VI. Doce Distração

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As semanas passaram rapidamente, trazendo consigo uma avalanche de atividades escolares e pessoais. Entre os eventos recentes e as exigências da escola, senti que estava perdendo o controle sobre meu treinamento para o torneio de pinball. O campeonato se aproximava e minha confiança diminuía a cada dia.

Como se os dias já não estivessem carregados o suficiente, a escolha da fantasia para a festa do fim de semana se somava à minha lista de preocupações. Robin e Finn, com sua contagiante empolgação, me arrastaram para essa ideia, e recusar era simplesmente impossível.

Estava no mercado com minha mãe, empurrando um carrinho meio vazio, enquanto ela analisava meticulosamente a lista de compras. Meus pensamentos, no entanto, estavam longe dali, vagando pelas preocupações com o treino. Meu coração apertava com a ideia de não estar preparada o suficiente.

A voz da minha mãe, como um raio cortando a tempestade de pensamentos que me assolavam, me tirou do transe.

— [Nome], você está bem?— ela perguntou com preocupação genuína em seus olhos. — Parece distante.

Forcei um sorriso, tentando disfarçar a ansiedade que apertava meu peito como um torno. — Só estou um pouco nervosa para a festa do fim de semana, mãe. Nada demais.

Seus olhos, cheios de carinho e compreensão, percorreram a estante repleta de decorações de Halloween.

— Vai ser uma ótima oportunidade para você se socializar e se adaptar ao novo ambiente, querida. Não se preocupe tanto.

Um suspiro escapou dos meus lábios, carregando consigo a tensão que ainda me dominava. — Eu sei, mãe. Mas é que... tudo é tão novo, tão diferente.

— Eu entendo, meu amor. Mas acredite, você vai se dar bem. Você é forte, inteligente e cativante. As pessoas vão te adorar lá, eu tenho certeza.

Suas palavras soaram como um bálsamo em meu coração aflito.

— Obrigada, mãe. Você sempre sabe o que dizer.

Ela colocou algumas opções de decorações dentro do carrinho enquanto cantarolava baixinho. Que merda, minha mãe parecia querer realmente mudar de vida, eu só teria que me acostumar mais com isso.

Conforme continuávamos a andar pelos corredores do mercado, tentando decidir entre diferentes decorações de Halloween, meus pensamentos ainda estavam presos nas preocupações com o torneio de pinball. Cada vez mais, parecia que o tempo estava se esgotando e eu não estava nem perto de estar pronta.

Minha mãe, imersa em escolher entre duas guirlandas, continuava a conversar sobre a festa de fim de semana, mas minhas respostas automáticas mal disfarçavam minha distração. Eu precisava de uma estratégia para conciliar tudo — escola, a festa, e, claro, os treinos.

Enquanto virávamos para o corredor dos laticínios, uma figura familiar chamou minha atenção. Vance Hopper. Ele estava parado perto da seção de queijos, aparentemente perdido em seus próprios pensamentos. Nosso breve encontro visual foi suficiente para que a lembrança de nosso último confronto voltasse à tona. Senti um frio na espinha e desviei o olhar rapidamente.

Minha mãe, alheia à minha tensão, continuou falando sobre os preparativos para o halloween.

— Eu estava pensando em fazer cupcakes de abóbora. O que você acha, [Nome]? Algo divertido

— Hm, parece uma boa ideia, mãe — respondi, tentando parecer mais envolvida. — Todo mundo gosta de cupcakes.

— Ótimo! Então vamos pegar os ingredientes necessários — disse ela, movendo-se animadamente em direção à seção de confeitaria.

𝐏𝐨𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐢𝐫𝐚𝐝𝐚 - Vance Hopper x ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora