VIII

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Joo Jaekyung despertava de seu sono profundo, os olhos pesados de cansaço pela longa viagem se abriam lentamente. Lá fora, Alveria estava envolta de uma tempestade, o frio cortante acompanhado por uma ventania que batia com força nas janelas, fazendo-as estremecer como se quisessem ceder espaço para entrar por aquela varanda.

O quarto estava impregnado com o aroma atalcado do ômega, que ainda dormia profundamente ao seu lado. O moreno se aconchegava mais ao corpo do Kim Dan, abraçando-o com força, buscando calor e conforto naquele corpo curvilíneo. Ele inspirava profundamente, permitindo que o aroma atalcado enchesse seus pulmões e o acalmasse, como habitual.

Seus dedos exploravam a pele aveludada do ômega, sentindo a textura leitosa e macia. Ele deslizava a mão pelos ombros retos e delicados, descendo pelo braço alvo e esguio que não tinham muita definição. Ao tatear o pulso fino do garoto, seus dedos encontraram uma elevação na pele rosada. Intrigado, o homem pressionou levemente a área, e seu lobo interior começou a se agitar, inquieto e alerta com a possível ferida.

Com uma sensação de cólera crescendo em seu peito, ele se levantou da cama e foi até o interruptor, acendendo a luz. O que viu fez seu coração acelerar e seu sangue esquentar.

O pulso frágil do ômega estava marcado por uma mancha roxa, um hematoma antigo, o qual não deveria estar ali. Aproximando-se mais, ele pegou o pulso e inalou profundamente. O cheiro de outro alfa era inconfundível.

O lobo do alfa reagiu instantaneamente, a raiva e o ciúme crescendo dentro dele como uma tempestade. Seus olhos se tornavam vermelho-sangue, e seu feromônio amadeirado invadiu o quarto, enchendo o ar com uma tensão palpável.

Ele lutava para controlar a fúria que ameaçava consumi-lo, mas o cheiro do intruso e a visão do hematoma no pulso do ômega eram um lembrete constante e doloroso de que alguém estava tocando no que era seu.

— Acorda, Dan. — Murmurou o alfa, passando a mão pelo delicado rosto do ômega, que despertava lentamente, seu rosto adoravelmente amassado pelo sono.

— Alfa? Me deixa dormir... — Kim Dan falava com a voz rouca de sono, olhou para o relógio com os olhos ainda cansados. Eram 03:27 da madrugada. — Por que você está acordado? — Ele se levantou, indo abraçar seu homem, seus fios estavam bagunçados e suas roupas compostas por tecidos de algodão deslizavam por sua pele enquanto acariciava o rosto de Joo Jaekyung, que mantinha uma expressão dissimulada.

O moreno, sem hesitação, desligava o interruptor e arrastava para o lado os utensílios com seu braço, pressionando o pequeno corpo do garotinho contra sua penteadeira de madeira maciça branca. o seu semblante de medo estava refletido pelas velas brancas naquele quarto escuro.

— Você vai entender, meu pequeno. — Murmurou, pegando o cabelo claro de Kim Dan enquanto puxava. — Não me olha com esse rostinho assustado, Dandan... — Um músculo na sua mandíbula contraiu-se. — A sua expressão de medo me excita mais ainda. Só obedeça, e tudo ficará bem com você.

Kim Dan sentia o coração acelerar. Os olhos de Joo Jaekyung brilhavam com uma intensidade perigosa. A proximidade dele perto de sua figura frágil fazia o ômega se sentir ainda mais vulnerável perante seu corpo grande e forte.

— Por qual motivo estás agindo assim? O que foi que eu fiz? — Kim Dan confrontava Joo Jaekyung.

— Cala a boca, criança insolente... — Soava de forma ríspida, com um tom de voz mais penetrante do que o habitual. — Sou eu quem vou falar agora. 

Sob o controle de Joo Jaekyung.Onde histórias criam vida. Descubra agora