VII

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CORA ADAMS ᥫ᭡

Saio do carro da Lyssa e fecho a porta me sentindo de certa forma nervosa quando noto tantas pessoas fantasiadas e caminhando para o mesmo lugar.

— Ainda bem que é ao ar livre. — Lyssa comenta. — Caso não fosse, eu iria me descobrir uma pessoa claustrofóbica.

Solto uma risada divertida e suspiro tentando tomar coragem de entrar em uma festa tão desejável para mim, que eu tanto sonhei em vir para curtir verdadeiramente o meu halloween. Sentir fielmente todas as sensações de um Dia das Bruxas: adrenalina, medo e dopamina.

— Regras básicas, gatinha. — Lyssa veio até mim após trancar o carro. — Não saia de perto de mim, não beba nada que te oferecerem e o proibido é não se divertir, viu? — Assenti e a mesma sorri. — Então vamos.

Dou alguns passos seguindo a garota que confiante estava na minha frente entre a rua escura que dava acesso a avenida principal da cidade. Lyssa estacionou o seu Audi 8 Preto em um estacionamento de confiança para que a mesma não fosse roubada e o local é um pouco distante da Avenida Phonia, mas estrategicamente fica aparente e próximo para atrair clientes.

Após caminhar poucos minutos, eu já a visto a enorme placa com uma letra horripilante, adesivos de personagens de terror em um arco que dá acesso a verdadeira experiência.

Avenida Phonia: O proibido é não se divertir.

Olho para a Lyssa quando reconheço a frase e a mesma dá de ombros me fazendo rir. Ouço um som de asas e olho para cima notando o corvo que tanto me persegue aparentemente me observando novamente. Solto um sorriso fraco, me sentindo de certo modo protegida.

Por muito tempo, eu pensei que corvos fossem de certa forma hostis... Mas esse parece gostar de mim.

Eu adentro a festa junto a Lyssa e nós somos abordadas por uma garota pequena, de cabelos ruivos, com maquiagem e trajes do palhaço Pennywise. A garota sorri de modo horripilante e eu me aproximo da mesma.

— Você é uma gracinha. — Sorriu-lhe entregando um pirulito que eu guardei para chupar das coisas que a minha avó comprou mais cedo. A garota disfarça o sorriso e sai andando de modo lento.

— A intenção não era ser fofa. — Lyssa comenta soltando uma risada e eu dou de ombros.

— Eu não consigo sentir medo, não dela. — Sorriu.

Eu e a minha amiga conhecemos ainda mais a festa sendo abordados por diversos atores fantasiados que eu busco colocar no meu cérebro que são os próprios personagens para que a experiência seja ainda melhor.

O mais engraçado até o momento, foi o Iluminado.

Lyssa aparentemente está relaxada ao meu lado e curtindo o ambiente junto a mim. A diversas pessoas andando pela avenida com inúmeras fantasias, o que impossibilita de saber quais são atores e quais não são já que estamos todos de trajes diferentes, simbolizando os nossos personagens preferidos.

Ao passar por vários grupinhos da escola, eu ouço murmúrios ao meu respeito por conta da minha fantasia que de certa forma, afronta os mesmos. Um objetivo já está concluído: incomodar sem dizer uma só palavra.

Sinceramente, eu adoro a cor do meu cabelo e não me sinto nem um pouco insegura pelas madeixas ruivas. A única coisa que eu acho estranho é apenas eu possuir os cabelos ruivos dentro de casa.

— O verdadeiro anti-cristo andando pelas ruas como se tivesse algum direito sobre o mundo exterior. — A voz de Vênus chega aos meus ouvidos e eu solto uma risada quando a loira aparece na minha frente rodeada de amigos.

O Príncipe do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora