II

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CORA ADAMS ᥫ᭡

Sento na minha penteadeira e detesto a imagem que vejo no espelho, eu não dormi nada essa noite. Passei as horas acordada pensando no que eu tinha lido e após aquela mensagem, a pessoa não me respondeu mais mesmo eu mandando diversas mensagens questionando quem era.

Mesmo sendo ignorada e tentando colocar na minha cabeça que é apenas uma brincadeira de halloween de algum adolescente idiota, eu me sinto observada, monitorada e isso me dá frio na espinha.

Eu posso jurar que vi alguém na pequena varada do meu quarto.

— Isso não está acontecendo… — Esfrego o meu rosto com as minhas mãos e toco os meus cabelos completamente desorientada. Já não basta ser doente, ainda preciso ter alguém aparentemente me perseguindo.

Deito a minha cabeça na escrivaninha com os meus braços apoiados e fecho os olhos. Sinto um fio do meu cabelo me incomodando e quando fui fazer menção de tira-lo de perto do meu nariz, uma mão gélida toca o meu rosto de modo suave contornando a minha boca, as minhas maçãs do rosto e finalmente o fio avermelhado que estava no meu rosto levando para atrás da minha orelha.

Sogni d'oro, diavolo.

Rapidamente desperto levantando a minha cabeça de modo rápido e olho para todos os lados do meu quarto procurando por alguém que tenha possivelmente me tocado. Minha respiração volta a ficar ofegante e eu me olho no espelho buscando calma dentro do meu corpo antes que eu comece a tremer.

Faço o exercício de respiração e lentamente a minha respiração volta ao normal. Uma rajada de vento adentra o meu quarto e as cortinas da pequena sacada que eu possuo se agitam revelando a imagem de um homem enorme utilizando roupas pretas com um pequeno sorriso em seu rosto pálido.

— Cora! — Desperto com a respiração ofegante e completamente assustada. Olho para os lados buscando pela imagem que eu vi, mas apenas vejo a minha avó do meu lado, a minha escrivaninha e o tempo extremamente ensolarado, sem ventanias. — Lhe avisei para não ficar no celular até tarde, cochilou na escrivaninha e já está atrasada. — Minha avó adverte abrindo uma das portas da pequena varanda e eu volto a olhar o meu reflexo questionando a mim mesma se eu estou ficando louca.

— Desculpe… — Forço a minha mente a voltar a sua normalidade para que ela envie comandos para o resto do meu corpo para se acalmar devidamente. — Eu vou terminar aqui e já desço.

— Rápido, filha, estou te esperando para o café. — Sorriu fracamente e a mesma sai do quarto fechando a porta.

— Eu estou ficando maluca. — Toco a minha testa e procuro pelas minhas maquiagens para tentar inibir o meu rosto de cansada e toda a minha confusão mental.

ᥫ᭡

— Está tudo bem? Você está meio distante. — Lyssa me pergunta após eu passar dos portões da escola e me abordar.

— Estou… — Tento soar firme, mas falho. — É apenas o pesadelo. — Ela me analisa e finge acreditar. Lyssa me conhece melhor do que eu mesma.

Não vou contar a ela e nem a ninguém sobre esse número misterioso. Eu ainda estou tentando colocar na minha cabeça que é apenas uma pegadinha e não vou preocupar ninguém com algo tão fútil, recente.

O Príncipe do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora