O Príncipe do Inferno

VIIII

CORA ADAMS ᥫ᭡

— Lyssa… — Minha respiração está ofegante, eu mal consigo raciocinar. — Você acha que de algum modo a minha avó seria responsável pela minha doença?

Essa pergunta pega a morena em cheio, que me olha espantada, mas logo disfarça.

— Cora… — Engole em seco e eu a observo cautelosamente. Suspeito. — É claro que não… Por que essa pergunta repentina? Sem sentido algum?

Minha mente viaja nas confissões e discursos ditos por Hades. Tudo o que ele fez e disse passa pela minha cabeça como um maldito flashback que eu não tenho controle, apenas assisto. É torturante.

Assisto em camarote um homem com o nariz sangrando passando a minha frente e ele sendo o responsável.

O Chase praticamente morto e torturado na minha frente.

A sua ameaça contra as pessoas que eu amo, que idolatro apenas pela sua obsessão estranha sobre mim.

Suas mensagens e perseguições me causavam medo, mas uma adrenalina nunca antes sentida.

Meus sentimentos estão bagunçados e eu não sei em que acreditar, não sei em quem confio… Tudo está barulhento na minha cabeça e a única pessoa que eu posso confiar está ao meu lado, então porque não contar tudo?

— Estou sendo perseguida. — O carro para de modo abrupto e Lyssa aperta o volante com força suficiente para deixar os seus dedos brancos e o seu rosto vermelho, seu peito sobe e desce em nervosismo. — E tem alguns dias já.

— Porra Adams… Como assim? Por quem? É o babaca do Chase? Puta que o pariu, eu vou matar aquele desgraçado! — Diz passando as mãos no cabelo.

— Hades. — Ela congela. — Hades é o nome do meu stalker… E ele me deu vinte e quatro horas para escolher entre vocês ou ele.

Lyssa não diz nada, sua visão está totalmente focada na estrada a nossa frente completamente deserta e eu abraço o meu próprio corpo completamente atordoada.

Fecho os olhos sentindo novamente aqueles braços reconfortantes e o seu modo protetor doentio chega ao meu coração me causando nervosismo, excitação.

Eu sou uma doente por gostar, desejar ter aqueles braços novamente ao meu redor e sou ainda mais louca por estar cogitando estar deste jeito com o homem que me ameaçou, que matou alguém, que…

— Morningstar? — Meus olhos a olharam assustada e balanço a cabeça. Sua mão bate fortemente no volante e suas íris escuras chegam aos meus olhos de modo arrogante. — Eu sabia, sabia que o Dimon estar aqui não era coincidência!

— Dimon?

— É ele, não é? A voz no seu sonho? — Meus olhos se arregalaram com a sua maneira rápida de perceber as coisas, como se ela soubesse de alguma coisa.

— Lyssa… Por que eu sinto que você está me escondendo alguma coisa? — Ela me olha brevemente e liga o carro novamente.

— É porque eu estou.

ᥫ᭡

Andamos pela floresta de modo ágil, rápido e eu me amaldiçoou por estar com sapatos tão desconfortáveis.

— Onde você está me levando? — A questiono e a mesma caminha pelas folhagens sem dificuldade, diferente de mim. — A gente precisa encontrar uma maneira de eu conseguir fugir desse…

— Você não queria conhecer a minha mãe? Estou a procurando.

Paraliso e a encaro completamente em choque.