No dia seguinte, Nidalee foi acordado cedo pela Angélica. A garota disse que eles deveriam sair para comprar roupas novas, além de mostrar um pouco da cidade. Mesmo com um pouco de sono, Nidalee concordou. Ele levantou da cama, tomou um banho rápido e vestiu a roupa que ela lhe deu. A roupa consistia em uma camisa cinza com gola e botões, short jeans e um par de chinelos pretos.
— Olha só! – disse Angélica, olhando para Nidalee de cima para baixo com um sorriso. — Parece que as roupas do meu pai combinaram com você, como se sente?
— Estão um pouco largas demais – Nidalee respondeu, olhando para as roupas.
— Não se preocupe com isso – Angélica respondeu, de forma casual. — Vamos comprar algumas roupas bem bonitas e que sirvam bem para você.
Assim que ouviu essas palavras, Nidalee ficou vermelho de vergonha e começou a gaguejar, dizendo que não precisava se preocupar tanto com ele, mas Angélica não deu ouvidos e disse que precisavam tomar o café da manhã antes de saírem.
Depois dessa pequena conversa, Angélica e Nidalee saíram do quarto e foram para a cozinha. A cozinha era relativamente pequena, mas aconchegante. O chão era revestido de azulejos brancos que brilhavam sob a luz da manhã que vinha da janela de frente à pia. Ao centro, havia uma grande mesa de pedra preta coberta por uma toalha florida. À direita, uma geladeira branca que brilhava sob a mesma luz da manhã. Armários brancos ocupavam tanto o chão quanto o teto, proporcionando bastante espaço de armazenamento. À frente da mesa, a pia de aço inoxidável reluzia, limpa e organizada, enquanto à esquerda da mesma, o fogão de quatro bocas parecia aguardar de forma silenciosa e paciente o preparo do café da manhã.
— Sente-se ali, querido. disse Angélica gentilmente ao Nidalee, apontando para a mesa.
Nidalee sentou-se à mesa e ficou observando Angélica abrir a geladeira e dela retirar uma garrafa de suco e colocá-la sob a mesa, além de dois potes: um que continha queijo mussarela e outro que tinha presunto e os colocou sob a mesma.
Após isso, a garota sentou-se na sua frente, abriu um saco de pão que estava ao lado dos potes, pegou dois pães, cortou-os com uma faca e começou a preparar os lanches.
Depois de ter terminado de fazer os lanches, Angélica levantou a cabeça e viu que Nidalee a observava atentamente. Ela sorriu, um pouco constrangida, e disse:
— O que foi?
— Hum? – Nidalee murmurou, erguendo as sobrancelhas e piscando os olhos, como se estivesse saindo de uma hipnose. — O que foi o quê? – Ele respondeu.
— O que foi o que do que? – Angélica respondeu, rindo.
— O que foi o que do que, por que? – disse Nidalee, rindo também.
Os dois riram da brincadeira, e Angélica perguntou:
— Por que você estava me observando tanto?
Nidalee parou de rir e desviou o olhar, sentindo seu rosto queimando de vergonha. Ele sussurrou que não sabia que estava olhando-a tão descaradamente.
Angélica colocou sua mão suavemente sob a do garoto e respondeu com ternura:
—Ei, não precisa ficar com vergonha. Não estou irritada ou aborrecida por você estar me observando. Só quero saber o motivo.
Nidalee explicou a ela que desde criança ele sempre havia gostado de observar o que as pessoas faziam. No batalhão, ele gostava de andar pelos corredores, entrar em salas e ficar observando os funcionários trabalhando. Fazia parte de sua personalidade científica.
Depois que terminou de falar, o jovem marciano se silenciou rapidamente e desviou o olhar, sentindo-se um pouco constrangido, pois acreditava que havia falado demais.
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O Marciano
Science FictionNessa história o leitor conhecerá Nidalee, um jovem marciano de quinze anos que recebe a oportunidade de embarcar em uma expedição espacial em direção ao planeta Júpiter. Com suas habilidades científicas e um espírito curioso, ele abandona seu plane...