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CORA ADAMS ᥫ᭡

— Cora, espera!

Continuo aumentando os meus passos e tento desviar da figura desconfortável que teve a audácia de desconfiar da minha melhor amiga.

Babaca.

Noto um pequeno bosque e olho para trás vendo a figura loira me procurando, ainda atrás de mim. Reviro os olhos entrando entre as flores, grama e árvores extremamente grossas. Aqui em Phonia não possuem bosques muito intensos e são muito usados para cortar caminho até às casas mais afastadas, como a minha.

Não há perigo nenhum em andar em um pequeno bosque, principalmente se for fugindo de algum homem.

Prefiro encontrar um urso, do que um homem entre essas árvores.

Não ouço mais o babaca me chamar e respiro aliviada caminhando de modo rápido pelas folhagens sem qualquer medo, eu adoro a natureza, estar entre ela é reconfortante. Piso em um galho e me assusto com o barulho de folhas se mexendo. Rapidamente levanto o meu pescoço e olho para os lados procurando o possível animal, mas não o encontro, vejo apenas verde.

O meu corpo já começa a tremer e eu busco pela minha respiração quando noto a sua falta. Ok, agora eu estou com medo. Tento ignorar esse sentimento, mas ouço novamente o mesmo barulho e agora seguido por um de ave, o corvo.

— Você está me perseguindo ou fazendo a minha segurança? — Questiono não esperando uma resposta e sigo o caminho agora de modo mais rápido.

— Pode apostar que ele está fazendo a sua segurança, diavolo. — A voz rouca disse no pé do meu ouvido e eu travo buscando por alguma reação, mas sem sucesso. — Lhe deixando segura contra todos... Até de mim.

Um forte barulho acontece novamente e a figura gigante com rosto pálido, sem expressão com suas habituais roupas pretas e as mãos no bolso está parada na minha frente. A olho em choque e quando o meu sangue chega ao meu cérebro, eu corro.

Meus pés correm o mais rápido possível e eu olho para trás não visualizando mais a imagem, porém busco por correr ainda mais rápido por pensar que mesmo assim, ele está atrás de mim. A adrenalina toca o meu coração deixando o meu corpo tenso, ansioso.

— Pode correr o quanto quiser, o máximo que irá conseguir é se machucar, querida. — Gargalhou.

Engulo em seco em desespero procurando por onde a voz veio, porém não encontro um destinatário apenas flores e no momento, uma possível escuridão. Olho para cima e o céu está um laranja azulado com um toque de rosa mostrando a lua crescente vinda para iluminar o ambiente escuro.

Me desespero por pensar que ficarei nesta mata com essa criatura louca em plena luz da noite, ou seja... A falta de luz!

— Me deixa em paz! — A sacola pula do meu pulso e eu me aproximo de uma grande rocha não me importando com o que está dentro da mesma, me preocupando apenas em fugir desse maluco. — Você quer me matar? É isso?

— O ambiente está muito propício para isto, não está? — Solto um grito que estava guardando desde que o vi, pela primeira vez na porra da minha cabeça quando sinto a sua mão tocar o meu cabelo e volto a correr dentre a mata extensa.

Eu realmente pensei que esse bosque fosse cheio de trilhas... Cadê a porra das trilhas?

Ouço o corvo se aproximando e olho para cima enquanto corro...

Péssima escolha.

O meu pé tropeça em uma raiz grossa de árvore silvestre e os meus joelhos vão ao chão em questão de segundos. As minhas mãos ajudaram ao meu rosto não cair na terra seca e eu tento me levantar, mas falho ao notar o meu pé esquerdo dormente, impossibilitando qualquer chance de correr novamente.

O Príncipe do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora