Capítulo 1

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Essa história começa com uma pequena nave saindo de Marte, o planeta vermelho. Dentro da nave, havia um único passageiro: Nidalee. Ele era um marciano de quinze anos, magro, de pele branca. Seu cabelo liso, preto e volumoso cobria as orelhas, e seus olhos castanhos-escuros brilhavam como diamantes.

Nidalee tinha estatura mediana, nem muito alto nem muito baixo. Vestia uma camiseta azul-escura sob um jaleco branco e uma calça parecida com jeans. Nos pés, calçava sapatos pretos e usava óculos quadrados que lhe davam um ar de cientista inteligente.

Dentro da nave, Nidalee apertou um botão e ativou o piloto automático. Levantou-se do assento do piloto e dirigiu-se ao seu quarto, localizado atrás dele. O espaço de Nidalee era pequeno, porém aconchegante. A cama ficava encostada na parede esquerda, com lençóis azul-claros de malha leve, e seu travesseiro branco, macio e confortável.

Ao lado da cama, um pequeno criado-mudo feito de madeira escura com três gavetas. Na parede direita, ao lado do chão, estava a mochila de Nidalee, repleta de comida e bebida, junto com seu traje espacial. O traje tinha sua mesma estatura mediana, era preto com listras laranjas que o percorriam inteiramente, e seu capacete tinha um grande visor de vidro, muito bem limpo.

Nidalee andou calmamente até o quarto e sentou-se na beirada da cama. De um dos bolsos de sua calça, ele tirou uma pequena fotografia. Na imagem, Nidalee estava usando a mesma roupa que vestia no momento, enquanto ao seu lado estava um senhor.

O senhor era um homem alto, de postura ereta, com pele branca cheia de rugas e cabelos lisos, ralos e grisalhos. Vestia uma farda camuflada; seus olhos eram pequenos e pretos como besouros. Sua expressão era séria, o que contrastava com o sorriso amarelo e tímido de Nidalee ao seu lado. O nome desse senhor era Vandor.

Nidalee guardou a foto dentro de uma das gavetas do criado-mudo e depois deitou-se na cama, com os braços apoiados atrás da cabeça. Ele ficou olhando para o teto, pensativo, lembrando de como havia aceitado aquela missão.

Tudo começou em uma das bases militares em Marte. Nidalee estava em seu laboratório, um local relativamente grande, com duas prateleiras cheias de frascos, uma de frente para a outra, em paredes opostas e próximas à porta de entrada. No meio do laboratório, encontrava-se uma grande mesa branca e lisa, que naquele momento estava vazia. Ao lado da prateleira esquerda, havia uma mesa em formato de "L", em cima dela estavam um computador, diversos papéis e cadernos de anotações, além de uma xícara que parecia conter uma bebida preta e muito quente, soltando fumaça, como café.

Nesse dia, Nidalee estava sentado de frente para o computador, fazendo algumas anotações em um de seus cadernos. Quando, de repente, a porta de seu laboratório abriu e uma mulher entrou.

A mulher era magra, de pele morena. Seu cabelo ondulado, castanho-escuro e curto mal chegava aos seus ombros, e seus olhos verdes-claros eram brilhantes como diamantes. O nome dessa mulher era Alexandra.

Alexandra tinha uma estatura relativamente baixa. Vestia um traje de batalha preto com listras laranjas que o percorriam inteiramente. Sua expressão era séria, como de um soldado de alta patente, alguém temido e respeitado e que ninguém nunca havia visto sorrir.

Alexandra era uma das pessoas mais antigas do batalhão e também era a capitã da primeira divisão, além de braço-direito do general Vandor, cumprindo todas as ordens que ele dava sem questionar. Além disso, Alexandra era uma das poucas pessoas do batalhão que era próxima de Nidalee, isso porque o jovem cientista era alguém muito tímido e reservado. Mesmo com o seu jeito sério, ríspido, bruto e, às vezes, sarcástico com o menino, Alexandra gostava dele. Nidalee era uma das poucas pessoas que não tinham medo dela e às vezes até fazia piadas e brincadeiras em sua presença.

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