Chapter 4

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Olá, queridos leitores!
Capítulo fresquinho saindo do forno para vocês, como sempre. Aqui vai uma recomendação de música que ouvi enquanto escrevia: Daylight e Fim de festa.
Boa leitura, não sei se vocês vão gostar tanto quanto os anteriores. Mas caso gostem, não esqueçam de comentar e do votinho ⭐.

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Sandro está começando a se arrepender.

E ele está triste, porque nunca costuma se arrepender de nada que envolve sua carreira diretamente — Isso é, sua aparência em frente as mídias sociais. Mas pela primeira vez, ele está arriscando essa parte também.

Não é da sua índole se envolver em questões pessoais alheias, muito menos de forma imprudente. Saber disso é como ter uma pulga atrás da sua orelha, porque não havia nenhum motivo para tomar decisões impulsivas de um dia para o outro.

Ele decidiu vagar pelo quarto, e algo claramente está errado. “Você tá triste no dia da sua corrida, então?”

Não era preciso dizer que Elisa, a Diretora de marketing e principal roteirista, estava organizando sua saída do hotel. Sandro sabia que havia uma grande equipe de ajudantes aguardando seu mandato do lado de fora, e isso causou um pouco de agonia.

“Sei lá” Ele diz. Elisa parece está se fazendo de boba, mas a verdade é que ela quer descobrir o porquê Catarina não está no quarto, gritando com Sandro, como de costume. “Tipo isso, se pá.”

Tipo isso?” Agora está chocada. “Pelo amor de deus, eu fiz a maior birra no corredor ontem e você não pode ao menos me dizer porquê tá triste?”

Mesmo sendo uma companheira de longa data, próxima à Sandro ao longo dos sete anos de carreira — Da Fórmula II ao seu primeiro mundial e entrada para a Fórmula I —, o paulista sabia que não estava impactada pela sua falta de confiança.

Pela forma que sua coluna estava curvada para a frente, e o rosto virado em decepção, a conclusão é que: Sandro acabou de partir o coração de uma fofoqueira.

“Cê não iria entender.” Ele cruza os braços em frente a janela, observando a movimentação da rua. “A minha tristeza não é papo que dê pra explicar, tá ligado?”

Elisa realmente não entende a melancolia que o paulista quer transmitir, ela cogita bater nele por está agindo como se estivesse em uma novela de baixo orçamento. “Garoto, eu só posso tá desligada, porque eu não tô entendendo nada mesmo. Não tem explicação? Arruma uma, mas você precisa aprender a falar na língua brasileira.”

“É porque- Sei lá.” Repetiu. “Tô chato hoje, triste sem motivo; Mas é uma tristeza que não é nem grande, nem pequena.” Elisa não sabe porque ele escolheu fazer todo esse drama antes da sua corrida, ela apenas torce para que seu traje chegue o quanto antes. De preferência, sua secretária também. “Não é nem vontade de saltar na frente de um ônibus-”

“Graças a Deus!” A voz saiu carregada de felicidade. Sandro achou que Elisa estava aliviada que ele não pretendia cometer suicídio nos próximos dias, mas quando olhou, era apenas seu traje que havia chegado.

Ele voltou o olhar para a janela. É só vontade de entrar num ônibus, e fugir para bem longe. Pensou, mas para bem longe do quê?

Seus olhos pinicaram ao avistar algo na entrada do hotel. “Que porra é essa?” Murmurou, enquanto assistia Rio saindo, e parando para dar entrevistas na porta do hotel.

“Quanta melancolia.” Acompanhada de uma revirada de olhos. A capixaba se aproximou com o traje em mãos, seu rosto pintado como se fosse para um evento social refrigerado. “Eu não sou paga pra isso. Veste, por favor?”

ESCÂNDALO! | PauneiroOnde histórias criam vida. Descubra agora