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HADES MORNINGSTAR ᥫ᭡

Beberico o whisky com apreciação, mas ao mesmo tempo sem vontade alguma.

É uma bebida extremamente saborosa, com anos em conserva que custa um preço de um Audi em sua melhor lataria, mas se tornou patético aos meus lábios e paladar já acostumado. O gosto não queima a minha garganta e muito menos traz a dopamina que preciso.

Um verdadeiro tédio.

Ultimamente, estou me sentindo assim no inferno. É como se nada tivesse me trazendo algum tipo de felicidade, anseio… Matar pessoas, trazer almas condenadas para o submundo se tornou algo tão… Normal.

Odeio me sentir assim.

Odeio me sentir como se fosse um desses humanos patéticos.

Meus olhos vermelhos sangue circulam pelas pessoas deste bar pequeno, pacato e extremamente sem graça. Homens riem, garçonetes se incomodam com as suas investidas patéticas e o dono da chapeira não se incomoda nem um pouco.

Sinto o cheiro podre de suas almas e me incomoda profundamente.

Obviamente que não o mesmo não se importa, tendo em vista o tamanho da saia desses uniformes que as garçonetes usam.

— Ouviu falar da cidade nova? A poucos quilómetros daqui? — Uma mulher muito bem vestida diz e me atrai em sua conversa, ao observar sua vestimenta.

Fiéis de Deus.

— Claro… Dizem que não há um prefeito ainda e nem um fundador. — A outra loira, responde. — Pretende evangelizar?

— Claro! Podemos construir uma igreja junto aos poucos fiéis, mais a comunidade local e a fundar como a cidade oficial de Deus. — Diz incrivelmente animada.

Solto uma risada sincera e deixo o copo na bancada, deixando o local logo depois.

Cidade de Deus, hm?

ᥫ᭡

— Então… — Dimon diz ao meu lado, enquanto observa os “fiéis de Deus” levantaram murros e carregaram blocos pesados. — Eu pensei que você ia se divertir mais… Não?

Meus olhos vagam pelos rostos felizes, as expressões caridosas, as atitudes familiares e abrangentes e sinto o cheiro podre de cada um deles. Quem vê por fora, imagina que são doces fiéis, mas alguém como eu, que é acostumado a carregar almas sombrias para o fundo do sofrimento eterno, sabe que a última coisa que eles estão pensando é nas pessoas que poderão ajudar com essa estúpida igreja.

Malditos.

Sorriu com o pensamento que estou arquitetando e olho para o meu conselheiro, com um olhar sarcástico, maldoso.

— Eu irei. — Asseguro. — Mas sou um Deus de muita paciência… Ainda não é o momento certo. — Meu rosto vira para as pessoas e sorri de canto.

— Seja lá o que você esteja aprontando, espero que isto não leve a cidade inteira. — Dimon afirma e eu suspiro olhando para a cidade em questão.

Minhas pernas balançam, pois estou sentado no alto de uma colina enquanto os observo. Meus olhos passeiam por aquela pacata cidade, que não possui nem ao menos cem habitantes e isso me instiga. Gosto de saber que tenho pessoas na palma da minha mão e ter essa cidadezinha para mim, será ótimo.

Irá suprir o meu tédio.

— Não faria isto com a minha cidade. — Sorriu de canto. — A cidade do Diabo.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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O Príncipe do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora