga para o seu paradeiro, você é um rato de esgoto. - Hunter virá seu rosto para mim com um sorriso de sarcasmo enquanto diz essa verdade dolorosa.
Tento me calar porque estou exausta, meus braços estão doloridos e meu rosto ainda arde do seu tapa de minutos atrás.
Olho pela janela novamente e estamos cada vez mais afastados da Capital de São Paulo onde eu nasci e me criei desde que me conheço por gente, aqui onde perdi meus pais.. minha única família, pois meus "parentes" nunca deram a mínima para mim. Acho que é por isso que eu cometi tantas coisas ruins.. eu só queria uma família, apesar de não justificar nada.
Passam-se algumas horas e o carro para em um Portão de ferro grande e preto, a decoração do lado de fora já é muito organizada, tem arbustos muito bem alinhados e cortados, o Motorista não precisa nem abrir o vidro e eles já autorizaram a entrada do automóvel e os portões se abrem dando a visão de uma mansão luxuosa, há um chafariz bem de frente com detalhes em dourados.. a "casa" é toda branca digna de um filme de princesa, mas bem... não estamos em um conto de fadas e eu muito menos posso ser nomeada uma "princesa".
Apesar de conhecer a família de Hunter a muitos anos eu nunca tinha vindo aqui, provavelmente é a casa dele já que ele sempre foi muito fechado sobre sua vida pessoa.
Ainda estou dolorida e muito cansada da viagem, olho para o lado e Hunter está com sua postura perfeita enquanto digita no seu celular de última geração com a sua expressão séria de sempre, porque na verdade se eu vi ele sorrir perto de mim pouquíssimas vezes que dariam até para contar nos dedos.
O carro enfim estaciona de frente para a Mansão e eu fico encantada com o jardim a sua volta mas tento disfarçar para não lhe dar o gosto de que achei sua casa muito bonita, talvez até mais que a mansão dos seus pais. O que ele pretende fazer comigo ali?
- Vamos ratinha ? . - Hunter diz após desligar seu IPhone e me encarar com raiva no olhar enquanto sorri de lado.
Eu sei que ele quer me humilhar, esse babaca ridículo, egocêntrico, filhinho de papai.
Fico relutante com os braços cruzados ignorando ele como se nem estivesse dirigido as tais palavras para mim.
