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CORA ADAMS ᥫ᭡

Meus olhos despertam de modo lento e eu deixo a minha mão em cima dos meus olhos para que o sol não me deixe mais cega do que eu já estou. Abro os braços me espreguiçando e levanto as minhas costas ficando sentada na cama.

Sinto algo molhado na região dos seios e bufo levantando rapidamente da minha cama correndo até o banheiro do corredor. Retiro a minha roupa — que percebo ser a mesma que fui a escola, já que não a troquei — e entro dentro do chuveiro. Toco os meus seios notando o leite ser despejado lentamente e eu resmungo pelo incômodo.

Este é mais uma das consequências de ser uma doente sem diagnóstico.

Meus seios são lactantes, pelo excesso de hormônios que se acomularam nas minhas glândulas mamárias e acabaram produzindo uma pequena quantidade de leite materno. Não é muito, mas me incomoda.

É apenas mais uma afirmação de que eu sou louca e nasci doente.

Termino o meu banho, me enrolo na minha toalha escura, escovo os meus dentes e caminho para o meu quarto novamente.

É sábado, não noto barulhos.

Ouço o meu celular tocar e me aproximo com medo de ser aquele maluco que está atrás de mim, mas sorriu quando vejo o nome: “Ly” na tela.

— Alô?

— Alô?! — Ela diz “indignada.” — A gente combinou de se encontrar no centro em quinze minutos e você não respondeu às minhas mensagens… Me diz que você não acabou de acordar, Cora.

Puta que o pariu!

— Claro que não, amiga… — Murmuro nervosa. — Estou saindo de casa já, te amo! — Desliguei. — Fodeu.

ᥫ᭡

— Então, a gente tinha combinado qual fantasia mesmo? — Lyssa questiona após a gente se encontrar no centro e caminharmos entre as pessoas.

— Eu havia pensado em algo mais genérico, mas você disse que não queria se parecer com todo mundo, então… — Deixo a frase morrer e a garota me olha brevemente.

— É mesmo… Você queria ir de anjo e queria me fazer ir de bruxa. — Solto uma risada sarcástica. — Sem nenhum tipo de originalidade. — Confessou balançando a cabeça.

— Como assim? São fantasias normais, ora.

— Mas nenhum pouco originais, eu não gosto disso. — Reviro os olhos.

— Então qual vai ser a fantasia? A festa já é amanhã.

A Avenida Phonia irá acontecer amanhã, no horário das vinte três horas e a da escola, apenas na segunda, dia um.

Se adiou por causa do incêndio ocorrido na escola.

Estão procurando o culpado, pelo que a Lyssa me contou, mas acho difícil descobrirem que foi um stalker ciumento.

Ciumento… Louco mesmo.

— Vem, eu vou te mostrar. — Nós aproximamos de uma loja antiga, com uma porta de vidro e entramos. — Essa é a melhor loja de fantasias de Phonia.

— E por nunca viemos aqui? — Exploro o ambiente com os olhos e me sinto confortável dentre essas paredes. As fantasias e acessórios são organizados me dando um ar de satisfação, perfeito.

— Porque você é sem graça ao ponto de sempre escolher as fantasias mais óbvias e sem graça que você viu na primeira loja do começo do centro. — Disparou e eu abri a boca ofendida. — E eu descobri ela recentemente.

O Príncipe do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora