Prólogo I.

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𝙴𝚖 1977, nos corredores da escola, Emma guardava seus livros em seu armário.
Quando ela fechou o armário, levou um susto ao perceber Robin Arellano ao seu lado.
- Oi. - Disse ele, seco.
-Oi Robin — Ela disse, tentando recuperar o fôlego. - Você me assustou.
- Eu hum... Preciso falar com você. - Ele se recostou no armário ao seu lado.
A garota, nervosa, olhou para os lados e notou os olhares das pessoas que passavam pelo corredor. Robin segurou seu braço a puxando para perto.
— Do que você precisa?
— Da sua ajuda. — Ele diz simples.
— Robin.  — Ela larga os braços ao lado do corpo, já suspeitando sobre o que seria.
— Eu preciso que você me passe as respostas do próximo teste de matemática.
— Ah, Arellano! — A garota reclamou.
— Se eu tirar menos que B, vou ficar de recuperação e serei suspenso. Vai, Finn não pode me ajudar. É só dessa vez gatita.
Emma suspirou irritada e se aproximou mais dele, apontando em seu peito.
— Eu vou te ajudar, mas se eu me der mal, a culpa é sua! — Ela respondeu decidida.
— Tudo bem, Tudo bem. — Antes que ela desse as costas, Robin a segurou pela cintura, a mantendo por perto. — Você não quer sair hoje a tarde?
— Sair? — Ela o olhou, cruzando os braços e rindo do nervosismo de Robin.
— É Emma, sair... Sabe, a gente podia assistir o massacre da serra elétrica. Lá no cinema.
— Certo, claro. No cinema, te vejo lá às cinco?
– Sim, gatita, às cinco. — Ele sorriu e deixou seu corpo ereto, ficando mais alto.
– Certinho então, tchau Arellano! — Ela riu e se afastou.

Mas os olhos de Robin ainda estavam fixos em Emma.

Emma foi para sua sala e participou das últimas
aulas. Então, quando acabaram, ela seguiu até a outra parte do colégio, onde ficavam os alunos no horário da saída.
A garota se aproximou da entrada, olhando ao redor procurando por alguns de seus amigos.
Sem demorar muito, ela viu Gwen chegar.
— Oi, Emma. — A menina disse sorrindo e passou seus braços pelo corpo de Howard, a abraçando com força.
— Oi, Gwen! — Emma respondeu com um sorriso, retribuindo o abraço caloroso da amiga. — Como foi o seu dia?
Gwen suspirou, soltando-se do abraço enquanto ainda se agarrava a Emma, forçando um sorriso.
— Terrível. — murmurou.
— O que está havendo? — Emma encarou Gwen, seus olhos demonstravam a preocupação que estava sentindo.
— Papai está cada vez pior... Desde que mamãe se foi, parece que também perdemos ele. — A mais nova baixou a cabeça, cruzando os braços.
— Eu sinto muito... Se você quiser dormir lá em casa por um tempo, você e Finn serão sempre bem vindos. — Emma observou Gwen sorrir, um brilho de esperança em seus olhos, mas antes que ela pudesse responder a atenção de ambas foi levada até outra coisa.
— Bichinha! — A palavra foi gritada ao fundo.
Emma se virou e ao longe, viu três garotos em pé, ao redor de alguém que estava deitado no chão.
— Mas que porra... — Ela começou a se afastar de Gwen, mas a garota a seguiu.
Emma correu até os garotos e percebeu que no chão estava Finn. Os garotos o chutavam e socavam.
— O que acham que estão fazendo seus merdas? — Emma gritou, empurrando as pessoas ao redor para conseguir passar.
— Fiquem longe do meu irmão! — Gritou Gwen.
Emma puxou um dos garotos e o empurrou, o fazendo cair. Logo em seguida desferiu um chute em seu rosto.
Gwen pegou uma pedra e jogou no rosto do garoto ruivo, que caiu. Um corte fundo em sua testa sangra e o outro garoto correu antes que acabasse em confusão.
— Vamos, Finn. — Emma o ajudou a levantar.
Ele se levantou e pegou sua mochila.
— Vem cá. —Emma o parou e o puxou para perto. — É, cortaram seu rosto.
—  Vou ficar bem. — Finney disse, e de seu nariz escorreu mais sangue.
— Eles não vão. Da próxima vez eu mato eles. — Ameaçou Gwen.
— Deixe-me ter a honra de ajudá-la. — Emma respondeu.
Os três andaram juntos para casa.

Finney seguiu para sua casa, Gwen ficou na casa de Susie e Emma agora andava sozinha até sua casa.
— Mãe, cheguei. — Avisou ela.
A garota chegou na cozinha e sua mãe estava sentada, sua boca sangrava e um dos seus olhos estava roxo.
— Oi, filha. — Ela disse, a voz cansada e fraca.
— Você está bem? — Perguntou Emma, preocupada. Ela largou a mochila no chão, indo rapidamente até a mãe.
— Estou sim, meu amor. Foi apenas uma confusão.
— Foi o papai?
— Não, claro que não amor.
— Pare de mentir pra mim. Não sou mais uma criancinha. — Ela começou a mexer nos armários enquanto fazia um chá e procurava pelos curativos.
— Você não deve se meter nesses assuntos, Emma.
— Mas mãe...
— Eu vou ficar bem. — Ela segurou as mãos de Emma deixando beijos sobre elas.
— Então, Aqui. Beba esse chá. Vou pegar um remédio para você.
— Certo, amor. — Ela respondeu, calma.
Emma foi para o banheiro e buscou um remédio, entregou a sua mãe, que o engoliu sem reclamar.
Os olhos de sua mãe pareciam marejados, mas Emma tinha certeza de que era algo de sua cabeça.

𝐋𝐨𝐬𝐭 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝𝐫𝐞𝐧 • Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora