The confess

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Alhaitham Pov:

Já era segunda feira, mas eu gostaria de não ter que ir para a escola de novo, a razão? Ter que ver ele, não estou chateado, mas ainda com medo do que ele deve ter pensado. Segui pelo meu caminho normalmente e cheguei na sala sendo o primeiro da turma. Eu realmente, não dormi ontem direito e fiquei tendo uma sequência de sonhos estranhos e fiquei acordando desesperado.

O fato dele saber sobre o que eu escrevi, me deixou extremamente inquieto e assombrado. Caso ele tenha lido com calma, ele já deve saber que eu tenho vários textos escritos sobre o mesmo. Não sei de fato o que eu sinto, talvez amor? Paixão? Algo desse tipo? Para poeta, isso não deveria ser uma dúvida, mas não sabia que poderia ser tão infernal ou emblemático.

Eu tenho quase certeza que ele já deve suspeitar disso e eu até tenho medo do que vai vir acontecer. Nem eu me aceito, eu já tenho feito muito, esses anos, para esconder o que de fato eu sinto ou quem eu sou de verdade. Já tentei e me esforcei para me apaixonar pelas garotas que minha mãe citava que gostaria que fossem a nora ideal.

Eu tentei e não foi pouco, me encaixar no padrão deles e ser esse molde que tanto sonham, mas eu sou uma falha, eu sei bem. Talvez eu precise tentar mais? Ou ainda falta tempo para encontrar a garota da minha vida? E eu tenho as respostas para todas as dúvidas e mesmo assim eu continuo me recusando. Sem contar que caso vier a descoberta, vou estar fracassado e todos vão ter nojo e repulsa contra mim.

Eles falam que um garoto gostar de outro é errado e que não tem coisa pior que isso, lógico que eu seria uma marca de desgosto e de uma grande decepção. Eles não vão me apoiar, nem ninguém de fato que dure muito tempo e saiba disso. E eu nem sei de fato se algum garoto vá verdadeiramente gostar de mim, eu sou insuficiente para isso. Mesmo que supostamente goste, existem vários outros melhores e vão se cansar de mim.

Eu queria ser o padrão que eles querem que eu fosse, eu ando tão cansado de tudo isso e tão exausto. Queria me encaixar, ser igual ao restante da maior parte das pessoas que não precisam ter medos ou receios de sair de casa, de segurar a mão de quem ama e puder demonstrar afeto em público sem sofrer ataques ou receber olhares estranhos.

Ainda mais, posso virar motivo de chacota, ofensas e tudo de pior, eu posso até mesmo morrer só porque amo alguém igual a mim. Seria o meu fim definitivo, quanto tempo eu tiver ainda, eu vou precisar me esconder de todas as pessoas que eu puder me ofuscar o máximo que eu conseguir. O bom que meus pais não estariam em casa hoje e eu não teria que ouvir suas ofensas sobre qualquer coisa relacionado a isso.

E se Kaveh passar a me odiar por isso e quiser se afastar de uma vez? Isso seria um pesadelo se espalhasse pela escola inteira, eu acho que não aguentaria tanta pressão assim. Por mais situações difíceis que eu tenha passado, sei que essa seria o estopim e que pode me levar a algo muito pior e acho que não teria controle. Só me dei conta que estava na metade da aula quando eu olhei para o lado e vi o professor apontando alguma coisa no slide, nem reparei que as luzes haviam sido apagadas.

Estava mais do que perdido, os alunos ou que falavam nada para mim fazia sentido mais. O loiro tentou falar comigo durante alguns pequenos intervalos e só conseguiu resposta minha no penúltimo que teríamos. Eu o deixei em estado de alerta, não era minha intenção, mas eu não sabia o que dizer ou o que falar.

— Hm? O que foi? - Parecia que havia finalmente saído do estado de choque.

— Eu... Só queria perguntar se você está bem e te pedir desculpas por conta de antes de ontem.

— Não aparento bem? Não foi nada, só não vamos adentrar nesse assunto de novo. - Eu ficaria sem jeito para abordar se fosse para conversar disso.

— Não sei, mas para mim não parece, tá bom.

The return of soulmates (Kavetham | Cynonari)Onde histórias criam vida. Descubra agora