Emma acordou em um porão escuro e frio.Ela se apoiou em seus braços, se sentando e arrastando seu corpo até a parede.
Seus olhos vagaram todo o cômodo e o desespero estava tomando conta de todo o seu corpo.
A garota respirou fundo, cravando suas unhas em seu braço.
Até que então seus olhos encontraram as costas de Robin.
Ele estava sentado na ponta do colchão, em silêncio.— Nós estamos presos, não vamos sair daqui não é? — O garoto se virou para ela, seus olhos pareciam conseguir ver através de sua alma.
— Eu não sei. — Foi a única coisa que Robin a respondeu.Emma se deu conta que eles estavam sozinhos.
Não havia sequestrador.
Ele não estava em lugar algum.— Onde ele está? Ele veio nos ver?
— Eu não sei, Emma.
— Ele está nos vigiando? — A garota insistiu.
— Porra eu não sei, Emma! — Robin Explodiu e Emma ficou calada.Ela se encolheu no colchão, abraçando seus joelhos e sentiu as lágrimas molharem suas bochechas.
Suas mãos estavam trêmulas e ela não conseguia respirar.
Ela não voltaria para casa.
Havia sido sequestrada.
E por mais que não houvesse ninguém a esperando, ela jurou a si mesma que preferia aguentar as surras de seu pai do que descobrir o que iria acontecer daqui pra frente.O ar fugiu de seus pulmões e um soluço deixou os seus lábios, chamando a atenção de Robin.
— Emma? Emma, você está bem? — O garoto se levantou, se ajoelhando ao lado dela.
— Bem? Nós vamos morrer Robin! — Os olhos avermelhados de Emma encontraram os olhos escuros do garoto
— Vamos ficar bem! Nós vamos sair daqui. — Ele a garantiu.
— Não vamos. Ninguém conseguiu, porque nós conseguiríamos?
— Eu não sei Emma, mas não vou deixar ele encostar em você. — Robin levou uma mão até o rosto da mais nova, secando a lágrima que escorria pela sua bochecha. — Eu prometo.Emma não queria que ele prometesse, as promessas sempre se quebravam.
A garota não o respondeu, mas colocou sua mão em cima da dele.
O escuro a impossibilitava de enxergar o rosto de Robin com clareza, mas ela sabia que ele estava tão aflito quanto ela.
Robin queria voltar para casa.
Queria ir ao cinema com seu tio para assistir mais filmes de terror.
Emma queria voltar para casa.
Voltar para as brigas com seu pai, para os abraços de Gwen no colégio e para os braços de Finney quando seu mundo parecia prestes a desmoronar.
Eles só queriam voltar para casa.O silêncio tomou conta de todo o local quando luzes foram acesas.
Emma se sentou direito e Robin fez o mesmo se colocando a frente dela.
As mão de Emma tremiam e a respiração de Robin estava descontrolada.
— Oi crianças, vocês já acordaram? — O homem falou, mas não houve resposta alguma.
Quando ele deu alguns passos para frente, Robin e Emma se levantaram no mesmo instante para se afastar.
— Calma, não precisam ter medo. Não farei nada que vocês não gostem.
— Quem é você? Por que nos trouxe pra cá? — Emma questionou, o medo nítido em seu tom de voz.
— Bem, não posso dar comida a vocês hoje. — O homem mudou de assunto.
— Nos deixe ir. Por favor! — Era uma súplica, mas não valeria de nada e Emma sabia disso, mas se negava a acreditar. — Não vamos contar nada a ninguém, eu juro.
O homem riu.
— Eu não posso, querida. — Ele respondeu e saiu, sem mais nem menos.Emma se sentou no colchão, lágrimas escorrendo de seus olhos sem que ela precisasse sequer piscar.
Robin se sentou ao seu lado.
— Você está com medo?
Emma balançou a cabeça em concordância.
— Com muito medo. E você?
Robin não respondeu, mas seus olhos encontraram os dela.
E Emma sabia a resposta.
Ela se deitou, encarando o teto e o raio de luz que entrava pela pequena janela.— Nós vamos ficar aqui por muito tempo. — Ela falou, mais para si mesma do que para Robin.
— Vamos dar um jeito, Emma.O silêncio se fez presente novamente por alguns minutos.
— Me desculpa. — Robin encarou o chão.
— Pelo que?
— Se você não estivesse me seguindo pra me entregar algo, não estaria aqui Emma.
— Para! Não foi sua culpa. — Emma o encarou.
— Não consigo acreditar nisso. — Ele se virou novamente.
Robin suspirou pesadamente, olhando ao redor do porão. Ele estava lutando para manter a calma, mas a situação era sufocante demais para ambos.— Eu não quero morrer. — As palavras deixaram os lábios de Emma como uma oração.
E suas orações nunca eram ouvidas.
— Você não vai morrer, Emma. — Ele a garantiu.Emma estava trêmula.
De seus olhos escorriam lágrimas.
Robin a olhou preocupado.
Emma estava chorando.
Robin estava entrando em pânico.
Emma não conseguia respirar.
E então os braços de Robin envolveram seu corpo.Emma o agarrou como se ele fosse sua salvação.
Robin a segurava como se sua vida dependesse disso.
A respiração de Emma estava descontrolada e ela conseguia sentir o coração de Robin batendo rápido.
Ele escondeu seu rosto no pescoço dela, e respirou fundo seu perfume.Robin se deitou com Emma em seus braços.
Ela sentia seu mundo desmoronando.
E não conseguia se manter sozinha.
Era Robin quem estava a segurando.
Emma queria se desculpar por não conseguir lidar sozinha, por não conseguir o segurar também.
Mas as palavras não saíam de sua boca.
O simples ato de falar parecia impossível.
Os dedos de Robin passaram pelos fios de seu cabelo, como um aviso de que ele estava ali com ela.
Eles não adormeceram em nenhum momento naquela noite, mas continuaram juntos.Robin era tudo que Emma tinha.
Emma era tudo que Robin tinha.
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𝐋𝐨𝐬𝐭 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝𝐫𝐞𝐧 • Robin Arellano
Fanfiction𝐄𝐦𝐦𝐚 𝐇𝐨𝐰𝐚𝐫𝐝 acaba por presenciar o sequestro de seu amigo, Robin Arellano. Antes que possa escapar, ela também é capturada para garantir o silêncio. Agora, presa junto a Robin, Emma entra em um terrível jogo de sobrevivência com seu seque...