The return of soulmates (Kavetham | Cynonari)

Oceanário

Mais da metade do ano escolar já havia se passado, consequentemente as coisas andavam mais corridas como na mais variada rotina. Meu namoro estava correndo bem, até o momento, eu e o Alhaitham não tivemos discussões ou problemas. Continuamos a esconder bem a nossa relação aos demais e eu amo todos os dias acordar sabendo que eu estou com o cara mais fantástico do mundo. Tomara que seja até o resto da minha vida com ele, se correr tudo certo.

Me levantei da cama apressadamente para me arrumar, hoje, depois da escola vamos para uma espécie de oceanário ou aquário como um de nossos lindos encontros. Geralmente, marcamos pelo menos uma vez na semana, saímos para algum lugar diferente ou para apenas curtir a companhia um do outro. Era como se fosse um marco de nosso relacionamento, só que tinha semanas que estamos atolados de coisas e tínhamos que infelizmente desmarcar o que fosse para se dedicar a escola.

Principalmente ele, dedicará muito de si aos estudos e todas as questões que se imaginar, só quando ele exagera que eu tento de algum jeito que ele comece a moderar. Eu não suportava o ver se sobrecarregar, mas por outra ótica, eu não era tão diferente do mesmo. Até diria que a gente combina bastante nesse aspecto, apesar de não ser tão positivo ou saudável. Embora, estamos melhorando as notas e com ele, as matérias ficavam mais fáceis com as explicações dele e tenho tido melhorias.

Eu era grato a cada momento e realização que ele disponibiliza para mim, é como um anjo e tanto com aqueles macios cabelos acinzentados. Deixando de enrolação, vesti meu fardamento e abanei com minhas roupas sobre a blusa para dar um aspecto de passado ao ferro na minha modalidade. Dei um jeito em meu cabelo, quero que ele dure até o encontro, mesmo que meu namorado não ligue para aparências, mas gosto de estar sempre jeitoso.

Peguei minha mochila e comecei a organizar os livros que faltavam, se brincar eu levaria os errados já que me confundo os dias, tomara que eu de sorte e leve os corretos. Aproveitei e também coloquei a roupa já passada em minha mochila, já que nunca sei se realmente vou voltar para casa. Calcei minhas meias e meus sapatos saltitando de pé em pé para ver se ajustava logo. Eu nem estava atrasado, mas a minha ansiedade falava mais alto do que qualquer outra coisa na questão atual.

Segui para tomar um café rápido, separei umas fatias de pão e reutilizei para fazer umas torradas com manteiga. Esperei um pouco para ficarem prontas e as coloquei no meu prato, que sorte! Não havia queimado e saído perfeitas do jeitinho que amo degustar, peguei uma aguinha para acompanhar que é de lei. Enquanto comia na cozinha em pé mesmo para acelerar, meus pais começavam a discutir novamente.

Apesar de meu pai ser completamente ausente em qualquer coisa que faça, para variar ele só vive brigando e reclamando com minha mãe. Eu só não iria me meter agora, porque só volto mais tarde e também o meu pai se estressaria o dobro sem ou com minha ausência. Realmente, só reajo quando não dá mais, eu não suporto esse tipo de cena quase toda vez. Com o passar dos anos, ele vem piorando cada vez mais, é infernal lidar diariamente.

"Mas Kaveh, ele é um bom pai" ou "Ele faz de tudo por você e ainda acha que não está suficiente?", é dessas e de tantas frases que me enchem a cabeça das pessoas, mal parecem que de fato convivem para saber que a realidade daqui de dentro é uma merda. Ele nunca agrediu minha mãe fisicamente ou eu avançaria sobre ele, mas ele é extremamente abusivo quando se trata do psicológico. Meu sonho atualmente, que minha mãe caía na real e largue dele, mesmo que seja difícil de recomeçarmos a vida um dia.

Lavei minha pequena louça e segui para minha jornada de aulas, o caminho estava mais tranquilo e o clima ameno, porém minha mente ainda ficava em casa. Sofria de qualquer jeito pensando sobre minha mãe e suas questões de saúde e mentais, vou tentar a convencer o máximo que puder para que bolemos um plano. Cheguei na escola quando menos me dei conta e fui para a minha sala. Embora, nem se tinha pressa porque cada aluno já tinha seu próprio canto decorado, só mudava caso o professor ordenasse.